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DESAFIOS DAS CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL

Waldemar Lobo de Miranda Neto
Waldemar Lobo de Miranda Neto
Diretor Vice-Presidente de Articulação Política da ASSESPRO-SP e CEO na empresa Pro Advanced IT Solutions e CEO na empresa Wispot Marketing Digital E Bigdata Analytcis. Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Pós Graduado em Gestão da Segurança da Informação pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/USP) e Pós-graduando em Gestão de Comunicação e Marketing pela Escola de Comunicação e Artes Universidade de São Paulo - (ECA-SUP).

 Em grandes centros urbanos, a adoção de soluções dentro do contexto de Cidade Inteligente traz melhorias significativas em diversas áreas

A implementação de modelos de cidades inteligentes no Brasil, um país de dimensões continentais com 5.568 municípios, enfrenta inúmeros desafios. Costuma-se dizer que há vários “Brasis” dentro do Brasil, dada a sua diversidade econômica e social. A maioria dos municípios enfrenta ineficiências tecnológicas na gestão pública, com uma estrutura tecnológica deficiente e uma gestão de informações desestruturada. Muitos órgãos públicos utilizam sistemas legados sem uma gestão centralizada, resultando na falta de intercomunicação das bases de dados de forma estruturada.

O primeiro passo para a administração pública é a implementação de normas que busquem a conformidade, começando pela adoção de um Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI). O PDTI serve como um instrumento de diagnóstico, planejamento e gestão dos recursos e processos de Tecnologia da Informação. Com essa abordagem, os municípios podem gerenciar melhor seus recursos e implementar soluções tecnológicas de maneira estruturada, evitando gastos desnecessários e garantindo a continuidade do planejamento, independentemente da gestão.

O Brasil possui grandes cidades como São Paulo (SP), com mais de 11 milhões de habitantes, e pequenos municípios como Serra da Saudade (MG), com apenas 833 habitantes. Muitos desses municípios têm economias deficitárias. Em grandes centros urbanos, a adoção de soluções dentro do contexto de Cidade Inteligente traz melhorias significativas em áreas como:

  Mobilidade Urbana: A gestão deficiente dos transportes urbanos, muitas vezes fruto de um crescimento não estruturado, pode ser melhorada com o uso de soluções automatizadas e ferramentas de Inteligência Artificial.

Serviços Públicos: Plataformas para a gestão de serviços públicos tornam as informações e serviços acessíveis e transparentes para os cidadãos. 

  Segurança Pública: A utilização de inteligência artificial e drones amplia a capacidade de monitoramento e atuação das forças de segurança, cobrindo áreas maiores com menos necessidade de efetivo humano.

Políticas e Regulamentos: Soluções de inteligência de dados tornam políticas e regulamentos públicos mais acessíveis e compreensíveis para os cidadãos.

  Educação Continuada: A educação continuada pode ocorrer em aspectos acadêmico, profissional e pessoal. Com plataformas de ensino a distância, é possível superar barreiras geográficas, proporcionando acesso à educação e contribuindo para o desenvolvimento da população. 

  Saúde: A gestão da saúde pública, uma das grandes “dores” da administração pública, pode ser otimizada com telemedicina e análise de dados, proporcionando evidências concretas e uma gestão mais eficiente, além de reduzir custos, muitas vezes elevados devido à falta de uma gestão inteligente.

Para pequenos municípios, o ganho está em uma gestão mais simplificada, permitindo uma visão unificada para os administradores e melhores condições para os cidadãos.

Por fim, devemos aprender com cidades de outros continentes que estão mais avançadas no contexto de Cidades Inteligentes. Amsterdã (Holanda) assumiu, em 2021, o estatuto de cidade mentora no projeto Desafio das Cidades Inteligentes da União Europeia, uma iniciativa financiada pelo programa COSME, que visa promover a transformação ecológica e digital da Europa. “O desafio das cidades inteligentes promove o uso de novas tecnologias para ajudar 136 cidades a tornarem-se mais funcionais, mais atrativas e mais competitivas. A ideia é que as cidades aprendam umas com as outras, partilhem soluções para evitar que continuemos a reinventar a roda para implementar soluções que já existem”, disse à Euronews Cornelia Dinca, responsável pelo projeto Amsterdam Smart City.

Conclusão

A jornada para se tornar uma cidade inteligente no Brasil é desafiadora, mas essencial para o futuro sustentável e eficiente de nossos municípios. Ao implementar normas, adotar tecnologias emergentes e aprender com exemplos globais, podemos superar as barreiras atuais e criar cidades que melhor atendam às necessidades de seus cidadãos.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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