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INOVANDO COM GAMIFICAÇÃO: O PODER DA INOVAÇÃO NOS JOGOS SOCIAIS

Thais Zschieschang
Thais Zschieschang
Internacionalista, cientista política, mestra e doutoranda em Psicologia Social (PUC/SP). Especialista em inovação pública e socioambiental, cofundadora do Delibera Brasil e pesquisadora pela PUC/SP. Criadora do Manual Participativo e do Jogo do Desenvolvimento Sustentável, autora do Mulheres e Política no Brasil, integrante Conexão Inovação Pública e Coalition for Digital Environmental Sustainability - CODES (PNUMA e PNUD). Mentora ABStartups, BrazilLAB, SEBRAE e Social.LAB.

Chamados também de jogos de propósito ou jogos sérios, são ferramentas socioeducativas de ativação cultural

Os jogos sociais, também chamados de jogos de propósito ou jogos sérios, são ferramentas socioeducativas de ativação cultural que permitem, a partir de experimentações lúdicas ou trajetos gamificados, possibilitando o aprofundamento de agendas de impacto socioambiental.

Os jogos são compostos por sequências lógicas de comando de ação que permitem aos jogadores uma imersão temática dentro das atividades desempenhadas para o alcance de um objetivo individual ou coletivo, podendo ter natureza grupal ou de competição um a um. A definição de sua estruturação depende de seu público ativado e objetivo.



E o que isso tem a ver com a inovação? Os jogos sociais são ótimas ferramentas de sensibilização temática, uma vez que seu formato descontraído possibilita uma inserção mais suave de temáticas complexas e/ou negativas. Aliado a este benefício, está o alcance de públicos de interesse que são captados a partir de seu formato, e não de sua temática.

A utilização de tais ferramentas permite que, a partir de sua estruturação, sejam pensadas novas formas de intervenção ou soluções para tais problemas. Ou seja, além de apoiar com a informação e sensibilização de públicos-alvo sobre temáticas que são consideradas desafios sociais ou ambientais, também pode trazer características de fomento estratégico de criação de soluções inovadoras.

Os benefícios podem ser gerados para públicos internos das organizações que fomentam o desenvolvimento de tais jogos e também para os públicos externos aos quais eles se direcionam enquanto ferramenta de intervenção, que alcançam espaços corporativos, como empresas e institutos empresariais, organismos sociais e coletivos, ambientes educacionais em diferentes níveis e o próprio poder público.

Entre os possíveis exemplos de temáticas ativadas em jogos sociais, podemos trazer a própria diversidade: é possível tratar temáticas como a desigualdade de gênero e a justiça racial, promovendo ambientes mais inclusivos; ou o desenvolvimento local e a infraestrutura urbana, para melhor compreensão do cenário vivido.

A criação e desenho de jogos é, em si, uma intervenção que fomenta a inovação, uma vez que, para a criação de qualquer tipo de jogo social – seja ele digital ou analógico -, a cocriação é ferramenta central. O que demanda a interação de diferentes pessoas, com complementaridade de perfis para pensar um fenômeno, um objetivo de intervenção social que cause um impacto social e/ou ambiental, assim como a articulação da futura da solução e os públicos que serão beneficiados por ela.

No desenho de jogos sociais ganhamos na compreensão de maturidade do problema ou desafio enfrentado, pensando suas causas e efeitos e seus públicos interessados enquanto pessoas que precisam ter conhecimento desse fenômeno ou que podem intervir na sua resolução, uma vez que cada jogo é adaptado ao seu público direto em formato, linguagem utilizada e canais de distribuição.

Em um segundo momento, o ato de jogar permite que os participantes avancem para além da sensibilização. Um vez integrados às temáticas, os jogos podem sugerir estratégias de mudanças de comportamentos ou de compreensões, se tornando também uma ferramenta de mobilização, que avança para além das pessoas que tiveram acesso ao conteúdo lúdico, transbordando em suas áreas de influência, como ambientes familiares, sociais, educacionais e mercadológicos experimentados pelos jogadores.

Para além dos benefícios de socialização, fortalecimento de grupo e impulsionamento de lógicas e princípios inovadores, os jogos sociais são importantes ferramentas de incidência temática em questões socioambientais, passíveis de uso em esferas sociais, privados e governamentais, inclusive para a criação de soluções inovadoras.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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