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Brasil cobra países para receber a tempo metas climáticas, diz CEO da COP30

À CNN, Ana Toni aponta que negociações climáticas enfrentam desafios geopolíticos e que postura dos EUA distrai atenção e prejudica o debate climático

Faltando 100 dias para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, a CEO do evento, Ana Toni, afirmou que a ausência dos Estados Unidos nas negociações tem atrapalhado diretamente os avanços rumo a acordos mais ambiciosos no combate à crise climática.

“Infelizmente os Estados Unidos não estão engajados”, disse em entrevista exclusiva à CNN.

“O presidente Trump logo que começou a sua gestão, já divulgou que quer sair do Acordo de Paris. Eles ainda estarão dentro do acordo durante a nossa COP, mas eles não estiveram presentes em nenhuma das reuniões preparatórias que a gente está fazendo.”
Ana Toni

A fala ocorre no momento em que o governo brasileiro vive um dos períodos mais tensos da relação diplomática com Washington nos últimos anos, após o tarifaço imposto por Donald Trump.

“Não tem nenhuma dúvida que isso, sim, atrapalha muito o ambiente de debate e negociação, é não ter presente um dos maiores emissores e um grande financiador. E atrapalha ainda mais porque a atenção do mundo agora é responder, seja a guerras militares, seja a guerras tarifárias”, pontuou.

Brasil corre contra o tempo para receber metas climáticas até a COP30

A COP, que será realizada em Belém, marca os dez anos do Acordo de Paris, e por isso carrega a expectativa de receber uma nova rodada de compromissos climáticos por parte dos países. No entanto, boa parte das nações mais poluentes ainda não entregou suas atualizações das chamadas NDCs — as Contribuições Nacionalmente Determinadas.

“A gente está monitorando como é que os países estão elaborando e a gente vê que todos os países estão muito engajados”, explicou Ana Toni.

Ela destacou que, apesar do engajamento, há atraso por parte de algumas potências.

Segundo a CEO da COP30, a expectativa é de que entre 80 e 100 NDCs sejam entregues até novembro.

“A gente está fazendo um esforço específico nos países mais emissores pra gente ter uma ideia de como é que o mundo está evoluindo para chegar às metas do Acordo de Paris.”

Ela destacou, no entanto, o êxito obtido em Bonn, na Alemanha – em uma reunião preparatória para a conferência. Foi quando o texto preliminar proposto pelo país recebeu boa aceitação dos demais integrantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

Geopolítica dificulta avanços nos acordos

O desafio de avançar nas negociações não se limita à questão técnica. Ana Toni afirmou que o momento geopolítico global tem influenciado negativamente no foco das lideranças mundiais sobre a pauta climática.

“As COPs não estão acontecendo numa bolha separada da geopolítica, elas refletem a geopolítica”, afirmou.

“Fica claro que a geopolítica nesse instante está com diversos desafios e problemas, e os Estados Unidos têm contribuído diretamente para esses desvios de atenção à mudança do clima – e com uma campanha de quase negação às mudanças climáticas.”

Apesar disso, a CEO reforçou que o Brasil está a “todo vapor” na preparação da conferência, com avanços tanto nas negociações formais quanto na chamada agenda de ação.

“Já estamos elaborando como é que esses planos em temas específicos como metano, energia renovável, floresta, oceanos, como é que esses temas todos chegarão na COP. Com anúncios concretos específicos, seja do setor privado, seja da sociedade civil, seja dos governos subnacionais.”

COP30 será vitrine para soluções brasileiras em clima e bioeconomia

Além da meta global de acelerar o cumprimento do Acordo de Paris, a conferência também é vista pelo governo como uma oportunidade de projetar o Brasil como referência em soluções climáticas.

“Essa COP vai nos dar essa oportunidade de mostrar”, disse Toni.

“O Brasil tem soluções para combater a mudança do clima em muitos setores. Mais de 90% da nossa energia elétrica já é renovável. Todo país sonharia ter uma matriz elétrica como a nossa.”

A executiva ressaltou o potencial do país em áreas como reflorestamento, agricultura sustentável, energia limpa e saúde. Segundo ela, o Brasil pode se apresentar ao mundo como “um provedor de soluções climáticas”.

Ao falar sobre a conexão entre as negociações internacionais e a vida cotidiana da população, Toni reforçou que já é possível sentir os efeitos — positivos e negativos — da pauta climática.

