Baseadas em dados globais do setor, as geotecnologias e drones geram mais de R$ 1.5 bilhão em faturamento anual, segundo projeções da MundoGeo.
De acordo com estimativas da MundoGeo, a cadeia prática do setor de drones (aeronaves não tripuladas) movimentará, em 2019, R$ 500 milhões, representando um crescimento de 25% e superando os mais de R$ 400 milhões do faturamento alcançado em 2018. Pelos menos 70 mil Aeronaves Remotamente Pilotadas (Remotely-Piloted Aircraft – RPA) estão cadastradas no sistema da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), onde 44 mil são para uso recreativo e 25 mil para uso profissional. Os setores de drones e geotecnologias, que envolve os sistemas de posicionamento por satélite como GPS, satélites e aviões que monitoram a terra, as plataformas de coleta de dados e análise das informações, além da prestação de serviços, juntos, geram anualmente mais de R$1.5 bilhão em faturamento e empregam atualmente 100 mil pessoas, de acordo com projeções da MundoGeo. Nesse sentido, é necessário repensar o modelo de planejamento urbano das cidades considerando o atual contexto de transformação e que deverá permear a relação entre os agentes públicos e a população.
Com o objetivo trazer novas práticas mundiais para o desenvolvimento de cidades inteligentes, São Paulo recebe nos dias 17 e 18 de setembro, o Connected Smart Cities e Mobility, iniciativas voltadas para smart cities e mobilidade urbana, respectivamente. Os eventos deverão reunir mais de 3 mil participantes, cerca de 500 palestrantes, especialistas nacionais e internacionais, mais de 200 prefeituras e exposição de empresas que atuam com soluções para esse setor.
“Entre os temas dos eventos, destacam-se mobilidade urbana aérea, geotecnologias e drones. No espaço Arena Drones, os participantes conhecerão na prática as aplicações dessas tecnologias para tornar as cidades mais seguras, conectadas e desenvolvidas para as pessoas. A programação dos eventos traz uma agenda estratégica dedicada ao tema e com abordagens fundamentais, como regulamentação, usos gerais e cases das cidades de São Paulo e Belo Horizonte”, disse a idealizadora do Connected Smart Cities e Mobility e diretora executiva da Sator, Paula Faria.
O CEO da MundoGeo, Emerson Granemann, que palestrará sobre o tema, cita que pensar as cidades sem considerar a importância crucial das geotecnologias e drones não é mais possível. “Levaremos para os eventos abordagens como: O Mercado de geotecnologias e drones no Brasil e no mundo e regulamentação; Plataformas orbitais, aéreas e terrestres para mapeamento das cidades; Geo e Drones na Indústria 4.0, com foco em smart cities, entre outros pontos. Sem dúvida, a geolocalização é a base para uma cidade inteligente, conectando diferentes disciplinas e ciências em beneficio da população”, enfatiza.
Case São Paulo – GeoSampa
Lançado em 2016, o GeoSampa, ferramenta de dados georreferenciados da Prefeitura de São Paulo, recebeu cerca de 850 mil visualizações apenas nos seis primeiros meses de 2019 e a expectativa para esse ano é atingir 2 milhões de acessos, superando o ano de 2018 (fechou com 1,3 milhão). O portal reúne dados da capital paulista, sendo aproximadamente 12 mil equipamentos urbanos, rede de transporte público, mapas geotécnicos e dados sobre a população, como densidade demográfica e vulnerabilidade social.
A coordenadora da GEOINFO – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo, Luciana Pascarelli Santos, que apresentará o case GeoSampa durante os eventos, cita que o GeoSampa traz todas as informações em um só ambiente, compartilhando, inclusive, dados de outras secretarias, muitas vezes restritos a poucos servidores. “Uma consulta mais ágil permite não só um atendimento mais rápido, mas também mais qualificado. Com o uso da ferramenta já se constata a redução dos prazos de licenciamento de atividades na cidade, emissão de documentos cadastrais e a redução (ou mesmo eliminação) do tempo de acesso à informações, como o zoneamento de um imóvel. Anteriormente, o tempo médio para obter essa informação era de 60 dias e a consulta ao GeoSampa disponibiliza esse dado automaticamente.”
A coordenadora da GEOINFO reforça, ainda, que cidades inteligentes são antes de tudo integradas e que, e para isso, não basta apenas tecnologia, mas as ações de governo e o envolvimento das pessoas, fundamental nesse processo. “O uso dos dados para responder problemas e apontar soluções deve ser estimulado, e é isso que o GeoSampa faz. É importante destacar que a tecnologia permite melhorar desde a infraestrutura e o desenvolvimento econômico, até os níveis de sustentabilidade de uma cidade, melhorando, consequentemente, a qualidade de vida de seus cidadãos”, conclui.
Case Belo Horizonte - Cadastro Urbano Multifinalitário e o SINTER
A Agenda estratégica inovação, geotecnologias e drones do Connected Smart Cities e Mobility conta também com o case sobre Belo Horizonte, referência em geoprocessamento. A apresentação será realizada pela Superintendente de Geoprocessamento Corporativo – Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel), Karla Borges, no Painel: Cadastro Urbano Multifinalitário e o SINTER – Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais.