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Brasil preparado para ser o grande líder global em sustentabilidade no turismo

A América Latina e o Caribe estão destinados a desempenhar um papel de protagonismo no turismo global, e o Brasil se destaca como um ator-chave

Gloria Guevara — candidata do Governo do México à Secretaria-Geral da ONU Turismo. Foi ministra do Turismo do México e CEO do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC)

Nesta quinta e sexta-feira, 29 e 30 de maio, em Segóvia, Espanha, acontecerão as eleições para renovar a Secretaria-Geral da ONU Turismo. Será uma oportunidade para traçar um novo rumo que leve o turismo global a outro patamar, gerando crescimento e desenvolvimento equitativo para todos os países.

Parque Tecnológico de Santos é importante agente de inovação para o setor portuário

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Parque conta, atualmente, com 44 startups incubadas, incluindo iniciativas que dinamizam as operações do maior porto da região

Quando se pensa em Santos, é impossível não lembrar do maior porto da América Latina, que, há 133 anos, impulsiona o desenvolvimento econômico do País e respondeu, em março, por 29,4% da sua corrente comercial (dado da Autoridade Portuária de Santos). Mais do que a movimentação de cargas, o Porto também é peça chave na geração de empregos e na arrecadação do município.

O tamanho da operação faz com que a receita de Santos seja atípica, com o ISS (Imposto Sobre Serviço) sendo o principal tributo, tendo arrecadação estimada em R$ 1,55 bilhão no próximo ano. Para o fomento, por parte da gestão pública, de políticas alinhadas ao dinamismo da atividade portuária, o Parque Tecnológico de Santos, inaugurado em 2020, tem papel central.

Apesar de a atividade econômica do Município não estar restrita ao Porto, a diversificação não ocorre em detrimento do setor. O Parque é espelho disso, sendo incubador de 44 startups de diversos segmentos.

Na área portuária, algumas iniciativas se destacam, como a HXtos, que já é responsável pela gestão do embarque de mais de 80% de toda celulose exportada, com soluções pensadas para o manejo de cargas soltas do começo ao fim do processo.

A inovação, porém, não vem só na área de logística. A Tidalwatt, por exemplo, desenvolveu uma turbina que funciona 24 horas por dia à base de correntes marítimas, com resultado até 60 vezes mais potente do que equipamentos que funcionam usando a força dos ventos, além de ser totalmente ecológica. A startup é uma das 100 startups to watch (100 startups para acompanhar, em tradução livre), destacadas pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios em 2024.

Outro símbolo, não só da integração, mas também de como iniciativas podem trazer benefícios em diversos segmentos, é a Data Overseas, com uma inteligência artificial usada para reduzir os resíduos no mar, o que impacta diretamente na sustentabilidade do Porto e Cidade como um todo.

 Chama a atenção que, além da inovação por si só, as iniciativas estão totalmente alinhadas com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, demonstrando a preocupação de avançar tendo em conta o fomento de um ecossistema saudável para as gerações futuras.

Ações como as citadas têm potencial de simplificar processos custosos do ponto de vista não só financeiro, mas também ambiental, em um momento em que não podemos mais ignorar os desafios climáticos pelos quais o mundo passa. Nesse sentido, quem ganha com a parceria não é apenas a Cidade e o Porto, mas o planeta.

Em suma, o Parque já é um dos grandes motores econômicos de Santos e contribui para que a Cidade seja, de fato, inteligente. O foco é não só na manutenção, mas também nos próximos passos, para que o Porto e a Cidade possam permanecer como exemplos internacionais do que dá certo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Com R$ 10 bi, chamada pública vai apoiar planos de negócios no Nordeste

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Ação conjunta entre BNDES, Finep, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa, Sudene e Consórcio Nordeste vai financiar a realização de investimentos estratégicos na região

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou, nesta quarta-feira, 28, em Salgueiro (PE), a abertura de chamada pública com orçamento de R$ 10 bilhões para selecionar planos de negócios com investimentos estratégicos para o desenvolvimento econômico e social da Região Nordeste.

A ação acontece no âmbito da Nova Indústria Brasil, a política industrial do governo federal, e tem como finalidade apoiar projetos nas áreas de energia renovável (foco em soluções industriais para armazenamento), bioeconomia (foco em fármacos), descarbonização (foco em hidrogênio verde), data center verde, indústria automotiva, e tecnologias para integração da agricultura familiar, incluindo máquinas agrícolas.

O edital é uma ação conjunta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste, da Caixa Econômica Federal e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com apoio técnico da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (CNE).

“É a maior disponibilidade de recursos para que se faça investimento na indústria do Nordeste. São R$ 10 bilhões para quem quiser fazer projeto de crédito na Região. Isso nunca tinha acontecido antes. Nunca houve uma disponibilidade de crédito para o Nordeste como estamos fazendo agora”, disse o presidente Lula, durante cerimônia de lançamento da chamada pública, em Salgueiro (PE), que contou com a presença do diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon.