“Toda essa nova tecnologia de painéis solares, carros elétricos, ônibus elétricos para menos poluição nas cidades (…) foram trazidas muito por causa dessas negociações internacionais.”

Por outro lado, ela alerta que os impactos da crise climática já são sentidos de forma direta.

“As grandes enchentes, as ondas de calor que a gente está vendo no mundo inteiro, os incêndios, as secas, isso já afeta as pessoas e a agricultura, o preço dos alimentos.”

A COP30 será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará, e deve reunir cerca de 40 mil pessoas de quase 200 países, incluindo chefes de Estado, representantes da sociedade civil, empresários, cientistas e ativistas.

O evento é organizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), com o Brasil na presidência oficial das negociações. Será a primeira vez que uma COP acontece na Amazônia.

Fonte: CNN Brasil

Senadores podem votar gratuidade do transporte público em dia de eleição

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Os senadores podem votar no segundo semestre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 38/2022) que garante transporte público gratuito em dia de eleição. A PEC teve o senador Rogério Carvalho (PT-SE) como primeiro signatário e foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça em 2023, com relatoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). A proposta foi discutida em cinco sessões no Plenário, mas ainda aguarda votação em primeiro turno pela Casa.

Transcrição:

UMA PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO QUE PREVÊ TRANSPORTE GRATUITO EM DIA DE ELEIÇÃO AGUARDA VOTAÇÃO NO PLENÁRIO DO SENADO. A REPÓRTER LANA DIAS TEM MAIS INFORMAÇÕES.

A gratuidade do transporte público em dias de eleição está prevista em uma Proposta de Emenda à Constituição. A PEC foi apresentada pelo senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, e tem o objetivo de assegurar o direito ao voto para cidadãos que moram fora do domicílio eleitoral ou que tenham dificuldade de pagar pelo transporte.

O texto diz que, em dia de eleição, os serviços de transporte público coletivo de passageiros urbano, semiurbano, intermunicipal e interestadual, rodoviário e aquaviário devem ser gratuitos. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça em 2023, onde foi relatada pelo senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás. Ele afirmou que a medida beneficiaria pessoas de baixa renda que moram longe do local de votação.

Senador Jorge Kajuru: “E a gratuidade ora proposta fará com que esses cidadãos votem sem atropelos, contribuindo para ampliar a legitimidade das eleições e dos mandatários eleitos.”

Para Rogério Carvalho, a medida auxilia o cidadão a exercer o direito de voto e garante mais legitimidade nos resultados das eleições.

Senador Rogério Carvalho: “Isso evita a manipulação da intenção de voto do eleitor, porque o eleitor às vezes vota por quem paga a passagem para ele votar, então a gente elimina essa possibilidade de compra de voto. E aqueles que querem votar e não têm condição e que não têm nenhuma forma de se deslocar, podem ir até o seu local de votação e dar a sua contribuição à democracia.”

A proposta já passou por cinco sessões de discussão e aguarda votação em primeiro turno no Plenário do Senado. Depois disso, o texto ainda passa por um segundo turno de discussão e votação. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Lana Dias.

Fonte: Rádio Senado

Setor elétrico diz que os níveis das hidrelétricas estão estáveis

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A avaliação considerou as chuvas deste ano que foram abaixo da média

Apesar das chuvas abaixo da média neste ano, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, afirmou, nesta quarta-feira, que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas permanecem estáveis.

Segundo um comunicado da entidade, o Sistema Interligado Nacional se mantém com armazenamento superior a 65%, o que reforça a robustez da atual estratégia de operação do sistema.

De acordo com a nota, o comitê resolveu manter para 2026 os mesmos parâmetros adotados em 2025 para evitar riscos ao setor elétrico.

Para a entidade, as medidas aplicadas neste ano mostraram-se satisfatórias.

Leia também: Itaipu e Receita Federal fazem contrabando virar energia limpa

O comunicado diz ainda que a decisão reforça o compromisso do setor em evitar situações como a enfrentada em 2021. Naquele ano, houve uma baixa significativa nos reservatórios das hidrelétricas e, somado a isso, ocorreram falhas de gestão que quase levaram o país a um apagão.

Esses problemas impactaram os consumidores com custos extras na conta de energia para cobrir empréstimos emergenciais bilionários utilizados na geração de energia.

