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TRANSPARÊNCIA E COLABORAÇÃO NOS INDICADORES DO RANKING CSC

Willian Rigon
Willian Rigon
Geógrafo pela Universidade de São Paulo e com MBA em Marketing (FGV) e Gestão de Negócios (FIA), é sócio diretor de Novos Negócios da Necta, sendo o pesquisador responsável do Ranking Connected Smart Cities e outros estudos de abrangência nacional. É palestrante e professor convidado no curso de Cidades Inteligentes e no Learn Connected Smart Cities.

Desde sua concepção o Ranking Connected Smart Cities auxilia gestores públicos a avaliar o nível de desenvolvimento das suas cidades. É chegada a hora de expandirmos essa participação para a construção de novos indicadores.

Recapitulando rapidamente, o Ranking Connected Smart Cities foi concebido pela Necta e a Urban Systems em 2014 para ser lançado em sua primeira edição em 2015, trazendo dados e indicadores que refletissem o nível de desenvolvimento inteligente das cidades brasileiras, partindo da adaptação de pesquisas e estudos internacionais para a realidade das cidades brasileiras.

De lá para cá foram definidos os 11 eixos temáticos de análise, a relação e conexão entre os indicadores, definidas as formas de coleta dos dados, escolhida a metodologia de ponderação e análise a ser utilizada, mapeada as fontes de informações disponíveis e segmentada a forma de disposição dos resultados, neste caso, por regiões geográficas, porte de cidade e eixos temáticos.



Desenvolver um estudo, para quem envereda pelo campo acadêmico, não é tarefa fácil. Ainda mais quando este se propõe a avaliar e comparar uma amostra significativa das cidades brasileiras, 677 cidades na última edição, todas aquelas com população superior a 50 mil habitantes, que representam, é verdade, apenas 12,1% das 5.575 cidades brasileiras, mas abrangem 70% da população nacional e mais de 80% do PIB brasileiro.

Assim, de partida, o estudo se propõe a uma investigação ampla dos municípios brasileiros, diferente dos nossos estudos quando na academia, que buscam um aprofundamento em uma praça ou região específica, geralmente aquela cidade que nos acolhe ou de onde somos originários. Ainda assim, o Ranking Connected Smart Cities se propõe a avaliar um espectro amplo de indicadores e segmentos que compõem as cidades brasileiras, da mobilidade ao urbanismo, da educação à saúde, da energia à tecnologia, do empreendedorismo à economia, do meio ambiente à governança, e claro a segurança. 

A Carta Brasileira de Cidades Inteligentes pressupõe que uma das diretrizes norteadoras das cidades inteligentes é decidir com base em evidências, utilizando-se de dados e sistemas de forma responsável, transparente e compartilhada. E estes são pressupostos e valores internos ao Ranking Connected Smart Cities e aos seus correalizadores: Urban Systems e Necta. 

Em sua concepção, a responsabilidade foi fator decisivo para compreender e definir indicadores utilizados na pesquisa, assim como definir as metodologias de análise e formas de coleta. Isto porque uma vez publicados os resultados, sabíamos que o tema sensibilizaria gestores, entidade civil e claro, a imprensa, que não é somente responsável por pulverizar a divulgação, como também opinar e criticar, resultados, governos e governantes.

Com publicações anuais, o Ranking Connected Smart Cities sofreu adequações e adaptações a cada edição, oriundos das mais diversas formas de colaboração: da academia, do setor público, dos especialistas setoriais, das empresas privadas, autarquias e sociedade civil em espaços criados para esta dinâmica participativa, como os encontros regionais realizados de 2016, ou por meio de contato direto com os realizadores e a troca de experiências e informações. Fizeram parte das discussões de indicadores, diferentes organismos ao longo do tempo, dentre eles a Rede de Cidades Inteligentes e Humanas e a Spin, além do impacto positivo causado pela publicação da ISO 37.122 de indicadores para cidades inteligentes (publicada em 2019) e da sua tradução pela ABNT, a NBR 37.122 (publicada em julho de 2020).

Outro fator importante, percebido desde o início do desenvolvimento do projeto, foi a importância de expor a origem dos dados e informações coletadas, compreendendo que a transparência é a chave para o entendimento do conteúdo e mensagem disponibilizado pelo Ranking Connected Smart Cities, compartilhando a responsabilidade com gestores públicos e entidades nacionais, quanto a qualidade e veracidade dos dados disponibilizados, a partir do relatório consolidado do estudo que traz desde seu início as fontes de coleta, datas de coleta ou referência da informação e a partir dos últimos anos também o link direto para acessar estas informações.

Aliás, desde 2020 também foram criadas formas digitais de consultar o banco de dados do estudo, em 2020 em plataforma html e em 2021 em formato PowerBi, universalizando o acesso aos dados e posições no Ranking.

Então, traçado esse panorama, como ser mais colaborativo e transparente, e continuar perseguindo os objetivos traçados para o Ranking Connected Smart Cities: servir como um primeiro diagnóstico para as cidades brasileiras e auxiliá-las a galgar degraus em seu nível de desenvolvimento inteligente?

Simples. Colocando abertamente a discussão de indicadores em uma série de eventos estruturados junto a cidades, especialistas e academia, para que possamos pensar outros indicadores que possam ser incorporados no estudo e discutir fontes, formas de coleta e validação destes indicadores, sem perder o caráter responsável que carregamos por sete anos.

Assim, o evento contará com cidades, estudiosos e especialistas que compartilharão como estão lidando com o planejamento e desenvolvimento de ações no âmbito das cidades inteligentes, em cada um dos eixos apresentados. Entretanto, é imprescindível que estas ações e acompanhamento tragam a discussão de dados e indicadores utilizados para mensuração de fenômenos ou acompanhamento do sucesso das soluções implantadas, pois mais do que discussão e apresentação, precisamos ser propositivos quanto a sugestão de novos indicadores que reflitam as ações e análises já implantadas pelas diversas cidades brasileiras.

O calendário de divulgação do evento você acessa clicando aqui e você pode se inscrever para participar como debatedor preenchendo o formulário ou ser notificado dos eventos se inscrevendo no newsletter. Mas importante: ao preencher o formulário deixe um descritivo do eixo de interesse e de como você pode contribuir na discussão, para que possamos selecionar participantes que irão de forma responsável, colaborar na construção da edição 2022 do Ranking Connected Smart Cities.

Vamos nessa? Corram, porque já vai começar.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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