Podem participar empresas brasileiras e estrangeiras e cooperativas que realizam ou planejam realizar investimentos no Nordeste. Os planos de negócios deverão contemplar, para sua execução, um orçamento superior a R$ 10 milhões. E devem ser apresentados até o dia 15 de setembro de 2025.

As instituições financeiras parceiras da chamada vão apoiar os projetos com linhas de crédito, subvenção econômica (recursos não reembolsáveis) e participação societária. O Consórcio Nordeste e a Sudene farão participação técnica, com fomento aos projetos e conhecimento da região e dos setores.

“Com a Nova Indústria Brasil, o governo do presidente Lula tem buscado ações de fortalecimento e desenvolvimento regional. A industrialização regional fortalece a economia nacional e promove um desenvolvimento mais equilibrado, reduzindo as desigualdades. No BNDES, estamos fortalecendo os investimentos em inovação. Em 2024, aprovamos R$ 370,2 milhões em projetos de empresas da região Nordeste com essa finalidade, um aumento de 282,1% em relação a 2023 e de 579,1% em comparação com 2022”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“A chamada para a seleção de projetos estratégicos no Nordeste é uma iniciativa única que, pela primeira vez, reúne as diversas instituições de fomento federais com o objetivo de apoiar projetos para promover o desenvolvimento e a inovação na região. Essa articulação de tantos atores representa um esforço importante do governo federal em prol da ampliação de recursos da Nova indústria Brasil para a redução de assimetrias regionais. Tenho muito orgulho de ver o esforço da Finep na elaboração e articulação dessa chamada, que terá papel fundamental para o desenvolvimento da região Nordeste e do Brasil”, disse o presidente da Finep, Celso Pansera.

Planos de negócios

Dentro das áreas temáticas listadas, as propostas poderão contemplar: instalação de infraestrutura física, de pesquisa ou industriais; aquisição de máquinas e equipamentos; instalação de plantas pilotos ou demonstrativas; contratação de recursos humanos; custeio das atividades de PD&I, incluindo a contratação de serviços técnicos especializados; custeio das atividades de PD&I realizadas em parceria com outras empresas (incluindo em sistema de inovação aberta), universidades e centros de pesquisa, públicos ou privados; projetos de engenharia; e capital de giro.

Fonte: Agência BNDES de Notícias

‘Não investir na expansão metroferroviária foi uma decisão política equivocada’, diz executivo da ANPTrilhos

Joubert Fortes Flores Filho, presidente do conselho administrativo da ANPtrilhos, participou do painel sobre expansão do modal ao lado de outros especialistas do setor no Summit Mobilidade

O transporte sobre trilhos no Brasil, modalidade que foi responsável pelo transporte de 2,57 bilhões de pessoas ao longo de 2024, foi tema do painel 4 do Summit Mobilidade 2025, evento realizado pelo oitavo ano consecutivo pelo Estadão e que, nesta edição, aconteceu no Espaço Bravos, na zona oeste da capital paulista.

A conversa reuniu especialistas do setor, como Federico Andrés, diretor de Implantação da TIC Trens; Jaime Juraszek, CEO da Concessionária Linha Universidade (Linha Uni); Joubert Fortes Flores Filho, presidente do Conselho Administrativo da ANPtrilhos; Sérgio Avelleda, coordenador do Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável do Insper; e contou com a mediação de Victor Vieira, editor de Metrópole do Estadão.

Um segmento, muitos desafios

Atração de passageiros para o transporte público sobre trilhos, o modal sob a ótica do planejamento urbano, a integração tarifária, o crescimento do sistema, entre novidades – como o plano de expansão de trens urbanos como São Paulo-Campinas (TIC) e São Paulo-Jundiaí, e de linhas como a 6-Laranja, em construção pela Linha Uni -, foram alguns dos desafios desse segmento mencionados pelos painelistas.

Para Flores, o momento é positivo, principalmente no Estado de São Paulo. “O transporte sobre trilhos tem avançado, mas é um movimento aquém do que gostaríamos e do que a sociedade precisa. Em São Paulo temos um plano, mas em outras cidades do País não temos. E precisamos ter”, opina.

Para ele, um dos mitos que impede o avanço do modal é o de que se trata de um transporte muito caro. “Não investir nessa expansão foi uma decisão política equivocada, que precisa serr revertida. Em Londres, por exemplo, a Elisabeth Line custou em torno de 14 milhões de libras, mas lá o planejamento é tão bem feito que já sabe, pelo cálculo de valorização das áreas e outros, quando esse investimento dará retorno financeiro”, explica.