Fonte: Agência Brasil

Com exceções, quase metade das exportações aos EUA escapam de tarifa de 50%

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Levantamento da CNN considera 100 itens que o Brasil mais exporta aos EUA; de R$ 40,3 bilhões, ao menos R$ 18 bilhões foram poupados

Com a lista de exceções publicada pela Casa Branca, quase metade das exportações brasileiras aos Estados Unidos ficaram livres da tarifa adicional de 40% prometida pelo presidente norte-americano, Donald Trump — segundo levantamento da CNN.

A análise considerou os 100 itens que o Brasil mais vendeu para os Estados Unidos em 2024. Destes produtos, 27 foram poupados por Trump. O levantamento considera dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Dessa maneira, de um total de R$ 40,3 bilhões exportados no ano passado, ao menos R$ 18,1 bilhões (44,61%) não estariam sujeitos à taxa adicional de 40%.

Dentre os dez produtos mais exportados pelo Brasil, sete escaparam. Ao todo, cerca de 700 categorias não serão atingidas pela tarifa de 50%.

À espera da oficialização da taxação dos itens brasileiros nesta semana, parte dos setores da economia e investidores receberam com alívio a lista de exceções de Trump.

Todavia, segmentos relevantes para a pauta de exportação brasileira como o de café, carne bovina e pescados estarão sujeitos à tarifa de 50%.

Fonte: CNN Brasil

Família Maluf fecha acordo para devolver R$ 210 milhões à Prefeitura de SP

Adesão não encerra todas as ações contra o ex-prefeito, condenado por desvio de verbas voltadas a obras públicas na capital

A família do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, fez um acordo de não persecução civil com o Ministério Público estadual e com a Prefeitura da capital, nesta terça-feira, que visa a devolução de 210 milhões de reais aos cofres públicos, decorrente de casos de desvios de verbas municipais ocorridos entre 1993 e 1998 pelo político.

Em contrapartida, serão encerradas ações judiciais contra o ex-prefeito e algumas empresas por desvios de verbas que atingiram mais de 300 milhões de reais durante a construção do Túnel Ayrton Senna e da Av. Água Espraiada (atualmente Av. Jornalista Roberto Marinho), entre os anos de 1993 e 1996.

No entanto, outras ações civis propostas pelo MPSP continuarão em curso em relação ao próprio Paulo Maluf, sua esposa e empresas acusadas de superfaturamento e pagamento de propina.

Advogado que representou a família do político nas negociações, Eduardo Diamantino destacou que o acordo representa uma solução jurídica para processos que se arrastavam há anos e reforça uma tendência negocial que favorece todo sistema de Justiça.

Segundo a procuradora-geral do município, Luciana Sant’Ana Nardi, “o acordo é muito bom para todas as partes, principalmente para o interesse público, já que se trata do maior escândalo de corrupção de São Paulo”.

Até o momento, de acordo com a Prefeitura, o total recuperado em favor dos cofres públicos por meio de acordos atingiu cerca de 160 milhões de dólares, ou 819 milhões de reais pelo câmbio atual.

Histórico

Fora da vida política há anos, Paulo Maluf foi condenado pelo STF sm 2017 a sete anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro entre os anos de 1993 e 1996, período em que foi prefeito de São Paulo.

Segundo a acusação, Maluf lavou dinheiro desviado de obras públicas e fez remessas ilegais ao exterior, por meio de doleiros, enquanto exercia o cargo, além de ter participado de esquema de cobrança de propinas na prefeitura em 1997 e 1998 (durante a gestão de Celso Pitta), que continuou a contar com seu envolvimento direto nos anos seguintes.

Em 2018, o ex-prefeito foi novamente condenado pelo Supremo por falsidade ideológica com fins eleitorais, devido a fraudes na prestação de contas de sua campanha eleitoral em 2010. A pena é de dois anos e nove meses de prisão em regime semiaberto, convertida, à época, para prisão domiciliar.

Fonte: Veja

Antônio Vicente Albuquerque de Souza e Silva

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Engenheiro paulista, que morreu em junho, foi o precursor da moderna indústria brasileira de ônibus elétricos

Num país indiferente e até hostil à inovação tecnológica, é preciso sempre valorizar o trabalho dos brasileiros pouco conhecidos que deram enorme contribuição ao desenvolvimento da indústria nacional.

ANTÔNIO VICENTE ALBUQUERQUE DE SOUZA E SILVA
Foto: Divulgação Grupo ABC

O engenheiro Antônio Vicente Albuquerque de Souza e Silva, que morreu no dia 5 de junho de 2025, aos 86 anos, em São Paulo, é um desses brasileiros.

