Da compra de bilhetes a integração de modais de transporte, as inovações tecnológicas assumirão o protagonismo da mobilidade urbana nos próximos anos
Na última década, o transporte público mundial teve um avanço significativo no que diz respeito ao uso da tecnologia. No Brasil, não foi diferente, e a chegada de aplicativos com foco na mobilidade urbana passou a ser uma das principais alternativas para uma melhor experiência do usuário. Isso, somado aos importantes investimentos realizados pelas grandes metrópoles na infraestrutura e monitoramento dos deslocamentos, colocam o país no caminho certo para uma mobilidade mais sustentável e centrada nas pessoas.
Segundo Luisa Peixoto, especialista em mobilidade da Quicko, primeiro aplicativo 100% brasileiro de transporte e mobilidade urbana, os próximos anos serão fundamentais para a consolidação de novas maneiras pelas quais a tecnologia irá desempenhar um papel crucial na melhoria do transporte público. “A diversidade de novos serviços de transporte, integração, pagamentos e recargas digitais, informação em tempo real e a personalização dos serviços serão a tônica do uso da tecnologia na mobilidade urbana sustentável. Ou seja, ela será a protagonista de um mundo com serviços de transporte mais sustentáveis, igualitários e com maior qualidade “, comenta.
Apesar dos muitos desafios pela frente, a sociedade vem avançando na construção de uma mobilidade mais qualificada nas cidades brasileiras. Somente o município de São Paulo, por exemplo, investiu mais de R﹩ 325 milhões na expansão e manutenção de ciclovias e ciclofaixas. Outra metrópole brasileira que passou por uma grande transformação é Salvador. A capital baiana, que em 2015 tinha pouco mais de 6 quilômetros em linhas de metrô, possui atualmente mais de 33 quilômetros com uma expectativa de chegar a 41 nos próximos anos. Cidades como Curitiba, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Distrito Federal entre outras regiões, também seguem com a implementação de políticas e projetos para melhorar a qualidade do deslocamento das pessoas.
A especialista da Quicko elencou sete recursos essenciais já disponíveis para auxiliar os usuários no uso dos modais públicos:
Veja abaixo:
1. Bilhete móvel
Uma das principais inovações é a bilhetagem eletrônica. A Quicko, por exemplo, oferece em algumas cidades a compra e recarga de bilhetes móveis com integração entre os modos de transporte, como ônibus, metrô e trem. Essa funcionalidade envolve a instalação de validadores eletrônicos de tarifas nos veículos, que são usados para registrar créditos comprados por meio de um aplicativo móvel – como o Quicko app. Com a tecnologia NFC (Near-Field Communication – Comunicação de Campo Próximo, em inglês) já disponível em alguns modelos de celular, as tarifas são debitadas sem contato e eliminam completamente a necessidade de lidar com qualquer dinheiro físico ou cartões – bastante conveniente em tempos de pandemia.
2. Insights de dados e otimização de rota
Utilizar os dados agregados que vêm de tecnologia inteligente, como bilhetagem móvel e mesmo os registros dos usuários via aplicativo, pode ajudar as empresas e autoridades municipais de transporte a criar novas práticas mais eficientes enquanto aumentam a acessibilidade para os cidadãos.
Veículos públicos que tenham um GPS instalado e conectado às redes móveis das cidades podem enviar os dados de deslocamento e permitir insights em tempo real para monitorar o desempenho das linhas, aumentar a comunicação e reduzir o tempo de resposta com problemas operacionais.
3. Antecipação de eventos inesperados
Circunstâncias imprevistas às vezes podem atrapalhar o transporte público, como greves e manifestações populares, avarias nos veículos, interdições de ruas por mau tempo, acidentes etc. No caso de um imprevisto, o aplicativo pode notificar os passageiros com antecedência, enviando alertas para seus celulares, por exemplo.
4. Acessibilidade multimodal
É necessário que o transporte público ofereça uma interface cada vez mais amigável para o usuário, objetivando oferecer experiências simplificadas e intuitivas – ainda mais nas grandes capitais e em meio à pandemia. Ter um aplicativo que ofereça a opção de comprar e resgatar passagens de ônibus é uma coisa, mas ter um aplicativo que engloba pagamento e integração com metrô, trens, táxis, bicicletas e outros diversos serviços de transportes urbanos é a base da nova mobilidade. Esta promove cada vez mais a complementaridade entre os modais e amplia o acesso da população aos sistemas de transportes.
5. Múltiplas opções em uma única conta
Tendo o usuário em mente, a tecnologia no transporte público vem permitindo a criação de uma experiência de viagem muito mais personalizada. Uma mudança neste cenário é a cobrança automática de tarifas com registro em uma única conta. Assim, todo o histórico de viagens, documentos e informações de contas dos passageiros são reunidos em um único painel personalizável.
Com essa tecnologia, fica muito mais fácil ao passageiro usar diferentes meios de transporte e salvar rotas ou viagens específicas para uso posterior. Isso também elimina o incômodo de ter de gerenciar várias contas de usuário, métodos de pagamento e informações financeiras dos diversos modais.
6. Aumento no número de passageiros
Com um foco contínuo na sustentabilidade e na necessidade de tornar a cidade mais igualitária, a priorização do transporte público e dos serviços de transportes mais sustentáveis são a solução. Com um maior investimento em tecnologia, é possível qualificar a experiência da população em seus deslocamentos diários e portanto atrair mais usuários do carro privado para a utilização do transporte público. Além disso, a integração entre meios de transporte cria uma experiência porta a porta, fluida e conveniente. A tecnologia ajuda a promover um ambiente onde a escolha mais fácil para o indivíduo é também a melhor escolha para as cidades.