Planejamento: a solução para as cidades

A importância do planejamento em mobilidade também foi abordado por Sérgio Avelleda. Ele menciona como exemplos de iniciativas da capital paulista a integração do Bilhete Único ao transporte sobre trilho, em 2015, e o fomento ao uso da bicicleta com a expansão da infraestrutura cicloviária.

“No caso da integração, a demanda mais que dobrou em um ano. No caso das bikes, hoje temos trânsito nas ciclovias e o aumento no uso do modal foi constatado na última pesquisa Origem e Destino do Metrô. São ótimos exemplos de como a coordenação entre as instâncias do poder público nos transportes resultam em aumento da demanda. E estimulam as pessoas a usar o transporte público, que é o que as cidades precisam”, afirma Avelleda.

Para o CEO da Linha Uni, a falta de integração entre esferas do governo também é sentida em grandes obras. “Na Linha 6-Laranja, temos 15,3 km de escavação debaixo de São Paulo. Como exemplo, temos um caso de um atacadista que construiu, em 2018, na área onde iríamos escavar – só lembrando que nosso contrato foi assinado em 2015. E outros dois outros prédios seriam construídos, mas, felizmente, conseguimos evitar a tempo”, afirma Juraszek.

Em relação às oportunidades que a expansão do transporte sobre trilhos proporciona, o diretor de Implantação da TIC Trens menciona o aquecimento econômico das cidades contempladas. “O próprio trem acaba sendo catalisador para impulsionar a evolução dos municípios afetadas pelo TIC. E isso é avaliado numa etapa bem inicial do trabalho, quando analisamos os usuários e sua jornada”, analisa.

É preciso coletivar as soluções’

De acordo com Avelleda, as cidades são as maiores responsáveis pela emissão de gases contaminantes da atmosfera e, dentro delas, o setor de transportes se destaca negativamente. “Fico chocado em ver como a sociedade não está sensibilizada com esse tema. Precisamos coletivizar as soluções, e se optarmos pelo transporte sobre trilhos, marcaremos um golaço”, diz.

De acordo com ele, é preciso começar a criar incentivos para quem usa o transporte público e a mobilidade artiva e ‘desincentivos’ para quem opta por se deslocar de transporte individual motorizado. “A exemplo de outras cidades no mundo, isso criaria subsídios para o transporte público. E isso precisa estar diretamente diretamente ligado às mudanças climáticas”, opina Avelleda.

Nesse sentido, Juraszek afirma que em torno de 102 mil toneladas de CO2 por ano serão evitadas pela Linha 6-Laranja, que tem previsão de ser entregue no segundo semestre de 2026.

Fonte: Estadão Mobilidade

P3C promove Reuniões Estratégicas Regionais e Setoriais para impulsionar infraestrutura brasileira

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Encontros regionais e setoriais da Plataforma P3C irão reunir especialistas, autoridades e investidores para debater soluções inovadoras e sustentáveis para debater os principais desafios e potencialidades das PPPs.

A Plataforma P3C – PPPs e Concessões, movimento nacional dedicado à valorização de boas práticas, soluções inovadoras e parcerias estratégicas, dará continuidade em 2025 à sua missão de transformar a infraestrutura brasileira por meio das Reuniões Estratégicas Regionais e Setoriais. Os encontros, que acontecerão em diferentes estados do país, oferecerão espaços de diálogo e integração entre especialistas, gestores públicos, reguladores e investidores para debater os caminhos possíveis para um desenvolvimento sustentável, seguro e eficiente da infraestrutura nacional.

Leia mais em: Curso P3C: Formação Especializada para Profissionais de Concessões e PPPs

Criada para fortalecer o ambiente de negócios no Brasil com base em critérios rigorosos de governança, responsabilidade social e ambiental, a Plataforma P3C acredita que, apesar das particularidades de cada território, todos compartilham o mesmo potencial de crescimento qualificado. Ao reunir os principais atores do ecossistema local, as reuniões permitirão a identificação de oportunidades, a troca de experiências e a construção coletiva de soluções para desafios estruturais nos setores de transporte, energia, saneamento, saúde, infraestrutura social e ambiental.

A primeira das reuniões programadas será a Reunião Estratégica Setorial: Regulação de Concessões Ferroviárias – Desafios e Oportunidades, marcada para o dia 9 de junho, em Brasília (DF). A iniciativa, promovida em parceria com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e com apoio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), reunirá especialistas e autoridades do setor ferroviário para discutir os rumos da regulação e a modernização dos contratos de concessão ferroviária. Em pauta estarão temas como o reequilíbrio contratual, a sustentabilidade dos projetos e a inovação no setor, em um momento decisivo para o transporte de cargas no Brasil. O encontro pretende ampliar a segurança jurídica e a atratividade de investimentos, além de contribuir diretamente para o aprimoramento dos marcos regulatórios que sustentam o avanço do modal ferroviário no país.