Engenheiro elétrico formado no Instituto Tecnológico da Aeronáutica de São José dos Campos, com mestrado na Universidade do Estado de Nova York, Antônio Vicente é o pai do moderno ônibus elétrico nacional.

Em 1978, junto com outro pioneiro, Adriano Murgel Branco, então diretor de Trólebus da antiga Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), colocou em prática o Projeto Sistran.

A meta era renovar a antiga frota de trólebus da cidade de São Paulo, fabricar 1.280 novos veículos e ampliar a rede aérea em mais 280 km.

O desafio era manter a liderança continental do município em transporte sustentável, iniciada em 1949, não mais com veículos importados dos Estados Unidos e Reino Unido, e sim produzidos no país.

Por vários motivos, o Projeto Sistran teve sucesso apenas parcial. A CMTC foi extinta em 1995, mas o legado daquela iniciativa permanece até hoje.

A Grande São Paulo tem atualmente 297 trólebus em circulação, em 201 km de rede. Muito menos do que o previsto originalmente, ainda assim o suficiente para preservar a história de sustentabilidade do transporte público metropolitano.

O legado mais importante, porém, foi o laboratório de inovação em que se transformou o Projeto Sistran. O time liderado por Antônio Vicente produziu os primeiros ensaios de tecnologia brasileira de tração elétrica em transporte público.

A experiência mobilizou empresas que hoje fazem parte da história da indústria. Por exemplo, Scania (chassi), Bardela (motor elétrico), Ciferal/Marcopolo (carroceria), Tectronic e outras.

Com o fim da CMTC, Antônio Vicente e uma parte de sua equipe aceitaram um novo desafio, apresentado pela empreendedora Maria Beatriz Setti Braga: ajudar a criar a primeira empresa privada brasileira de ônibus elétricos.

Foi assim, em 1999, que Antônio Vicente escreveu os primeiros capítulos da Eletra, hoje, a maior empresa do setor no Brasil. Como participante dessa história desde os primeiros dias, pude testemunhar sua obsessão em produzir tecnologia nacional.

Ainda em 1999, ele construiu o primeiro ônibus elétrico híbrido do Brasil. Em outubro de 2001, o primeiro ônibus híbrido elétrico modelo Padron, de 12m60. Em dezembro de 2002, o primeiro trólebus da Eletra.

Já em 2002, a tecnologia forjada em São Bernardo do Campo começou a chamar atenção dos especialistas internacionais.

“Antonio Vicente Silva, da empresa Eletra no Brasil, deu uma contribuição importante para o desenvolvimento dos que provavelmente são os ônibus elétricos híbridos mais bem-sucedidos no mundo até agora” – escreveu o pesquisador C.M. Jefferson, da University of the West of England, no prefácio do livro “Hybrid Vehicle Propulsion” (WIT Press, Southampton, UK, 2002).

Em junho de 2003, em São Francisco (EUA), a Eletra tornou-se finalista na categoria World Technology Award for Energy da The World Technology Awards 2003, um evento reconhecido em todo o mundo e considerado o Oscar da tecnologia.

Em 2013, Antônio Vicente já não estava mais na Eletra, mas a equipe que ele formou seguiu seus passos, lançando o e-Bus, o primeiro ônibus totalmente elétrico fabricado no Brasil.

Em 2017, produziu o Dual Bus 13m20, um veículo capaz de rodar como híbrido, trólebus ou elétrico puro, a critério do operador.

E em 2024, apresentou o E-Trol, um trólebus com baterias e ampla autonomia sem contato com a rede aérea, produzido especialmente para operações em vias segregadas e BRT.

Esse pioneirismo produziu bons frutos. Hoje, o Brasil já tem uma cadeia produtiva completa de ônibus 100% elétricos e uma sólida base tecnológica para atender qualquer demanda, no país e no exterior.

