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EMPREENDEDORISMO SOCIAL NAS PERIFERIAS DO BRASIL POSSUI CAPITAL INICIAL 37 VEZES MENOR DO QUE NEGÓCIOS DE OUTRAS REGIÕES URBANAS, REVELA PESQUISA FGV

Estudo do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios (FGVcenn) com apoio da Fundação Arymax, revela ainda que o empreendedorismo social nas periferias das principais cidades brasileiras é composto, em sua maioria, por mulheres negras (70%) e com rendimento líquido do negócio de até R$ 2.090 mensais.

Um estudo inédito realizado pelo Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGVcenn), em parceria com a Fundação Arymax, revela que o empreendedorismo social nas periferias das principais cidades brasileiras é composto, em sua maioria, por mulheres negras (70%) e com rendimento líquido do negócio de até R﹩ 2.090 mensais (60%). Fora da periferia, são empreendedores sociais brancos, com equilíbrio de gênero e com rendimento líquido dos negócios de mais de R﹩ 12.450 mensais. Além disso, o capital inicial dos negócios fora da periferia é 37 vezes maior (R$ 712 mil, em média) do que dos negócios que começaram na periferia (R$ 19 mil).

A pesquisa revela ainda que as receitas dos negócios fora da periferia (R$ 3,053 milhões) são, na média, 21 vezes maiores do que na periferia (R$ 146,9 mil). Além disso, 49% dos empreendedores sociais da periferia tiveram seus negócios ameaçados pela pandemia de Covid-19.



O estudo foi realizado ao longo deste ano e compõe a rede internacional de pesquisa: SEFORÏS, que reúne universidades em nove países do mundo. Participaram 101 empreendedores sociais no Brasil, com média de 37 anos, na qual 57% são mulheres e 58% se autodeclaram brancos. Sobre a escolaridade, 33% dos respondentes têm graduação completa e 51% desses, algum tipo de pós-graduação. Metade da amostra é composta por “sociedades limitadas”. No entanto, na periferia ainda predominam as empresas individuais (EI/MEI/EIRELI). Em relação aos setores de atuação, destaca-se uma predominância em educação, seguida de saúde e habitação, principalmente, fora da periferia.

“Essa pesquisa mostra como o ecossistema de empreendedorismo social apresenta uma desigualdade que é o retrato da sociedade brasileira, em que os empreendedores sociais da periferia enfrentam inúmeros obstáculos para crescer e se consolidar e que precisamos criar mecanismos para apoiar e fomentar a inovação social que vem das periferias”, afirma Edgard Barki, coordenador da pesquisa e do FGVcenn.

Sobre a geração de emprego, os negócios fora da periferia têm, em média, 5,7 vezes mais funcionários do que na periferia. Outro dado importante é que o empreendedorismo social ainda não é visto como uma carreira desejável ou que ofereça reputação.

Perfil do Empreendedor Social

A pesquisa revela ainda que os empreendedores sociais têm um perfil mais altruísta e preocupado com o bem-estar coletivo. Diante desse cenário, 63% dos empreendedores entrevistados disseram que estão satisfeitos ou totalmente satisfeitos com seu trabalho. Essa satisfação, no entanto, é bem menor entre os da periferia (44%). Os seus negócios, por sua vez, buscam integrar o impacto social com a sustentabilidade financeira, com uma preocupação grande na oferta de produtos e serviços de qualidade. Acima de tudo, busca-se uma qualidade na oferta de produtos e serviços. Oferecer um ambiente de trabalho inclusivo também é um aspecto muito importante para essas empresas.

“Estudos como esses são importantes para traçarmos o perfil e compreendermos os desafios de quem empreende nas periferias urbanas para, a partir dessas evidências, planejar programas de apoio que sejam mais efetivos na redução das desigualdades enfrentadas por esse grupo ao iniciar e desenvolver seus negócios”, afirma Vivianne Naigeborin, superintendente da Fundação Arymax.

Na sociedade, os empreendedores sociais, em praticamente sua totalidade (94,1%), trazem como grande contribuição a ajuda na melhoria de vida de um grupo desfavorecido. Na sequência, há melhoria de atitude em relação a grupos desfavorecidos e em relação ao meio ambiente, como mostra o gráfico abaixo:

Também foi constatado que a maior parte dos negócios (62%) atua com venda de produtos e serviços aos beneficiários, mas muitos ainda atuam com subsídios cruzados. Outro aspecto é a relevância das doações e subsídios como forma de financiamento dos negócios, principalmente na periferia, além do fato de que as empresas comerciais são os principais parceiros dos negócios de impacto, sendo que a principal razão dessas parcerias é o acesso a recursos.

Por último, entre os principais desafios apontados pelos empreendedores para crescer o negócio estão: gerir o crescimento internamente (56%), ou seja, adaptar as estruturas de gestão, encontrar novos colaboradores; garantir crescimento suficiente de capital/financiamento (42%); e determinar o modelo mais eficaz para aumentar o nosso impacto social (36%). Confira o estudo na íntegra.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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