Clique aqui e saiba mais sobre a Reunião Estratégica Setorial: Regulação de Concessões Ferroviárias – Desafios e Oportunidades

Já no dia 7 de julho, será a vez de Minas Gerais sediar a Reunião Estratégica Regional: Novos rumos da infraestrutura mineira, criação da ARTEMIG e construção da agenda regulatória, em Belo Horizonte. O estado mineiro, reconhecido por liderar importantes projetos de PPPs e concessões em áreas como saúde, transporte e saneamento, receberá o encontro com o objetivo de debater avanços, desafios e novas possibilidades de parcerias. A reunião reunirá autoridades locais, investidores e representantes do setor privado, promovendo a construção de uma agenda regulatória consistente e a conexão entre atores estratégicos que poderão contribuir para a aceleração de novos projetos em Minas Gerais.

Clique aqui e saiba mais sobre a Reunião Estratégica Regional: Novos rumos da infraestrutura mineira, criação da ARTEMIG e construção da agenda regulatória

O terceiro encontro será realizado no dia 5 de agosto, em Cuiabá (MT), com a Reunião Estratégica Regional: PPPs e Concessões em Mato Grosso. O estado vem se consolidando como uma das novas fronteiras para parcerias público-privadas no país, com destaque para iniciativas em transportes, energia e infraestrutura social. O evento proporcionará um espaço de escuta ativa, formulação de propostas e aproximação entre governo e iniciativa privada. Além disso, servirá como plataforma para impulsionar o desenvolvimento de projetos que tragam benefícios diretos à população e estimulem o crescimento regional sustentável.

Clique aqui e saiba mais sobre a Reunião Estratégica Regional: PPPs e Concessões em Mato Grosso

As Reuniões Estratégicas do P3C estão diretamente alinhadas à proposta da plataforma de fomentar um ecossistema dinâmico, onde o conhecimento técnico, a experiência prática e a visão estratégica de longo prazo se encontram. Ao criar oportunidades de conexão entre os diversos elos da cadeia de infraestrutura, o P3C pretende não apenas impulsionar novos investimentos, mas também reforçar o compromisso com a qualidade, transparência e sustentabilidade dos projetos.

Os temas discutidos ao longo dessas reuniões também serão levados para o P3C Nacional, maior evento do Brasil dedicado a PPPs e concessões, previsto para acontecer em fevereiro de 2026, em São Paulo. A expectativa é que os debates regionais e setoriais sirvam como ponto de partida para a formulação de diretrizes mais amplas, contribuindo para o fortalecimento da infraestrutura brasileira como vetor de desenvolvimento econômico e social.

Clique aqui e saiba mais sobre a Plataforma P3C 

Curso internacional City Leaders leva líderes brasileiros à UCL para formação internacional em cidades inteligentes

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Programa da plataforma Learn CSC acontece em Londres e reúne gestores públicos, especialistas e acadêmicos para debater inovação urbana, sustentabilidade e transformação social nas cidades

De 1º a 5 de setembro de 2025, Londres será palco de uma das principais iniciativas de formação internacional voltadas à inovação urbana: o curso City Leaders, promovido pela plataforma Learn Connected Smart Cities (Learn CSC), em parceria com a University College London (UCL). Com sede na UCL, uma das universidades mais renomadas do mundo, o programa reunirá 80 participantes brasileiros entre dirigentes públicos, especialistas, consultores e profissionais da gestão urbana, que buscam repensar e transformar o futuro das cidades brasileiras a partir de experiências globais de cidades inteligentes.

O curso é uma realização da Learn CSC, primeira escola de educação voltada exclusivamente à formação de profissionais nas áreas de cidades inteligentes e mobilidade urbana no Brasil. Parte da plataforma Connected Smart Cities, o Learn CSC aposta em programas educacionais de alto impacto, com metodologias ativas e conteúdos voltados para os desafios reais enfrentados nas cidades. A missão é clara: transformar as cidades em lugares mais humanos, sustentáveis e conectados.

Leia mais: Cidade CSC 2025: O Futuro das Cidades Inteligentes 

A edição 2025 do City Leaders será sediada na UCL, no coração da capital britânica. Reconhecida como a melhor instituição do mundo em seu campo de atuação, segundo o QS World University Rankings, a UCL abriga a Development Planning Unit (DPU), departamento responsável pela coordenação acadêmica do programa. Com forte atuação em desenvolvimento urbano, infraestrutura, inovação e sustentabilidade, a DPU é referência mundial na formação de líderes capazes de promover transformações sociais justas, especialmente em contextos do sul global.

