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DADOS E A MOBILIDADE URBANA: UM CAMINHO SEM VOLTA

Pedro Palhares
Pedro Palhares
Gerente geral do Brasil no Moovit. Atuou por 12 anos no mercado financeiro e, em 2013, a convite do então secretário de transportes do Rio de Janeiro, migrou para a área pública, onde foi o responsável pela abertura dos dados do transporte público. Formação: Administração de Empresas (IBMEC-Rio) e Finanças (FGV).

O setor de transporte público deve mudar mais nos próximos 10 anos do que em todo o último século, transformando a mobilidade 

Quando andamos por nossas cidades, é cada vez mais raro vermos alguém levantar a mão para chamar um táxi, em vez disso solicita  um carro por aplicativo. Há quem diga que a cena já causa até estranheza. O meu trabalho tem o objetivo de tornar estranha outra situação corriqueira: pessoas esperando no ponto de ônibus, sem ter ideia de quando o ônibus chega, e sem ter certeza que estão pegando a linha correta.

Tecnologia 

O Moovit, aplicativo de mobilidade urbana do qual sou gerente geral no Brasil desde 2014, entrega de forma simples e intuitiva algo desejado por muitos: informações sobre transporte público em mais de 3.400 cidades. O app é usado por quase 1 bilhão de pessoas – esperamos bater a marca em março – em 114 países, com uma premissa simples: apresenta, com atualização em tempo real, opções variadas de rotas combinando diferentes modais de transporte, micromobilidade e caminhada. Inclui ainda as estimativas de custo das passagens e de tempo de chegada ao destino.



Tudo isso é construído com base em dados. Na sociedade de hoje, as músicas que escutamos, os filmes que assistimos e os nossos pedidos de delivery geram dados – e não seria diferente com a mobilidade urbana. O repositório de dados sobre transporte público do Moovit é o mais avançado e abrangente do mundo, coletando anonimamente 6 bilhões de pontos de dados todos os dias. 

As informações são organizadas seguindo altos padrões de qualidade, atendendo as legislações vigentes sobre proteção de dados pessoais, e têm origem tanto em fontes oficiais quanto no que chamamos de “molho secreto”: uma comunidade global de voluntários digitais que mapeia, checa e edita informações sobre mobilidade para ajudar outras pessoas a circularem por suas cidades. Nós os chamamos de Mooviters, e já são mais de 720 mil – uma grande parte deles no Brasil.

Todas essas facilidades estão disponíveis para qualquer pessoa no app ou web, e os dados do Moovit também dão base para uma série de soluções desenvolvidas pela empresa para smart cities e para o setor de transportes. Elas já dão o tom de como será a mobilidade em um futuro próximo. 

Transporte público sob demanda

Voltando ao exemplo acima, além dos passageiros não precisarem ficar em pontos sem saber quando o ônibus passa, o veículo pode agora circular somente quando necessário, e fazendo uma rota flexível que levará menos tempo para chegar ao destino final, gerando benefícios para o usuários e eficiência e economia para o operador. O transporte coletivo sob demanda já é realidade em algumas regiões do mundo com tecnologia Moovit, é uma das mudanças que o transporte público enfrentará em breve. 

Como já dito, toda essa movimentação de passageiros gera dados onde podem ser identificadas tendências e insights que podem ajudar o poder público e operadores de transporte a entender melhor as demandas dos passageiros e como a cobertura de transporte pode ser aprimorada. Parte dessa análise da mobilidade urbana está acessível a todos no nosso Relatório Global sobre Transporte Público, e ainda há muito mais que os dados podem mostrar.

O setor de transporte público deve mudar mais nos próximos 10 anos do que em todo o último século. Os dados já têm um papel fundamental nessa transformação, e se tornarão ainda mais relevantes com novas tecnologias, como veículos autônomos, que estão em processo de implementação. É empolgante acompanhar e participar desse processo. Tenho certeza que este espaço no Portal Connected Smart Cities renderá ótimos debates.

Abraços a todos!

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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