Mais do que justo, é obrigatório honrar a memória dos visionários que, como Antônio Vicente Albuquerque de Souza e Silva, se lançaram, 50 anos atrás, na aventura de criar tecnologia nacional de transporte sustentável no Brasil.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Em evento pré-COP30, Ministério da Saúde discute plano de adaptação às mudanças climáticas

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Conferência internacional reúne especialistas e autoridades para alinhar compromissos e evidências científicas sobre os impactos do clima na saúde pública

O Ministério da Saúde deu início, nesta terça-feira (29), à Conferência Global sobre Clima e Saúde, realizada em Brasília até 31 de julho. O encontro internacional tem como foco a construção de políticas de adaptação do setor saúde frente aos efeitos das mudanças climáticas e está alinhado ao Plano de Ação em Saúde de Belém – proposta que o Brasil apresentará durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, na capital paraense.

“Vivemos um momento que não é apenas de urgência e emergência, mas de necessidade de mobilização para a transformação. Precisamos realizar um verdadeiro mutirão. Esse esforço coletivo é essencial, pois nenhuma pessoa ou país sozinho consegue promover as transformações necessárias. Por isso, a mobilização de toda a sociedade e de todas as nações é fundamental para coordenar e liderar esse mutirão”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Desenhado para ser uma referência global, o plano busca liderar ações de resposta aos impactos climáticos sobre a saúde, com destaque para o enfrentamento de eventos extremos, o fortalecimento de sistemas de alerta precoce e a implementação de estratégias de adaptação nos territórios. A iniciativa, de adesão voluntária pelos Estados Membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), reforça o compromisso do Brasil com a equidade em saúde, a justiça climática e a governança participativa.

“A Organização Pan-Americana da Saúde tem trabalhado com seus Estados Membros, em nível nacional e subnacional, para desenvolver planos de adaptação da saúde às mudanças climáticas e estudos de viabilidade para investimentos. A OPAS está pronta para implementar as políticas mencionadas e o Plano de Ação de Saúde de Belém”, afirmou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa.

Para a CEO da COP 30, Ana Toni, o momento é de consolidar estratégias e construir propostas claras sobre o que deve ser feito. “Sabemos das tragédias e dos riscos, mas queremos que a COP 30 seja também um espaço para soluções e oportunidades — mostrando como saúde e clima podem caminhar juntos”, completou.

A conferência é coorganizada pelo Governo Federal, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Aliança para Ação Transformadora sobre Clima e Saúde (ATACH). Nesta edição, o evento também sedia o encontro anual presencial da ATACH, reunindo representantes de governos, agências internacionais, sociedade civil e especialistas em saúde e clima. O evento é realizado com apoio Fundação Rockefeller, Gates e Wellcome Trust.

A programação inclui sessões plenárias, painéis, oficinas, rodas de conversa e Idea Labs, com foco na troca de experiências e apresentação de soluções inovadoras adotadas por diversos países. As discussões contribuirão diretamente para a consolidação do plano de adaptação que será levado à COP30.

Preparação para a COP30 e legado para a saúde pública

A COP30 será realizada entre 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém (PA), marcando a primeira vez que a conferência acontece na Amazônia – região estratégica para a resiliência climática e a adaptação do setor saúde.

Além do Plano de Ação em Saúde de Belém, o Brasil trabalha na implementação do AdaptaSUS, plano nacional de adaptação à mudança do clima no setor saúde, e do Plano + Saúde para a Amazônia, que também será apresentado na COP 30, com objetivo de promover a equidade, reduzir desigualdades regionais e fomentar tecnologias sustentáveis, respeitando as especificidades socioculturais e ambientais dos estados da Amazônia Legal.

Outro foco é garantir legados estruturantes para a saúde pública, com a ampliação da atenção básica – por meio da construção de Unidades Básicas de Saúde em todo o território nacional e em comunidades indígenas, e do cuidado especializado. Também estão previstas ações para o monitoramento e controle da qualidade da água em Belém e no estado do Pará, priorizando a região Norte, que ainda enfrenta desafios no acesso à água potável.

Fonte: Amanda Milan | Ministério da Saúde

Governo corre para frear tarifaço, e Eduardo dobra aposta contra negociação

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A dois dias do início do tarifaço, o governo e o Congresso buscam soluções para frear a medida, enquanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aumenta o foco em atrapalhar a negociação entre Brasil e Estados Unidos.