Durante cinco dias intensivos de formação presencial, os participantes vivenciarão uma programação que articula teoria e prática. Serão 40 horas de aulas com certificação internacional, com tradução simultânea, distribuídas em 12 aulas expositivas, sessões de trabalho em grupo, apresentações, visitas técnicas e atividades de networking. O conteúdo foi cuidadosamente elaborado para discutir criticamente o conceito de cidades inteligentes a partir de uma abordagem interdisciplinar e aplicada. Além disso, os alunos terão contato direto com projetos de destaque no cenário londrino, ampliando repertórios e trocando experiências com especialistas de diferentes partes do mundo. Ao final de cada dia haverá sessão unindo conhecimentos e realidades brasileira com a internacional em Londres.

O corpo docente do City Leaders reúne nomes de peso no cenário internacional. Entre os professores convidados estão Dr. Robert Cowley (King’s College London), Prof. Andy Hudson-Smith (CASA/UCL), Prof. Maged N. Kamel Boulos (OMS), Prof. Jennifer Schooling (Universidade de Cambridge), Dr. Daniel Oviedo (DPU/UCL), Prof. Nick Tyler (Faculdade de Engenharia da UCL), Dr. Hannah Holmes (Centro de Pesquisa em Habitação e Planejamento de Cambridge), Nick Wolff (Borough de Southwark), James Hunt (PwC) e Prof. Ayona Datta (UCL). A diversidade de áreas de atuação dos docentes – que vão da engenharia ao urbanismo, da geografia à cibersegurança – reflete o caráter multifacetado do curso.

Leia mais: Curso Internacional da UCL prepara Gestores para Cidades Inteligentes 

O City Leaders reafirma a importância de preparar líderes para os desafios do presente e do futuro urbano. Ao conectar conhecimentos de ponta com experiências práticas e vivências locais, o programa oferece uma oportunidade única de formação internacional, conectando o Brasil a uma rede global de inovação e sustentabilidade urbana. As inscrições para as 80 vagas disponíveis já estão abertas, e os interessados podem buscar mais informações diretamente na plataforma Learn CSC. É o momento de formar lideranças capazes de transformar cidades – e o mundo – a partir de novas ideias, alianças e estratégias.

A Nova Mobilidade Urbana: Inteligência, Energia Limpa e Conectividade

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Mobilidade conectada e eletrificação são um meio para cidades mais inteligentes, sustentáveis e humanas.

O setor de mobilidade urbana enfrenta um cenário de crescentes pressões nas infraestruturas das grandes cidades. A demanda por serviços mais eficientes, o aumento dos custos operacionais e de manutenção de sistemas de transporte poluentes e ultrapassados, além da malha viária saturada, são alguns dos sintomas da estagnação do modelo que vem sendo reproduzido há décadas. Recorrer à construção de viadutos, avenidas e túneis como soluções isoladas já não corresponde aos anseios de uma população que busca mais agilidade e qualidade de vida. O impacto de horas perdidas no trânsito ou no transporte coletivo se traduz em prejuízos financeiros significativos, além de contribuir para problemas de saúde física e mental.

Cabe aos gestores públicos e privados demonstrar que estão atentos às necessidades de mudança e dispostos a adotar uma visão holística sobre as cidades que administram. A atual conjuntura aponta para a modernização tecnológica como fator essencial para aumentar a competitividade, o desenvolvimento econômico e social, a geração de renda e de novos negócios, a diminuição do impacto ambiental e fortalecer a cidadania.  

A integração entre redes inteligentes e tecnologias de conectividade desponta como vetor de inovação para uma gestão da mobilidade voltada para o futuro. Aliada a isso, a renovação da frota por veículos elétricos adiciona uma perspectiva mais econômica e sustentável.  Racionalizar o sistema é um dos grandes desafios das cidades inteligentes, que devem priorizar soluções que ofereçam conforto, segurança e rapidez.

A incorporação de tecnologias digitais — como conectividade 5G, sensores e plataformas de gestão de dados e monitoramento em tempo real — garante o salto qualitativo da mobilidade para um novo patamar de inteligência urbana. A mobilidade conectada permite não apenas operar frotas com mais eficiência, mas planejar rotas com base em dados dinâmicos, monitorar o desempenho energético em tempo real e responder rapidamente a imprevistos. Associada a redes urbanas integradas, essa infraestrutura cria um ecossistema em que transporte, energia e informação funcionam de maneira coordenada, otimizando recursos e transformando o simples ato de deslocamento em uma ação mais previsível e ágil.

A eletrificação dos transportes públicos e individuais tem avançado de forma significativa nas principais metrópoles globais. Ônibus, vans e até caminhões movidos a eletricidade estão deixando de ser exceções para se tornarem parte do cotidiano. Essa transição, além de reduzir emissões, representa uma oportunidade concreta de modernização, com capacidade de atrair investimentos em infraestrutura e movimentar cadeias produtivas ligadas à inovação.

