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O TURISMO INTELIGENTE E A AMAZÔNIA

Rodrigo Quites Reis
Rodrigo Quites Reis
Diretor-presidente do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá) e professor titular de Engenharia de Software da Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutor em Ciência da Computação pela UFRGS e consultor em Arquitetura de Software, Melhoria de Processos de TIC, e Gestão da Inovação.

Ubá é a denominação usada por povos indígenas da Amazônia para descrever as canoas elaboradas com um tronco de árvore. Hoje, também é o nome de um aplicativo móvel para smartphones desenvolvido por uma startup paraense como solução para o transporte público na região

Vivemos em um tempo de pandemia, onde nossa mobilidade é restrita e o turismo muitas vezes se restringe a lembrança em fotografias e vídeos que postamos em redes sociais de viagens anteriores. Muitos, quando em viagem de turismo para locais ainda desconhecidos, usam os smartphones como aliados para carregar mapas, obter informações sobre o transporte público, adquirir antecipadamente ingressos para museus e exposições, e até mesmo traduzir informações em idiomas desconhecidos. Tudo isto facilita enormemente a vida de um turista munido de um smartphone e visitando um local com redes móveis de alta velocidade.

Mas e o que acontece quando se visita um local distante, com uma Amazônia de distância de casa? Aquele local que conta com infraestrutura precária de telecomunicações e serviços digitais, mas até por isto mesmo oferece uma “bolha” de isolamento do mundo moderno que, por vezes, é o grande apelo de diferencial.



Esta estrutura precária constitui o cotidiano da população de lugares isolados no país, contando com redes móveis de baixa capacidade, e serviços precários de saneamento, saúde e transporte. No espectro dos serviços de turismo, hotéis, restaurantes e estabelecimentos comerciais também enfrentam dificuldades que afetam desde a relação com seus fornecedores e clientes, até a simples oferta de pagamento do consumo por cartões de crédito.  

Hoje, a vida nas grandes cidades brasileiras é fortemente baseada nos aplicativos de delivery, de serviços bancários, de compras, e de agendamento de serviços diversos. Esta pulverização de aplicativos digitais também ocorre em locais que em redes são instáveis, e exigem o desenvolvimento de software preparado para lidar com desconexão constante e com o uso mínimo de largura de banda.

Aplicativo móvel Ubá

Para enfrentar toda dificuldade, vamos de criatividade e inovação. Ubá é a denominação usada por povos indígenas da Amazônia para descrever as canoas elaboradas com um tronco de árvore. Hoje, também é o nome de um aplicativo móvel para smartphones desenvolvido por uma startup paraense, associada ao Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, para auxiliar no transporte da locomoção fluvial na região, algo como um “Uber” regional. Uma tarefa que exigia a presença física do interesse no terminal fluvial para a compra antecipada do bilhete de viagem, agora pode ser realizada com o aplicativo, o qual carrega o ingresso digital para o embarque. Depois que a compra é efetuada, em nenhum outro momento o aplicativo, tanto do cliente, quanto do responsável pelo controle no embarque necessita de conexão a Internet. Trata-se de uma solução criativa, inovadora, e adequada à realidade local.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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