Além do impacto positivo para o local ou a sociedade, como um todo, as ações sustentáveis ESG se tornaram também um fator econômico
Temos acompanhado uma valorização em todo o mercado dos princípios ESG, sigla em inglês que abrange as iniciativas voltadas ao meio ambiente, ao social e à governança. Não há mais como debater margens e riscos na atuação de uma empresa sem considerar essas ações. E a tendência é que qualquer movimento de empresas e investidores tenha esses princípios como base.
Hoje, um negócio focado nas questões ambientais, por exemplo, obtém financiamentos e vantagens no mercado muito mais fáceis em relação aos que ainda não perceberam a real importância em realizar ações responsáveis voltadas ao bem comum.
Essa percepção do mercado vai ocorrer também nos investimentos destinados às cidades e, os locais que priorizam o meio ambiente, com iniciativas que visam a redução de emissões de poluentes e maior eficiência energética de seus ativos, vão atrair um maior número de aportes por parte das empresas. Além do impacto positivo para o local ou a sociedade, como um todo, as ações sustentáveis se tornaram também um fator econômico.
Na atual conjuntura, o planejamento de uma empresa que busca um lugar para investir e instalar uma nova unidade de produção já conta com novos critérios. Além de avaliar a logística para distribuir seus produtos, os benefícios tributários oferecidos pelo município e a mão de obra qualificada do local, as companhias também estão levando em consideração questões relacionadas ao meio ambiente como: qualidade do ar, acesso à água para a população, tratamento de resíduos, entre outras iniciativas.
Cases
Nessa linha, uma das cidades que tem feito a lição de casa em relação aos princípios ESG é Jundiaí/SP. Em junho de 2019, a Siemens entregou um levantamento para auxiliar os gestores do município a tomarem decisões de longo prazo visando a redução na emissão de poluentes. Para esse trabalho, a companhia mapeou toda a cidade e entregou um estudo com iniciativas de tecnologias para cidades inteligentes, que contribuirão para que a cidade atinja seus objetivos estratégicos, envolvendo ativos nas áreas de transporte, energia e edificações.
Outro exemplo da participação da Siemens dentro desse novo cenário do mercado é Aguaduna, cidade inteligente que será construída no município de Entre Rios, no litoral norte do estado da Bahia. O projeto é o primeiro do mundo que implementa um modelo inovador dedicado a recuperar o equilíbrio entre a sociedade e a natureza a fim de melhorar a qualidade de vida de seus habitantes e preservar o entorno natural. Em parceria com a empresa espanhola Naurigas Empreendimentos, a Siemens será responsável pela implementação de soluções e tecnologias que farão de Aguaduna uma referência no uso de dados em larga escala.
Essas características colocam a cidade inteligente em linha com os conceitos ESG e serão fundamentais para o sucesso de um dos objetivos de Aguaduna que é se transformar em um hub de inovação. E só priorizando as questões ambientais e voltadas ao bem-estar de sua população e demais comunidades à sua volta, que empresas e startups terão interesse em investir e se instalar no local.
Iniciativas realizadas sob o conceito ESG se tornaram importantes também na questão econômica e para a atração de empresas de alto valor agregado, que vão contribuir com tecnologias, inovações e boas práticas para o local. A tendência é que esses princípios ganhem ainda mais relevância no mercado, sendo motivadores fundamentais para a transição das cidades atuais para cidades inteligentes.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
Vice-presidente de Smart Infrastructure da Siemens, abrangendo as áreas de soluções e produtos de média e baixa tensão, produtos de controle para automação industrial, automação predial, geração e armazenamento de energia distribuída e soluções para eletro mobilidade.