Exemplos recentes demonstram como o investimento em tecnologias limpas e conectadas está se consolidando como uma política de longo prazo. Em São Paulo, atualmente há 527 ônibus elétricos a bateria em operação, além de 201 trólebus, totalizando 728 veículos movidos a eletricidade. Agora, a cidade se prepara para um novo ciclo de expansão, com investimentos sólidos e visão de longo prazo. O novo plano municipal (2025–2028) prevê a incorporação de 2.200 ônibus menos poluentes, com foco em modelos elétricos. O projeto conta com um financiamento do BID para atualização da frota e digitalização da operação. A expectativa é que São Paulo se torne referência nacional em mobilidade elétrica nos próximos anos.

Com mais de 500 mil habitantes, Serra, no Espírito Santo, inaugurou recentemente a primeira via inteligente do estado, equipada com câmeras de vigilância integradas, iluminação LED automatizada e sensores para controle de tráfego. A cidade também investiu em centros de controle operacional que integram dados em tempo real sobre mobilidade. Iniciativas como pontos de ônibus conectados, com painéis digitais que informam a previsão de chegada dos veículos e oferecem Wi-Fi gratuito, começam a transformar a paisagem urbana e a dinâmica econômica do município.

Internacionalmente, o exemplo de Shenzhen, na China, é um dos mais emblemáticos. A cidade eletrificou toda a sua frota de ônibus e táxis, integrando esses veículos a uma rede de dados que permite gestão centralizada, previsibilidade de horários e eficiência operacional. Essa transformação se deu em poucos anos, graças a uma estratégia de Estado que combinou financiamento, regulação e metas de inovação. Como destacado em análise recente do Valor Econômico, Shenzhen exemplifica o potencial de uma mobilidade urbana inteligente como alavanca para o crescimento econômico e a competitividade global.

A mobilidade conectada também está diretamente ligada à reconfiguração dos espaços urbanos. O uso de dados permite redesenhar rotas de ônibus, criar faixas exclusivas com base em fluxo real de passageiros e adaptar a oferta conforme a demanda. Tecnologias como gêmeos digitais e plataformas integradas de mobilidade oferecem aos gestores públicos novas ferramentas para tomar decisões baseadas em evidências e com foco na eficiência operacional e no retorno sobre investimento.

O desafio, agora, é escalar essas soluções. Para isso, é essencial ampliar os investimentos em infraestrutura de conectividade, garantir a interoperabilidade entre sistemas e fomentar parcerias público-privadas que acelerem a implementação de tecnologias. A criação de marcos regulatórios claros e a adoção de modelos de financiamento inovadores também são caminhos para viabilizar essa transição.

A mobilidade urbana do futuro será, inevitavelmente, elétrica, digital e orientada à eficiência. Cidades que compreenderem essa convergência não apenas responderão aos desafios contemporâneos, mas estarão à frente na criação de ambientes urbanos mais inteligentes, dinâmicos e competitivos. Trata-se de uma agenda que exige visão estratégica, ação coordenada e, sobretudo, um compromisso com o bem-estar coletivo e com a construção de um futuro mais conectado e economicamente vibrante e sustentável.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities. 

Após criticar proposta sobre licenciamento ambiental, Marina fala ao Senado

Ministra do Meio Ambiente deve responder perguntas sobre a criação de uma unidade de conservação na Margem Equatorial

Após o Senado aprovar o projeto que altera leis sobre licenciamento ambiental no Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vai à Comissão de Infraestrutura da Casa nesta terça-feira (26) para falar sobre a criação de uma nova unidade de conservação na Margem Equatorial, no norte do Brasil.

O requerimento que pede o comparecimento de Marina ao colegiado foi apresentado pelo senador Lucas Barreto (PSD-AP). No documento, o parlamentar menciona estudos feitos pela Universidade de São Paulo (USP) e apoiados pelo Ministério do Meio Ambiente sobre a criação de uma unidade de conservação marinha com área de 35 milhões de hectares.

Segundo o senador, se concretizada, a unidade ocupará a região do Amapá, estendendo-se da fronteira do mar territorial da Guiana Francesa com o Brasil até o limite marinho entre o Piauí e o Ceará.

No documento, o parlamentar afirma que a criação de unidades de conservação promovida pelos últimos governos busca “gerar pobreza e obstruir os motores de desenvolvimento tão necessários para os estados da Amazônia Atlântica (Amapá, Pará e Maranhão)”.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a criação de unidades de conservação costeiras e marinhas faz parte de uma estratégia global de conservação da biodiversidade.

Críticas de Marina

O projeto sobre regras de licenciamento ambiental, aprovado pelo Senado na última semana, tem sido duramente criticado por Marina. A proposta aumenta as competências dos estados no processo de licenciamento e simplifica licenças.

