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LIÇÕES DA ÔMICRON PARA O TRANSPORTE PÚBLICO

Pedro Palhares
Pedro Palhares
Gerente geral do Brasil no Moovit. Atuou por 12 anos no mercado financeiro e, em 2013, a convite do então secretário de transportes do Rio de Janeiro, migrou para a área pública, onde foi o responsável pela abertura dos dados do transporte público. Formação: Administração de Empresas (IBMEC-Rio) e Finanças (FGV).

Há lições importantes a serem compreendidas para o caso de novas ondas, e também para entender os próximos passos da mobilidade urbana no país

No início de 2022, assistimos à reprise de um filme que ninguém gostou de ver: um pico de casos de covid, por conta da variante ômicron, fez com que ônibus, trens e metrôs ficassem mais uma vez vazios. Graças ao avanço da vacinação, o número de óbitos foi menor do que nas ondas anteriores, e a situação permaneceu sob controle.

Passado o susto, pensei que era importante entender como este momento foi percebido pelos passageiros. Há lições importantes a serem compreendidas para o caso de novas ondas, e também para entender os próximos passos da mobilidade urbana nos país. Para isso, decidimos fazer uma pesquisa usando o aplicativo Moovit. Em poucos dias, conseguimos coletar impressões de mais de 6 mil usuários em seis capitais brasileiras.

Queda no uso de transporte público 

Podemos ver como o transporte público é um termômetro rápido para a economia, sendo logo afetado por qualquer variação. Quase metade dos nossos usuários diminuiu de alguma forma o uso no início de 2022. Entre os respondentes, 23% disseram que reduziram a frequência com que faziam viagens em transporte público; já 20% só faziam viagens essenciais; e 2% pararam de usar transporte público, totalizando uma redução de 45%.

No gráfico abaixo é possível visualizar o resultado geral e a variação por cidade. Clique nos nomes das cidades, no topo da arte, para selecionar. 

Prevenção durante o deslocamento

O Moovit perguntou também se medidas de prevenção foram tomadas durante o deslocamento ao local de trabalho para reduzir o risco de contaminação. Falou-se muito em home office e outras técnicas de teletrabalho, mas para quem usa transporte público no Brasil, isso não é uma realidade.

Para 65% dos entrevistados, nenhuma ação preventiva foi implementada. O rodízio de equipes foi adotado nos locais de trabalho de 8% dos respondentes, mesmo índice para adoção de horários alternativos. E somente 5% dos usuários retornaram para o trabalho remoto nos últimos meses.

As informações detalhadas por cidade podem ser conferidas no gráfico dinâmico logo abaixo.

Incentivos ao uso de transporte público

Por fim, uma das principais lições que a ômicron deixa é que os passageiros querem mais informações, e com acesso rápido na palma da mão, e mais garantias de conforto e segurança. 

O Moovit quis saber o que faria com que os usuários se sentissem mais seguros no transporte público. A grande maioria dos entrevistados — 83% — pediu o aumento da frota para evitar veículos lotados. Em 59% das respostas, a localização dos ônibus em tempo real para não ficar aglomerado em pontos e paradas seria um incentivo. E 53% dos passageiros gostariam de ver a fiscalização mais intensa do uso de máscaras, ainda que muitos lugares estejam relaxando. 

As respostas foram organizadas no gráfico. Este é o que mais teve variações.

Eu tenho confiança que o pior momento da pandemia já passou. E a pesquisa traz algumas lições e observações que podem ser úteis no caso de um novo pico. E ficam claras também as solicitações dos passageiros que independem da pandemia.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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