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POR QUE INSTRUMENTAR A INOVAÇÃO?

Thais Zschieschang
Thais Zschieschang
Internacionalista, cientista política, mestra e doutoranda em Psicologia Social (PUC/SP). Especialista em inovação pública e socioambiental, cofundadora do Delibera Brasil e pesquisadora pela PUC/SP. Criadora do Manual Participativo e do Jogo do Desenvolvimento Sustentável, autora do Mulheres e Política no Brasil, integrante Conexão Inovação Pública e Coalition for Digital Environmental Sustainability - CODES (PNUMA e PNUD). Mentora ABStartups, BrazilLAB, SEBRAE e Social.LAB.

O papel das ferramentas inovativas em trilhas de Ideação, Incubação, Aceleração, Tração e Internacionalização.

A instrumentalização inovativa nada mais é do que um tipo de fomento para a criação e desenvolvimento de soluções inovadoras, faseadas por seu momento de negócio, ou seja, por sua maturidade.

Em estágio inicial, existem os programas de ideação, que consistem em um debruçar profundo de problemas para que sejam conceitualizadas soluções com base em desafios reais e seus respectivos dados; e de incubação, que consiste no amadurecimento dos conceituais aplicados em uma prototipação – que possui formatos diferentes, a partir da natureza do problema e da solução desempenhada.



Em maturidade média, são operadas as pré-acelerações e acelerações, onde a ação prévia depende da validação da solução e sua modelagem, que corresponde aos testes de interesse na solução dentro de seus ecossistemas e com seus públicos de interesse, para além de seu impacto direto no problema foco. A aceleração em si representa ferramenta de aprimoramento da solução validada, para que ela seja o mais efetiva e eficaz possível.

Em estágio avançado, estão a tração de mercado, que representa esforços de escala da solução desempenhada para alcance de novos públicos e localidade, com expansão de sua capilaridade, podendo chegar à internacionalização, com operação em mercados externos.

Uma vez que a instrumentalização de soluções possui tempos de desenvolvimento diferentes, o que elas têm em comum? O uso de templates, ou seja, de modelos de fomento à cocriação colaborativa – em sua maioria visuais, que trazem em si perguntas- chave sobre o problema foco, a solução desempenhada e o que os rodeiam, de atores de interesse e ecossistema temático.

Estes modelos são repartidos entre ideias de aplicação a partir do momento de cada solução e do nível de sua maturidade, e apesar da vasta disponibilidade de formatos, os mesmos objetivos são observados, assim como o preenchimento de campos e perguntas análogas, perpassando contextos do problema, objetivos da solução e impacto gerado; seguindo pela proposta de valor da solução e sua análise de mercado com atores de interesse, como usuários, clientes, possíveis parceiros e concorrentes de mercado, incluindo fontes de receita; e operacionalização da solução, com custos de investimento e detalhamento de execução.

O acesso aos templates não é, na maioria dos casos o suficiente, para a instrumentalização das soluções, tendo as formações, facilitações e mentorias papéis centrais nessa realização. Sem saber a melhor forma de usar tais modelos, sua utilidade é questionável.

Os olhares externos, de especialistas temáticos ou em desenvolvimento de negócio, somam às soluções com a percepção adiantada de inconsistências, indicativos de ações de mitigação de riscos ou até mesmo de aprimoramento e ampliação do valor agregado das soluções em seus propósitos. Essas construções colaborativas são experimentadas a partir da exposição a contrapontos de perfis diversos.

Outro fator relevante é o tempo de ação dentro de uma agenda de acompanhamento externa: se os idealizadores e realizadores das soluções são acompanhados por organizações e parceiros externos, tendem a se comprometer com tempos de desenvolvimento mais dinâmicos e de forma planejada, segundo a orientação de prioridades mapeadas.

Por fim, mas não menos essencial, temos a visibilidade e as conexões de ecossistema, que podem ser armadilhas ou oportunidades, a depender de como são ativadas. Então uma boa estratégia de prospecção se faz muito necessária, no sentido de chegar às pessoas certas e ofertar algo que de fato faça sentido para elas naquele momento, e isso vai além da própria solução em bom nível de entregáveis e impacto, mas também como conteúdos e trocas temáticas relevantes.

Com isso, podemos constatar que a construção de jornadas inovativas passa por processos de aprendizagem, orientação, experimentação e relacionamento, cuja base essencial são as trocas desempenhadas, que são facilitadas por intermédio de metodologias instrumentadas e orientativas.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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