Na prática, o projeto visa facilitar e desburocratizar as licenças no país para empreendimentos e atividades que impactam ou envolvem o uso de recursos naturais. A proposta, no entanto, é alvo de críticas do próprio Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática e de entidades ambientalistas.

Durante a palestra magna no 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) na segunda-feira (26), Marina argumentou que a legislação precisa ser atualizada, mas não deve abrir mão da proteção ambiental do país e que agilizar os empreendimentos não significa perder a qualidade ambiental do Brasil.

“Eu não digo que a lei do licenciamento ambiental não precisa de atualizações, que ela não precisa ser visitada para que a gente possa ganhar mais agilidade, mas agilidade não significa perda de qualidade. Não significa abrir mão dos regramentos para proteger o meio ambiente”, afirmou.

Margem Equatorial

Na última semana, o Senado aprovou o projeto que altera a lei de licenciamento ambiental com uma emenda do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para flexibilizar processos e avançar na exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.

A emenda de Alcolumbre cria uma Licença Ambiental Especial (LAE), uma nova modalidade de autorização, direcionada a empreendimentos considerados “estratégicos”.

Para a organização ambientalista Observatório do Clima, a nova modalidade criada pela emenda pode ser alvo de “pressões e interesses políticos”, ao dar prioridade para alguns empreendimentos.

O trecho foi incluído no projeto na mesma semana em que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aprovou o plano apresentado pela Petrobras para realizar estudos que podem resultar na exploração de Petróleo na Margem Equatorial.

A decisão do Ibama foi celebrada por Alcolumbre. “Embora o processo de licenciamento para perfuração ainda esteja em curso, o avanço técnico aprovado hoje reforça a seriedade do projeto e o compromisso com critérios ambientais rigorosos”, disse o presidente do Senado, em nota.

Fonte: CNN Brasil

Comissão especial debate sustentabilidade fiscal dos municípios

PEC em análise na Câmara sugere medidas para aliviar contas municipais

A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/23 promove, nesta terça-feira (27), uma audiência sobre a sustentabilidade fiscal dos municípios.

O debate atende a pedido dos deputados Ricardo Ayres (Republicanos–TO) e Hildo Rocha (MDB-MA), e será realizado a partir das 14 horas, no plenário 7.

Leia também: Municípios podem se inscrever para os Selos CSC: Cidades Inteligentes e Ecossistemas de Inovação, que reconhecem boas práticas em cidades inteligentes e inovação pública

Conheça a proposta
A PEC 66/2023 reabre prazos para prefeituras parcelarem dívidas com a Previdência Social e define limites para o pagamento de precatórios municipais — valores devidos pelo poder público decorrentes de sentenças judiciais.

De acordo com a proposta, os débitos previdenciários dos municípios poderão ser pagos em até 300 parcelas mensais — tanto com o Regime Geral de Previdência Social quanto com seus regimes próprios, conforme for o caso.

O texto já foi aprovado no Senado e atualmente está em análise na Câmara.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Leia mais: A importância de pequenos municípios investirem em projetos de cidades inteligentes.

Fluidez e segurança são contradições da mobilidade urbana

Julia Maria D’Andrea Greve e Mauro Zilbovicius explicam que a mudança comportamental e o respeito às leis são essenciais para a proteção de quem se locomove

O Estado de São Paulo registrou 1.416 mortes em acidentes de trânsito entre janeiro e março de 2025, segundo o Infosiga, sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). A categoria de pedestres foi a mais acometida pela análise, com cerca de 288 vítimas. A problemática faz parte de discussões sobre a mobilidade urbana — a capacidade de as pessoas se deslocarem, de modo coletivo ou individual.

Mauro Zilbovicius, professor da Escola Politécnica da USP (Poli-USP) e ex-diretor da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, explica que a mobilidade envolve uma disputa entre fluidez e segurança. “Tem uma questão fundamental sempre, que é garantir, ao mesmo tempo, no tráfego, segurança e fluidez, dois objetivos que são contraditórios. Quanto mais fluidez no trânsito, menos segurança. Quanto mais segurança, menos fluidez”, explica. Para o especialista, a mobilidade vale para todos: pedestre, motociclista, ciclista, carroceiro e motoristas. “Todo mundo tem direito de se mover. E tem direito à segurança.”

Julia Maria D’Andrea Greve, professora da Faculdade de Medicina da USP, explica que os fatores de risco para acidentes de trânsito estão ligados, em sua maioria, a negligências humanas. “Você ter um comportamento inadequado, excesso de velocidade, furar o farol vermelho, ter uma conduta, vamos dizer, perigosa, dirigir embriagado. O celular também é outro fator importante de acidente, porque ele distrai bastante a atenção”, destaca.