O que aconteceu

  • As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros entram em vigor na sexta-feira, segundo o governo americano. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) está à frente de negociações com os EUA. Ele tem conversado com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
  • Na tarde de ontem, Alckmin se reuniu com representantes da Meta, Google, Amazon e Visa. As decisões judiciais do STF contra as big techs estão entre os motivos citados por Trump para sobretaxar o Brasil. O vice-presidente propôs a criação de uma mesa de trabalho para discutir o ambiente regulatório, inovação tecnológica, oportunidade econômica e segurança jurídica.
  • “Estamos trabalhando para que a diminuição da alíquota seja para todos [os setores]”, disse Alckmin após a reunião. Horas antes, Lutnick disse que Donald Trump considera aplicar tarifa zero para alimentos que não são produzidos nos Estados Unidos, como café, manga, abacaxi e cacau.
  • Enquanto isso, o governo elabora um plano de contingência para lidar com os impactos negativos das tarifas e segurar empregos. A proposta foi elaborada pelos ministérios da Fazenda, da Indústria e das Relações Exteriores e entregue a Lula.
  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil não vai deixar a mesa de negociação. Segundo ele, Lula só deve bater o martelo sobre as medidas após a publicação da ordem executiva de Trump.
  • Apesar disso, ainda não há previsão de uma conversa entre Lula e Trump. Fontes do Itamaraty e do Planalto descartaram a possibilidade de um telefonema se “o assunto Jair Bolsonaro estiver à mesa”, conforme apurou a colunista do UOL Mariana Sanches. Os dois ainda não se falaram desde que o republicano foi eleito.

    Congresso x Eduardo Bolsonaro

  • Uma comitiva de oito senadores está nos EUA desde o fim de semana para tentar negociar. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), porém, disse abertamente que trabalha para que eles não encontrem diálogo e que a missão “está fadada ao fracasso”.
  • Senadores enfrentam dificuldades. Eles se reuniram com senadores de oposição a Trump e com empresários americanos. Na tarde de ontem, também se encontraram com dois parlamentares republicanos, mas não foram recebidos por nenhum membro do alto escalão do governo Trump.
  • Eduardo agiu para barrar agendas. O deputado ligou para os gabinetes dos senadores norte-americanos para dizer que o grupo de brasileiros era “golpista” e “não representava e nem falava pelo Brasil”, como mostrou a colunista Mariana Sanches. Ele conseguiu impedir o encontro da comitiva com o senadores republicanos Rick Scott, da Flórida, e Ted Cruz, do Texas.
  • Nas redes sociais, o filho do ex-presidente subiu o tom até mesmo contra aliados. Ele insiste que a única solução para o tarifaço é a anistia a seu pai ou uma mudança nos rumos do julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado. “Todos que ignoram o conteúdo político do problema dão razão a Lula e contribuem para o prolongamento deste impasse”, disse ontem em post no X.
  • O senador Nelsinho Trad, que lidera a comitiva nos EUA, disse ontem que é necessário “pelo menos tentar fazer alguma coisa” em relação às tarifas. “Essa é uma situação muito ruim tanto para os Estados Unidos quanto para o Brasil”, disse em entrevista à Globonews.
  • O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também falou do assunto Em discurso ontem na ONU (Organização das Nações Unidas), em Genebra, defendeu a lei de reciprocidade para responder a “práticas discriminatórias” em relação a produtos brasileiros.
  • Enquanto isso, Eduardo articula por mais sanções. O filho do ex-presidente defende a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, que prevê, entre outras medidas, o congelamento de contas no sistema financeiro dos EUA e o bloqueio de bens em solo americano.

Fonte: UOL

Do lixo zero ao aprendizado: como escolas de Uberlândia estão ensinando sustentabilidade desde a 1ª infância

Projeto de compostagem do lixo orgânico transforma rotina escolar de crianças na rede municipal. Cerca de 20 instituições já adotam compostagem com apoio do Dmae.

Uma iniciativa simples, mas poderosa, está mudando a rotina de escolas municipais de Uberlândia e inspirando as futuras gerações em serem verdadeiras guardiãs do meio ambiente. Em pelo menos 17 escolas, o lixo orgânico da merenda escolar virou matéria-prima para um projeto de compostagem que envolve professores, servidores, alunos e as famílias.

Na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Eurípedes Rocha Roosevelt, no Bairro Presidente Roosevelt, a mudança começou com uma inquietação da professora Gracielle Mendonça, de 44 anos. Ao perceber a dificuldade em obter adubo para os projetos de jardinagem da escola, ela buscou uma solução sustentável: a compostagem.

Ela então participou do curso oferecido pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) e levou para a escola não apenas uma técnica, mas uma filosofia de cuidado com o planeta.

