spot_img
HomeEIXOS TEMÁTICOSMobilidadeO CASO DO NAVIO EVER GIVEN ENFATIZA A IMPORTÂNCIA DOS CORPORATE VENTURES...

O CASO DO NAVIO EVER GIVEN ENFATIZA A IMPORTÂNCIA DOS CORPORATE VENTURES NO FOMENTO ÀS STARTUPS

Guilherme Cavalcante
Guilherme Cavalcante
CEO da UCorp.app, a primeira startup de tecnologia e soluções de mobilidade corporativa e elétrica do Brasil, e cofundador da Bewater Venture Builder. Desenvolvedor de negócios digitais e inovação, formado em Tecnologia e Mídias Digitais na PUC-SP, pós graduado em Design de Projetos Digitais pela BAU-Barcelona e Inteligência de mercado pela USP.

Startups têm apoiado montadoras e locadoras tradicionais com foco no processo de desencalhar seus negócios, por meio de uma tecnologia acessível e pensada localmente

O incidente ocorrido em abril, envolvendo o navio porta-contêineres Ever Given, operado pela empresa taiwanesa Evergreen Marine, que encalhou no Canal de Suez, no Egito, provocou a interrupção do tráfego marítimo e teve ampla repercussão na imprensa internacional. Este episódio demonstra que um modelo de transporte tradicional, já consolidado também pode sofrer impactos inesperados, comprometendo globalmente toda uma cadeia com prejuízos incalculáveis. 

Com a interrupção da passagem entre Ásia e Europa, especialistas estimam perdas diárias na ordem de US$ 9,6 bilhões. O engarrafamento marítimo de cerca de 425 navios que se movem ao longo da rota impactou 12% do comércio mundial, segundo a consultoria Lloyd’s List Intelligence. O Egito calcula prejuízos de aproximadamente US$ 15 milhões em taxas por dia.



O meganavio foi desencalhado e embora o processo tenha contado com a empresa responsável e a ajuda das autoridades locais, o fator maré e o apoio de um rebocador local,  foram decisivos para o navio cargueiro retomar seu curso. 

O caso evidencia a complexidade de tomar decisões, efetuar manobras e tarefas nada fáceis. Esses acontecimentos também são percebidos em grandes instituições, como no caso da gigante farmacêutica norte-americana Pfizer, que somou forças e contou com o conhecimento específico em biotecnologia da startup alemã Biontech para a realização dos testes da vacina contra a Covid-19.

De acordo com Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o Brasil já soma cerca de 12,7 mil startups. Destas, 11 são unicórnios com um valor de mercado acima de  R$ 1 bilhão. Com base na inovação tecnológica e experiência do usuário, as startups têm como premissa resolver uma questão ou um problema local, mas com escala global. 

Indústrias tradicionais, como o setor automotivo, buscam no conhecimento de problemas locais das startups uma forma de inovar, por meio de alternativas para mobilidade urbana e na aposta em frotas veiculares eletrificadas com menos emissão de poluentes, como os veículos 100% elétricos, que permitem uma redução na emissão de gases do efeito estufa, reduzindo custos de manutenção e o impacto no meio ambiente.

Com tecnologia acessível, startups apoiam montadoras e locadoras tradicionais com foco no processo de evolução dos negócios locais, prezando sempre pela eficiência nos deslocamentos. A mobilidade é tema de relevância para instituições financeiras, prova disso, é o projeto VEC Itaú, serviço de carros elétricos compartilhados via app, criado em parceria com a Ucorp.app, startup local focada em soluções de mobilidade corporativa e veículos elétricos.

As fintechs, são outro exemplo de como a atuação destas empresas vêm contribuindo para transformar o mercado financeiro, bem como democratizar o acesso a todos os serviços monetários. No Brasil, nos primeiros meses de 2021, foram investidos mais de US$ 500 milhões nas fintechs brasileiras.

No caso Evergreen, uma pequena empresa local, utilizando conhecimento e um pouco de ousadia, rebocou, em uma manobra arriscada e sem precedentes, o gigantesco navio com um barco 30 vezes menor do que o Ever Given. Sem o apoio e conhecimento local, as chances de os processos de expansão de um negócio encalhar, são grandes.

Das startups criadas dentro das grandes corporações, 70% acabam sendo descontinuadas. ”Quem vê de fora, enxerga muito melhor”, diz o ditado popular. A imagem da pequena embarcação egípcia rebocando um cargueiro, amplamente divulgada pelos meios de comunicação, é exatamente o que uma startup local pode fazer por uma grande empresa que planeja investimentos via CVC (corporate venture capital) nos próximos anos.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

Artigos relacionados
- Advertisment -spot_img
- Advertisment -spot_img
- Advertisment -spot_img

Mais vistos