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BOAS PERSPECTIVAS A MOBILIDADE EM 2022

Pedro Palhares
Pedro Palhares
Gerente geral do Brasil no Moovit. Atuou por 12 anos no mercado financeiro e, em 2013, a convite do então secretário de transportes do Rio de Janeiro, migrou para a área pública, onde foi o responsável pela abertura dos dados do transporte público. Formação: Administração de Empresas (IBMEC-Rio) e Finanças (FGV).

A primeira evidência é o crescimento do uso de transporte público, que está voltando aos níveis pré-pandemia – mesmo com o período de férias e o forte impacto da variante ômicron.

Acabamos de passar pelo período de festas, em que encontramos nossos amigos e familiares e desejamos tudo de bom para o ano que começa. E esperamos que 2022 seja, de fato, um ano mais feliz para a mobilidade. Após um longo período de incertezas, com muitos desafios superados, já vemos alguns indícios de que o ano que começa será melhor. Alguns problemas persistem, mas temos visto boas perspectivas.

A primeira evidência é o crescimento do uso de transporte público, que está voltando aos níveis pré-pandemia – mesmo com o período de férias e o forte impacto da variante ômicron. O volume de usuários ativos do Moovit em dezembro de 2021, um bom termômetro para aferir a frequência do transporte público, já foi o maior desde março de 2020.



Isto beneficia diretamente a subsistência dos operadores. Com mais passageiros retornando, podemos esperar uma receita mais próxima do planejado. Ajuda, mas que não cobre o imenso passivo gerado pela pandemia, e a redução do uso de transporte público que ocorre globalmente mesmo antes da Covid-19. Este ano é um bom momento para avançar e  aprimorar a discussão sobre o modelo de financiamento do transporte público, de forma que os serviços possam ser estruturados e oferecidos com qualidade. 

Mais passageiros significam mais receitas. Porém, muitos ainda estão inseguros por conta das alterações nos serviços realizados durante a pandemia. Outros se sentem um pouco perdidos pela falta de costume nos últimos meses. Nos dois casos, a solução é uma só: informação. Algo que vimos crescer recentemente, e deve ficar ainda mais intenso neste primeiro semestre, foi o número de empresas de transportes, prefeituras e outros componentes do ecossistema da mobilidade urbana empenhados em compartilhar informações com o passageiro. O objetivo é oferecer uma melhor experiência, para garantir que ele volte e traga mais usuários.

Há algumas semanas o Moovit passou a exibir os horários em tempo real para ônibus de Niterói e outras cidades da região metropolitana do Rio, além de informar em quais veículos é possível pagar por aproximação. Essas informações ficam disponíveis graças a uma parceria com o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj) e a RioCard Mais. O benefício ao passageiro foi imediato, e sem gerar custos para os operadores.

Por conta disso, outras cidades da região metropolitana do Rio e do interior do estado de São Paulo já nos procuraram para estabelecer parcerias semelhantes em 2022 — e uma grande capital nordestina também está nas conversas. 

Eventos

Outra boa notícia para o setor da mobilidade urbana é a retomada dos eventos presenciais. Nós falamos muito por vídeo nos últimos anos, uma tendência que seguirá. Mas estamos todos sentindo falta de uma conversa tete a tete, e todos os benefícios envolvidos. O Connected Smart Cities foi pioneiro, com seu Evento Nacional no ano passado sendo um dos primeiros a testar com sucesso os protocolos sanitários para a realização de feiras corporativas. Diversos outros encontros tradicionais do setor já estão sendo organizados para movimentar o mercado uma vez mais. E há novidades muito bem-vindas, como o Parque da Mobilidade Urbana, que estreia em meados de 2022.

Não dá para falar de boas perspectivas para este ano sem falar em automação de veículos. Pode parecer algo ainda distante, que evoluirá bem daqui para o fim da década, mas temos perspectivas de ver serviços autônomos funcionando na Europa e Oriente Médio, como o MoovitAV, até o fim do ano. É um tema que entrará nas nossas agendas e para o qual devemos nos preparar. Na mobilidade urbana o impacto será grande na redução de custos e na criação de serviços alimentadores e sob demanda.

Isto é o que tentamos prever. Há muitos fatores imponderáveis que podem acelerar ou atrasar alguns dos pontos citados, ou ainda trazer novos elementos. O que não muda é a perspectiva de que este ano será melhor que os dois últimos. Feliz 2022!

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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