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“AS CARTAS DO DIA SEGUINTE” TRAZ REFLEXÃO SOBRE O FUTURO DA HUMANIDADE

Livro narra distopia protagonizada por uma mulher, que aborda conceitos como misoginia e pós-humanismo

E se a sua história fosse contada pelas pessoas que passaram na sua vida? É dessa forma que acompanhamos a história de Martha Schwarz em “As Cartas do Dia Seguinte”, distopia escrita por Alan Demanboro. Ambientada em uma sociedade na qual o Estado não prevalece mais, o livro aborda a vida da protagonista do ponto de vista de quem a conhece, transpassando temas como misoginia e transhumanismo.

A partir da abordagem da narrativa de Martha, o autor provoca questionamentos por meio da construção de uma sociedade organizada por grupos, nos quais o poder financeiro é fator chave para a participação ou não de alguém. Nesse sentido, os que estão à margem da sociedade são conhecidos como pertencentes à franja.



Além disso, devido ao avanço tecnológico, muitas atividades passaram a ser realizadas por máquinas e a humanidade é capaz de escolher todas as características de um indivíduo antes que ele nasça ou no decorrer da vida. Dessa forma, a tecnologia é utilizada para a melhoria das habilidades humanas.

“A ideia principal é especular a respeito de quais rumos nossa sociedade está tomando e fazer uma crítica social, focando naquilo que temos de mais preocupante como, crise de identidade, crise ambiental e futuro em que o estado desapareceu”, aponta o autor Alan Demanboro, sobre o propósito de seu livro.

Em busca de criar algo que fosse o retrato da nossa época e das nossas neuroses, o escritor traz um aspecto mais adulto e violento para o livro e reflete sobre o significado por trás do título da obra: “O título remete ao dia seguinte de pessoas que passaram por dias traumáticos, nos quais elas estão passando isso adiante e confessando seus dias ruins”, explica.

O autor também reflete sobre aprofundar o debate fora da polarização sobre o homem do futuro em que as opiniões geralmente são divididas entre os que acreditam que a tecnologia vai mudar a vida e trazer consequências somente positivas e os que pensam que a revolução tecnológica será o fim da humanidade.

Alan Demanboro é paulistano, mestre em psicologia, com experiência em centros de saúde e de pesquisa. Sua prática clínica o aproximou dos dramas, dores e vivências das pessoas sob seus cuidados e das grandes questões bioéticas acerca do futuro da humanidade. Escreveu “A Casa de Concepção”, um drama familiar contado a partir dos pontos de vista conflitantes de seis irmãs e “O caderno de Sangue”, um romance kafkiano e surreal acerca da brutal perseguição a uma jovem e sua lenta transformação naquilo que dela se espera. Estes dois livros, o autor publicou como ebooks pela Amazon.

A tecnologia no futuro da humanidade

“As Cartas do Dia Seguinte” traz à tona uma sociedade que começa a discutir o pós-humanismo e o que fazer para sobreviver com a chegada das máquinas. A participação da protagonista Martha Schwarz se torna relevante nesse contexto porque ela é da franja – forma que o autor intitula os marginalizados – e sobrevive a situações adversas como abusos e trabalho não remunerado.

“Mostrando a trajetória e o confronto com o sistema, tentei criar a história baseada nas angústias do contemporâneo, por meio de subnarrativas que abordam a imersão virtual, a manipulação genética, os avanços da automação e seu impacto real e fantasiado sobre a vida das pessoas. Desse modo,  a história tem um desenvolvimento que traz conflitos com a máquina e entre os gêneros”, afirma o escritor.

Além disso, dentre tantos conflitos, a presença de mais de um gênero também se torna obstáculo para a evolução. Logo, o livro debate a questão de gêneros quando é sugerido um controle da população feminina na narrativa.

Nesse contexto, a história protagonizada por Martha é contada por outros, seja pelo bem ou pelo mal, tanto que, os títulos de capítulos trazem os nomes daqueles que a conhecem. Demanboro ressalta que é preciso cautela na interpretação da personagem, por conta do viés apresentado pelo contador.

Embora se trate de uma distopia, que traz especialmente alguns aspectos de 1984 – escrito por George Orwell, conhecido por um epílogo reflexivo e pessimista -, o autor escolhe apontar uma mensagem de redenção e esperança. “O final não é feliz, mas também não é fechado numa situação destrutiva. É pensado como se a luta continuasse, ressaltando que temos um futuro e motivos para brigar por ele”, finaliza Demanboro.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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