Todos os dias, os resíduos orgânicos da merenda escolar, do café da manhã ao lanche da tarde, são cuidadosamente separados pelos merendeiros. Gracielle, com a ajuda de uma profissional de apoio, recolhe o material, coloca nas quatro composteiras montadas na Emei e mistura com folhas secas do pátio. O processo é natural, enriquecido por minhocas que surgiram espontaneamente.

Depois de pronto, o adubo orgânico pode ser usado nos ambientes verdes da escola. Mas todo esse processo vai além da comunidade escolar.

“Depois que aprendem, as crianças conseguem levar isso pra casa. E eu tenho criança inclusive, que já está desenvolvendo a compostagem em casa e os pais me contam. É muito gratificante”, comentou.

Na Emei, que atende crianças de 0 a 5 anos, a compostagem virou ferramenta pedagógica. Quinzenalmente, pequenos grupos de alunos visitam as composteiras, aprendem sobre o ciclo do lixo e colocam a mão na terra. O resultado? Crianças conscientes, curiosas e influentes.

“Às vezes a gente não pode ajudar o mundo inteiro, mas assim, conscientizar essas crianças daqui e os pais que acabam sendo conscientizados também, com certeza, acho que é a melhor forma de fazer a nossa parte. A partir da conscientização que vem deles”, celebrou a professora.

Um jardim encantado e um futuro sustentável

O biofertilizante fica pronto em até 20 dias e é utilizado no pomar, no jardim da escola e, em breve, em uma horta orgânica que complementará a merenda das crianças.

Com o apoio da diretora Priscilla Felipe Borges Freitas e da comunidade escolar, a iniciativa ganhou força. Mas não parou por aí.

Além da compostagem, a escola cultiva o chamado Jardim Encantado, onde as crianças são chamadas de “guardiões da natureza”, recebem selos simbólicos e participam de atividades lúdicas que reforçam o cuidado com a natureza.

“As professoras levam todos os alunos até esse jardim encantado, que é todo enfeitado. Ali contam histórias pra eles, ajudam a preservar o meio ambiente e ensinam que eles são os guardiões do jardim e da natureza”, disse a diretora.

Os pais também são inseridos nas atividades ambientais, participam de mostras e conhecem os espaços verdes e as composteiras da escola de perto.

E durante as reuniões com os responsáveis, a escola ainda promove rodas de conversa sobre sustentabilidade, ampliando o impacto da educação ambiental para além dos muros escolares.

Movimento que cresce e inspira

A Emei Eurípedes Rocha Roosevelt é uma das 21 instituições de Uberlândia que já adotaram a compostagem com apoio do Dmae. Além de escolas, a iniciativa também é acompanhada em alguns projetos sociais.

Desde os primeiros projetos-pilotos em 2022, o Departamento tem oferecido suporte técnico, treinamento e acompanhamento contínuo às escolas. Veja a lista abaixo.

Instituições e escolas que fazem compostagem em Uberlândia

  • Escola Municipal Dr. Afrânio de Freitas Azevedo
  • EMEI Pampulha
  • Lar Espírita Maria Lobato de Freitas
  • ABC do Glória
  • EMEI Prof. Veridiana Rodrigues Carneiro
  • EMEI Professora Sônia Aparecida Álvares de Oliveira
  • Centro de Educação Infantil Fundação Maçônica
  • Escola Municipal Prof. Leôncio do Carmo Chaves
  • EMEI Eurípedes Rocha
  • EMEI Prof. Saint’ Clair Netto
  • Escola Municipal Prof. Mário Godoy Castanho
  • Escola Municipal Guarda Antônio Rodrigues do Nascimento
  • EMEI Professora Eloah Marisa de Menezes
  • Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
  • Escola Estadual Frei Egídio Parisi
  • ONG Ação Moradia
  • EMEI Bairro Esperança
  • Centro Educacional Infantil Irmã Odélcia
  • Escola Municipal do Shopping Park
  • Centro Educacional Infantil do Bairro Jardim Holanda
  • Escola Municipal Domingas Camim

Fonte: G1 – Triângulo e Alto Paranaíba

Itaipu e Receita Federal fazem contrabando virar energia limpa

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Produtos apreendidos são processados em biogás

Dentro do lado brasileiro da usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, na fronteira com o Paraguai, funciona uma usina de biogás e biometano. O local, preparado para transformar resíduos orgânicos em energia limpa, já recebeu a visita de carretas da Receita Federal com produtos aprendidos, como feijão e milho.

