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COM 5G, POLÍTICAS DE E-CIDADANIA SÃO ESSENCIAIS PARA CONSTRUÇÃO DA NOVA ECONOMIA DIGITAL E DE CIDADES INTELIGENTES

Atilio Rulli
Atilio Rulli
Vice-Presidente de Relações Públicas da Huawei na América Latina e Caribe, com contribuição significativa na construção de parcerias que alavancam a transformação digital no Brasil. O executivo já atuou como gestor de Rede e Data Center da Prodam – SP, passando por multinacionais como Cabletron, Enterasys e CISCO, onde foi responsável pela área de Diretorias Regionais de Vendas.

Não deve demorar muito para que o acesso às tecnologias seja considerado um direito universal, como já são a saúde e a educação

O 5G abre uma enorme janela de oportunidades para a sociedade brasileira. Até o final da década, veremos surgir novos e melhores produtos, mais rapidez e agilidade na prestação de serviços, novas formas de geração de renda, novos postos de trabalho melhores e mais qualificados e a multiplicação de novos negócios mais competitivos e eficientes. 

No entanto, uma reflexão importante se faz necessária no atual momento, principalmente para as cidades em seu caminho de se tornarem inteligentes. Para não perderem essas oportunidades, os governos, as instituições e as empresas precisam encontrar formas de garantir o acesso amplo e inclusivo de toda a população aos benefícios que as novas tecnologias certamente proporcionarão. Há um abismo digital a ser combatido com soluções concretas a serem implementadas ainda na atual conjuntura.

Não deve demorar muito para que o acesso às tecnologias seja considerado um direito universal, como já são a saúde e a educação. Estas, por exemplo, passarão por exponencial transformação com tecnologias como cloud computing, inteligência artificial e internet das coisas, que o 5G ajuda como uma estrutura onde esses sistemas podem ser aplicados em todo o seu potencial. 

Para os gestores municipais, isso significará oferecer às redes de saúde e de educação, por exemplo, novas formas de atendimento, de diagnóstico, de distribuição de medicamentos, de plataformas de educação, de aprendizado, de recursos pedagógicos e de muitos outros serviços digitais.

É importante ressaltar que as soluções para a superação do abismo digital em nosso país existem e estão mais próximas do que imaginamos. Requerem, no entanto, planejamento e visão de futuro adequados às demandas que a tecnologia e o mercado necessitam. Para superá-lo, elencamos três pilares essenciais nessa tarefa: a conectividade, o acesso a dispositivos móveis e a capacitação

No caso da conectividade, trata-se do acesso à rede móvel com qualidade. No momento, muitas cidades estão instalando sua infraestrutura 5G e organizando as regras para o setor. O trabalho avança em todo o país com celeridade desde que o processo começou efetivamente em junho deste ano. Atualmente, 83% dos municípios brasileiros são cobertos pela internet, ou seja, há ainda 17% que precisam melhorar suas redes de conexão. 

O leilão do 5G, que aconteceu no ano passado, foi inovador ao destinar 90% dos recursos para obrigações contratuais, garantindo a infraestrutura. Esses recursos devem permitir a instalação, por exemplo, de 36 mil quilômetros de rodovias com tecnologia de banda larga móvel, de escolas conectadas e de outros serviços em todas as regiões do país. 

No caso do acesso a dispositivos móveis, segundo a Anatel, o país conta hoje com 261 milhões de celulares e cerca de 100 milhões de tablets que, somados, chegam a 361 milhões de aparelhos ou 1,6 aparelhos por habitante. No entanto, a distribuição, como a renda, é muito desigual. Os cidadãos das classes D e E correspondem a menos de 1% dos usuários. Neste caso, o poder público pode fazer muito a partir de políticas públicas como a aquisição e distribuição de celulares ou o acesso subsidiado e mais barato a essas tecnologias.

Por fim, é necessário fazer uma reflexão sobre capacitação, formação e treinamento voltados para duas frentes diferentes: a redução do analfabetismo digital e a formação de uma mão de obra qualificada, essencial para garantir o desenvolvimento do setor de TIC no país. Posso dizer que este é o fator mais importante na redução do abismo digital brasileiro. A educação é a área que requer o maior esforço dos diversos atores sociais. 

O poder público deve fomentar políticas educacionais direcionadas às novas demandas, as instituições de ensino públicas e privadas precisam atualizar suas grades curriculares e oferecer cursos, treinamentos e certificações e, por fim, as empresas precisam participar ativamente desse sistema de capacitação. A Huawei, por exemplo, tem inúmeras iniciativas, como o ICT Academy e o Seeds for the Future, que são realizados em parceria com governos, instituições e mais de 190 universidades só no Brasil. Desenvolver talentos é a chave para o sucesso digital de qualquer país.

A situação brasileira, se comparada a outras realidades, e desde que não se perca a janela de oportunidades aberta neste momento, é positiva.  A inclusão está acontecendo de maneira rápida. Dados do Banco Central mostram que temos mais de 182,2 milhões de brasileiros com acesso ao sistema bancário, graças ao advento do pix, aos programas sociais de renda mínima e aos bancos digitais. 

Na área de e-gov, segundo o Banco Mundial, em uma pesquisa que englobou 198 países, o Brasil ocupa a 2a posição em serviços digitais oferecidos pelas três esferas de governo, atrás somente da Coréia do Sul. Ocupamos a primeira posição entre todos os países das Américas e entre os países com mais de 100 milhões de habitantes, com mais de quatro mil serviços oferecidos à população. É um fato notável.

Este é o caminho a ser traçado para que o Brasil se desenvolva plenamente como nação conectada e apta a se destacar na nova economia digital, que já corresponde, hoje, a 50% de toda riqueza global.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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