O Eixo Energia foi pauta do programa que recebeu especialistas da área e gestores das concessionárias
Nesta terça-feira, 29, a Plataforma Connected Smart Cities deu sequência a mais um Evento Temático 2022 do Ranking CSC. A pauta da vez foi discutir a Energia, tomando por base as cidades de Belo Horizonte (MG), e Vila Velha (ES). Abaixo você confere os principais Highlights apresentados nesta série que continua no dia 12 de abril, com o eixo Empreendedorismo.
Willian Rigon, diretor de marketing da Urban Systems, e pesquisador responsável pelo Ranking CSC, apresentou os indicadores de energia que são conectados entre si. Willian citou que, em 2021, 5 indicadores foram coletados no Ranking CSC:
- Potência outorgada de energia – fotovoltaica, eólica e de biomassa.
- Tarifa média.
- Sistema de iluminação inteligente, informado pelos municípios, através do IBGE.
Willian abordou os indicadores da ISO 37.122, que trata da resolução das Cidades Inteligentes e relembrou que devido a indisponibilidade dos dados de energia em nível municipal, sendo geralmente divulgados por distribuidora ou concessionária, que abrange mais de um município, este eixo não tem um Ranking próprio e específico como os demais 10 eixos do estudo.
Felipe Frota, Especialista em Políticas Públicas e Gestão Organizacional e atual Gestor do Contrato de PPP de Iluminação Pública da Prefeitura de Vila Velha, comentou que a iluminação pública está ligada à segurança da população, a melhora na saúde, ao desenvolvimento turístico entre outras benfeitorias ao cidadão. Com a criação do Smart Grid – série de automações e tecnologias que conferem segurança, comodidade e sustentabilidade ao fornecimento de energia, a rede de telecomunicações é facilitada pela iluminação pública, de acordo com Felipe Frota.
Vila Velha entrou nesse projeto para iluminar as principais rodovias, orlas e parques da cidade, segundo Frota. Áreas periféricas, que não eram utilizadas, puderam ser reaproveitadas na cidade após a iluminação local. Vila Velha já possuía luminárias na maior parte das vias, o parque de iluminação pública já tinha sido georreferenciado, mas o gestor de PPP afirmou que o município não estava apenas buscando trocar lâmpadas, e sim transformar a cidade em um município mais tecnológico e inteligente. “Procurávamos um player que apostasse no futuro e nos conceitos de receitas acessórias, além da economia de energia”, disse o especialista.
“O consórcio vencedor em Vila Velha fez uma apresentação da proposta e a cidade foi dividida em 83 gateways. O grande ponto para uma PPP é pensar na execução e na demonstração do que a cidade espera dessa parceria”, disse.
Pedro Iacovino, Diretor Presidente da ABCIP – Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Iluminação Pública, que aposta fortemente em concessões e PPPs, disse que a atuação da ABCIP baseia-se nos pilares institucional, tecnológico e no regulatório. “Devido a uma falta de cadastro das distribuidoras de energia e da telegestão, foi criado um comitê muito ativo que nos fez lançar o primeiro guia para ajudar as concessionárias a gerir as novas tecnologias”, comentou.
Mas qual a diferença entre concessão e PPP? Iacovino afirmou que PPP é um plano diretor para as cidades que consideram um planejamento de longo prazo em conjunto com a prefeitura. O setor privado oferece financiamento num prazo curto de 2 a 3 anos e o concessionário faz a manutenção a longo prazo, de acordo com o presidente. “Não basta trocar a iluminação para se ter um bom resultado. Auditoria independente dos serviços privados acontece em uma PPP, e isso dá transparência a todo o processo. A redução do custeio de energia gira entre 70% a 85% de economia, além da segurança para o munícipe”, disse.
Segundo Pedro Iacovino, a população beneficiada no país está próxima a 20%, e 65% dos contratos estão em municípios com até 260 mil habitantes, sendo que 470 projetos estão em andamento, e 52 milhões de pessoas serão beneficiadas com 4,7 milhões de pontos atendidos de iluminação. “O orçamento público assegurado pela arrecadação da CIP – Câmara Interbancária de Pagamentos, e os instrumentos de garantia contratual, são benefícios da Parceria Público-Privada.