Pedestre: o elemento mais frágil

A médica destaca que as pessoas que caminham a pé são as mais suscetíveis a eventos violentos, seguido por ciclistas, motociclistas, veículos menores e maiores. “Teoricamente, o maior deveria sempre respeitar os menores. Então, o pedestre é o indivíduo que tem o maior direito no trânsito, mesmo se ele estiver atravessando uma rodovia, e se você percebe que ele está lá, não é porque ele está errado que você vai atropelá-lo.” Ela defende que é necessário educar os caminhantes em relação às travessias seguras e obedecer os comandos de semáforos.

Segundo Julia, os principais traumas atendidos nas emergências de hospitais são o cranioencefálico, as lesões medulares e as fraturas de membros inferiores. “No trauma cranioencefálico, o indivíduo tem uma perda de habilidade motora, de sensibilidade da parte cognitiva e da fala. As lesões medulares também são graves e podem forçar uma incapacidade grave”, explica. As fraturas expostas de membros inferiores apresentam um fator de risco: a exposição dos tecidos, que pode ocasionar infecções. A médica destaca que, na maioria das vezes, os pacientes não conseguem retornar às funções de antes do acidente.

Em relação aos motociclistas, ela afirma que é recomendável o uso de equipamentos de segurança: bota com perneira, casaco de couro mais grosso e capacete. Mauro Zilbovicius complementa: “Mobilidade é conflito, conflito por espaço e por tempo. Quem pode mais, ganha mais, e o automóvel é uma arma, se não for usado com responsabilidade”.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o perfil dos acidentados é de homens jovens, com menos de 25 anos. Julia chega à mesma conclusão, e comenta do machismo no trânsito: “Em uma família, geralmente, quem é o motorista é o homem. Eles são mais agressivos no volante, andam mais depressa. Não que a mulher não faça, ela faz também”. Para a professora, a normalização da ingestão de álcool entre o público masculino e a parcela de homens motoristas também colaboram para o índice.

Julia expõe que o processo de recapacitação das vítimas sobreviventes se inicia no momento em que começa o tratamento, visto que são pacientes com tendência a complicações como úlceras, escaras e amputações. Os cuidados passam pelo ensino de lidar com possíveis dificuldades: esvaziar a bexiga e o intestino, limpeza do corpo, dessensibilização de partes do corpo e disfunções sexuais.

Outro obstáculo é o apoio na recuperação: “Muitas vezes, uma lesão grave precisa de um suporte familiar. O centro de reabilitação pode ser longe da casa dele, sem transporte adequado e nem sempre as famílias podem abrir mão de quem trabalha para cuidar e também não conseguem pagar o cuidador”, explica. A terapia ocupacional se apresenta como outra via de recuperação, pois a pessoa acidentada precisa aprender a se cuidar com suas condições físicas.

Segurança, acidentes e violência

Mauro Zilbovicius esclarece que é importante que o Estado fiscalize e puna violações às leis de trânsito e às manutenções dos veículos. Para o professor, o Código Brasileiro de Trânsito é fruto de pressões políticas: “Na gestão presidencial anterior foi aumentado o número de pontos, que permite fazer mais infrações que antes. É o governo falando: ‘Pode fazer, não tem problema’”.

Na visão do ex-diretor da CET, as multas aplicadas aos motoristas são efetivas, desde que gerem prejuízos a quem comete infrações: “Se você sabe que vai ser punido, que vai custar caro e que efetivamente toda infração vai ser cobrada, não vai ter infração”. De acordo com o Detran-SP, foram aplicadas 2,3 milhões de multas entre janeiro e agosto de 2024. Dentre as principais causas, estão: uso de celular durante a direção, falta de registro e licenciamento dos veículos e falta de uso do cinto de segurança. Para o especialista, o pouco debate acerca do destino do dinheiro arrecadado pelas multas e as propagandas são fatores que colaboram para o cenário.

Ele defende o incentivo ao transporte coletivo: “O ideal é que o automóvel seja usado em complemento ao sistema público”. Para Zilbovicius, a segurança do percurso entre a moradia, o trabalho e o meio de deslocamento faz parte da mobilidade urbana. O professor lembra do caso de Bruna Oliveira da Silva, estudante da USP encontrada morta após sair de uma estação de Metrô. “Essa ‘última milha’, da estação do Metrô até a casa, é um risco. Teria que ter mais condições de proteção para o pedestre. A mobilidade no sentido do direito de ir e vir, que essa moça não teve.”

Julia Maria D’Andrea Greve recomenda que, ao se presenciar um acidente de trânsito, não ocorra movimentações civis da vítima e a área seja isolada, para evitar mais imprevistos. “Se você tiver a vítima sangrando muito ou engasgada, você ainda pode tentar fazer alguma coisa, se você tiver experiência. E chamar imediatamente o socorro”, explica.

*Sob supervisão de Paulo Capuzzo

Fonte: Jornal USP | Isabella Lopes