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O PAPEL DAS CIDADES INTELIGENTES FRENTE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O conceito de cidades inteligentes é uma opção, e um caminho, para lidar com os impactos relacionados ao aquecimento global e traz maneiras para frear a elevação da temperatura do planeta.

De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o mundo está com um aumento médio de 1ºC na temperatura global. Isso pode parecer pouco, mas de acordo com o Relatório especial do IPCC, de 2018, a elevação da temperatura terrestre pode levar ao degelo das calotas polares, aumento do nível dos mares e à  maior recorrência em eventos climáticos extremos como fortes chuvas, queimadas e desertificação.

Para viabilizar debates e mobilizações em torno de alternativas mais sustentáveis é celebrado no dia 16 de março o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, instituído pelo governo federal por meio da lei nº12.533/201. O conceito de cidades inteligentes é uma opção, e um caminho, para lidar com os impactos relacionados ao aquecimento global e traz maneiras para frear a elevação da temperatura do planeta.



“Ao falarmos de cidades inteligentes, nós sempre precisamos lembrar da máxima que os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) estabelecem não deixar ninguém para trás. Nós temos a necessidade de associar uma cidade inteligente a uma cidade mais sustentável, mais humana, mais inclusiva e mais resiliente”, explica a pesquisadora da USP Cidades Globais do IEA – USP (Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo), professora do Programa de Pós-graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis – PPGCIS da Universidade Nove de Julho e colunista do Portal Connected Smart Cities, Tatiana Tucunduva.

O também colunista do Portal Connected Smart Cities e vice-diretor regional da C40 para a América Latina, Ilan Cuperstein, explica como o uso de veículos elétricos em grandes centros urbanos conecta as cidades inteligentes ao combate às mudanças climáticas. “O transporte elétrico exige uma cidade inteligente para gerenciar a rede de eletricidade nos momentos de pico e saber como os próprios carros, quando carregados de madrugada, podem ajudar a aliviar o pico de demanda. Já durante o dia, os ônibus podem devolver energia elétrica eventualmente para a rede, diminuindo a carga necessária em momentos de pico também durante o dia”.

Em 2018, os meios de transporte foram responsáveis por 25% do total de CO2 lançado na atmosfera, de acordo com o relatório Situação global do Transporte e Mudança Climática Global divulgado na  24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24).

Além da solução de adoção de tecnologias, há também a utilização de dados e informações para tornar as cidades mais verdes. Cuperstein traz o conceito de última milha, ou last mile em inglês. “Muitas vezes o cidadão ainda fica a meio quilômetro, um quilômetro, do seu destino final e ele precisa de apoio, então, ter esses dados ajuda a planejar essa mobilidade ativa da forma mais efetiva”.

Além do transporte, as tecnologias da informação e comunicação podem contribuir para tomadas de decisões dos gestores públicos. Infraestruturas urbanas podem contribuir para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, de acordo com o vice-diretor regional da C40 para a América Latina.

“Por exemplo, se um poste ajuda a definir de forma rápida locais da cidade que precisam de apoio para a microdrenagem, ou seja, os postes conseguem mostrar que algumas áreas da cidade específicas alagam mais rapidamente; isso ajuda o gestor público ter esse dado em tempo real e poder investir justamente naqueles pontos que mais necessitam de uma solução de infraestrutura”.

Atrelado à produção de informações, a constituição de políticas públicas e a realização de alterações estruturais nos centros urbanos, as cidades inteligentes devem servir para a segurança dos cidadãos e para a garantia do acesso ao meio ambiente, segundo a professora Tatiana Tucunduva.

“Nós temos equipamentos avançados para identificar o momento que tais eventos podem ocorrer, mas nós não temos uma comunicação entre tudo isso com os mais vulneráveis. Hoje existe uma necessidade urgente de que os governos criem protocolos para esses eventos climáticos extremos e que sejam focados na prevenção e adaptação”, argumenta Tucunduva.

Para a pesquisadora da USP Cidades Globais é necessário unir o uso das tecnologias na tomada de decisões e a comunicação e prevenção das populações mais vulneráveis a desastres ambientais decorrentes do aquecimento global. 

Tatiana afirma, “Não basta investir em equipamento e tecnologia que são capazes de prever antecipadamente os fenômenos, mas não comunicar devidamente a população que será atingida e nem orientá-la sobre o que fazer e para onde ir. Então precisa priorizar a minimização do risco de intempéries em territórios frágeis. É fundamental termos protocolos de divulgação dessas informações”.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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