Marcelo Menegatto, Diretor Presidente da BHIP – Concessionária de Iluminação Pública da Prefeitura de Belo Horizonte, afirmou que o desafio operacional era modernizar em 3 anos o parque de iluminação pública. “O contrato de PPP correto deixa que a concessionária decida pelas tecnologias que vai utilizar e traga a diferença para a experiência da população. Hoje, são realizadas 1.200 medições/ mês na capital mineira”, disse.
Dentro dos desafios tecnológicos, um dos principais pilares foi trazer a melhor tecnologia disponível para que conseguissem filtrar os fornecedores de luminárias que atendessem contratos de longo prazo. Outros desafios foram o atendimento à Norma NBR 5101, que trata da conservação da tecnologia e medição do resultado, o acompanhamento e a medição dos indicadores de desempenho. “Uma decisão assertiva em conjunto com o município foi começar a modernização pelas regiões periféricas, que ajudou na redução do índice de criminalidade”, disse Menegatto.
A telegestão em BH é a primeira rede plenamente em funcionamento com 32 mil pontos conectados. O impacto no consumo de energia passou de 10 G/W/H por mês para 4,5 G/W/H, o que traz uma economia de R $25 milhões por ano. E, na redução de carbono, retira do meio ambiente 500 toneladas de CO2/ mês, equivalentes.
Para finalizar, foi convidado ao debate Jonny Doin, CEO da SPin Soluções Públicas Inteligentes. Jonny afirmou que a iluminação pública no Brasil é destacada do resto do mundo. “A COSIP é considerada, desde 2010, pelo Banco Mundial um ativo financeiro líquido. A infraestrutura de iluminação, por ser autossuficiente, é um modelo adotado em massa”, disse.
Segundo o CEO da SPin, a Smart City depende que a infraestrutura olhe com cuidado para a base e promova uma conexão com uma infovia bem estruturada. “O mais importante é que você não acrescenta segurança no que já está no poste. Existem produtos prontos da Dark Web que estão disponíveis para ataques cibernéticos nos pontos de iluminação pública”, afirmou. E disse ainda: “no núcleo de telegestão das redes públicas, você tem um pedaço dessa infovia, mas, quando se olha para o todo da gestão, o ponto essencial das infraestruturas integradas é que cada uma delas é uma porta de entrada para ataques cibernéticos. O conceito final é a governança das instituições financeiras a longo prazo e a energia é um dos principais pilares”, comentou.
Carlos Eduardo Souza, Head e-City Brasil da Enel X, fechou o evento relatando que a Enel X acredita muito em trazer a contribuição e o conceito de empoderar as cidades para um futuro sustentável, com cidades circulares, com participação da sociedade e com inovação. Uma das principais missões da Enel X, segundo Cadu, é apoiar os clientes neste conceito de descarbonização.
As linhas prioritárias da Enel são soluções para residências, para indústria e comércio em plataforma, em geração distribuída com energia solar, eólica, conectividade e a linha e-city com soluções para serviços urbanos. “Na linha de e-City são mais de 3.100 clientes governamentais, mais de 2,800 milhões pontos de iluminação, mais de 1.800 ônibus elétricos administrados pela Enel X, e edifícios com conceito de eficiência energética em mais de 925 projetos”, disse.
A novidade, segundo Carlos Eduardo de Souza, no conceito de cidades inteligentes é ter postes inteligentes com múltiplas tecnologias, integrando câmeras, semáforos inteligentes, e iluminação nos monumentos e praças. “A iluminação é uma porta de referência que traz a eficiência energética, a qualidade e a segurança física para o cidadão. Com as últimas licitações, batemos a barreira dos 100 mil pontos de iluminação pública. “A Digital City compreende a otimização, em cada cidade, das suas demandas e necessidades públicas específicas de cada cidadão”, afirmou.
Todo o conteúdo do vídeo, você pode assistir, gratuitamente, no canal do Youtube do Connected Smart Cities. Confira o calendário de programação dos Eventos Temáticos do Ranking CSC pelo site. Inscreva-se neste link para interagir com os participantes dos próximos programas.
Assessora de Imprensa da Necta – Conexões com Propósito