A ação é fruto de uma parceira do órgão arrecadador de tributos com o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), que opera a biousina. O CIBiogás é uma empresa fundada por Itaipu Binacional e voltada a soluções na área de combustível limpo.

Além da parceria com a Receita, a biousina tem acordos com a Polícia Federal (PF) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Essas parcerias dão um destino improvável a mercadorias apreendidas fruto de contrabando (mercadoria proibida) e descaminho (produtos que entram no país sem pagamento de impostos).

Na área de estoque da planta estão litros e mais litros de vinho, toneladas de açúcar e outros produtos, como azeite, óleo, batata, chiclete, farinha, cacau e pó de café.

De acordo com o diretor de Estratégias de Mercado do CIBiogás, Felipe Marques, já foram mapeados mais de 400 tipos de resíduos capazes de serem transformados em energia limpa.

Biodigestão

Um enorme tanque vedado proporciona a biodigestão, processo em que a matéria orgânica desses produtos é transformada em biogás. O resultado final é um gás combustível renovável, ou seja, energia limpa, que ajuda a diminuir a emissão de gases do efeito estufa, causadores do aquecimento global e, por consequência, das mudanças climáticas que tornam mais frequentes as tragédias ambientais.

Marques explica que, em termos de emissão de gases do efeito estufa, o biometano se iguala ao etanol, outro combustível renovável utilizado por automóveis. “É praticamente a mesma emissão”, diz.

“O biometano sendo usado para substituir diesel causa um impacto muito grande em termos de redução de emissões”, afirmou.

Além da parceira com os órgãos federais, o biodigestor em Itaipu recebe resíduos de restaurantes do complexo de Itaipu. A planta processa meia tonelada de rejeitos por dia. Desde 2017, já foram 600 toneladas. O ritmo pode aumentar, uma vez que a capacidade é de até 1 tonelada diária.

Abastecimento

Do biogás é produzido o biometano, que tem características semelhantes ao gás natural, sendo usado para abastecer a frota de veículos leves do complexo e o ônibus de turismo da hidrelétrica.

A biousina produz cerca de 200 metros cúbicos (m³) por dia de biogás e 100 m³/dia de biometano, o que permite abastecer diariamente dez carros.

Desde 20127, a unidade já abasteceu 41,3 mil m³ de biometano, o que possibilitou 484 mil quilômetros rodados. Os técnicos do CIBiogás informam que a planta já foram processou:

  • 22 toneladas de leite em pó provenientes da Índia e apreendidos no Porto de Paranaguá, no Paraná
  • 75 toneladas de cacau vindos da Tailândia, também apreendidos em Paranaguá
  • 9 mil litros de azeite
  • 5,5 toneladas de leite em pó
  • 870 litros de vinho

Integrante da Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico do CIBiogás, Geovani Geraldi explica que é preciso dosar o conteúdo levado para o biodigestor, a fim de garantir a qualidade do biogás e biometano produzidos.

“Farinha produz muito biogás, mas não tanto assim de metano. Então, eu preciso dosar a farinha com mais calma do que azeite de oliva, que produz muito biogás e é rico em metano, então coloco mais azeite de oliva”, exemplifica.

“Dosando com aquilo que temos também de estoque, se não vai poder faltar futuramente. A gente tem todo esse controle operacional”, completa.

De acordo com Marques, a Petrobras já demonstrou interesse em comprar o biometano gerado na biousina.

“Eles estão bem engajados em termos de usar biometano e impulsionar o mercado de biometano no Brasil”, contou.

Dos resíduos também é possível se produzir biofertilizantes, utilizados na irrigação de gramas ou áreas degradadas.

SAF na COP 30

Também a partir da biodigestão de apreensões da Receita e da PF, a unidade do CIBiogás desenvolve o bio-syncrude, um óleo sintético que pode ser usado na produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação, na sigla em inglês). O SAF pode reduzir significativamente a emissão de gases do efeito estufa, em comparação com o querosene de aviação tradicional.

Itaipu Binacional prepara uma demonstração do óleo sintético para apresentar durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que ocorrerá em novembro, em Belém.

Há uma parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para desenvolver o SAF a partir do refino do bio-syncrude. Os investimentos em energia renovável são uma das apostas de Itaipu Binacional para aumentar a geração de energia.

*A reportagem da Agência Brasil viajou a convite da Itaipu Binacional

Fonte: Agência Brasil