Com aporte de 8 milhões de libras do Governo do Reino Unido, programa “Skills for Prosperity” é implementado com ênfase na rede pública de cinco estados e deve impactar mais de 4 milhões de estudantes de todas as regiões do país
Novembro de 2020 – O governo britânico firmou uma parceria com Fundação Lemann, Nova Escola, Instituto Reúna e British Council para implementar o programa Skills for Prosperity (Habilidades para Prosperidade, em tradução livre) no Brasil. O projeto ocorre por meio do Prosperity Fund, fundo de cooperação do governo britânico que tem o objetivo de auxiliar na diminuição da pobreza e promover o desenvolvimento econômico sustentável e a igualdade de gênero nos países parceiros. O Reino Unido investirá milhões de libras para a implementação do programa no país.
Segundo a pesquisa “Demandas de aprendizagem de inglês no Brasil”, realizada pelo British Council, em 2013, apenas 5,1% da população com 16 anos ou mais declarou ter algum conhecimento de inglês. Para conseguir encarar o desafio de transformar essa realidade, o governo britânico decidiu se unir a organizações da sociedade civil de reconhecida expertise em educação, com conhecimento de ponta a ponta – desde a formulação de políticas públicas até a implementação das ações na sala de aula.
O programa Skills for Prosperity é uma iniciativa global do Governo do Reino Unido, em implementação em nove países (Brasil, México, Egito, Nigéria, Quênia, África do Sul, Filipinas, Malásia e Indonésia). No Brasil, o foco será o de democratizar o acesso a um ensino de inglês de qualidade nas escolas públicas, a partir do olhar do Inglês como Língua Franca (ILF), isto é, como uma perspectiva de comunicação intercultural. Serão implementadas diversas ações, como a produção de materiais didáticos que considerem contextos e realidades regionais e a formação didático pedagógica dos professores, assim como o aprimoramento linguístico.
SKILLS FOR PROSPERITY NO BRASIL
O programa, que possui duração total de três anos (2020-2023), pretende beneficiar estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais, Ensino Médio e Ensino Técnico e Profissionalizante a partir da aprendizagem do inglês. É importante destacar que todos as habilidades desenvolvidas no projeto estarão alinhadas com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) – política que tornou obrigatório o ensino de inglês nas escolas a partir do Ensino Fundamental Anos Finais.
Serão desenvolvidas atividades diretas, como aprimoramento do ensino de inglês por meio do uso de metodologias e treinamentos exclusivamente desenvolvidos para atender às necessidades de alunos e professores, impactando mais de 4 milhões de estudantes das redes públicas estaduais de cinco estados: Amapá, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Estão sendo elaborados materiais didáticos por professores-autores das redes públicas de ensino de cada estado, visando promover alinhamento com o contexto local e engajamento de professores e alunos. Também está sendo desenvolvida formação de professores para práticas de ensino e proficiência. Estima-se que mais de 21 mil educadores brasileiros sejam formados por iniciativas do programa.
O Skills for Prosperity também contempla ações de alcance nacional. Será lançado o primeiro Observatório para o Ensino da Língua Inglesa do mundo, reunindo conteúdos, fomentando debates, e compartilhando experiências e ideias, com o objetivo de contribuir para melhorias e mudanças no ensino do idioma. Além disso, o Observatório vai disseminar dados sobre o inglês nas redes públicas de ensino brasileiras de forma a subsidiar políticas públicas e tomada de decisão baseadas em evidências. Também está sendo desenvolvido um curso de proficiência na língua inglesa, de alcance nacional, podendo ser utilizado gratuitamente por qualquer professor do país, de forma a facilitar seu autodesenvolvimento e autonomia no aprimoramento de suas habilidades técnicas e pedagógicas. Por fim, a produção de materiais e documentos referenciais também está no escopo do programa, para que possam servir como orientadores para outras redes e Estados que queiram aprimorar ou implementar o ensino da língua inglesa. Esses documentos estão sendo desenvolvidos a partir de uma abordagem colaborativa, que leva em consideração as contribuições e feedbacks de um grupo diversificado de especialistas e potenciais usuários.
LANÇAMENTO
O programa Skills for Prosperity será lançado oficialmente no dia 02 de dezembro, quarta-feira, das 16h00 às 19h30, em webinário com mesas de discussão e a apresentação do primeiro Observatório para o Ensino da Língua Inglesa do mundo. O evento é aberto ao público. Informações sobre a programação podem ser acessadas no site do evento.
IMPACTO NA EDUCAÇÃO
Mais de 4 milhões de alunos, do Ensino Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio, serão impactados pelo Skills for Prosperity no país. Esses números estão divididos da seguinte forma:
- 167.121em Mato Grosso do Sul (84.822 do Ensino Fundamental II e 82.299 do Ensino Médio)
- 78.012no Amapá (47.334 do Ensino Fundamental II e 30.678 do Ensino Médio) ● 415.228 em Pernambuco (149.774 do Ensino Fundamental II e 265.454 do Ensino Médio)
- 866.704no Paraná (549.503 do Ensino Fundamental II e 317.201 do Ensino Médio)
- 2.637.477em São Paulo (1.346.644 do Ensino Fundamental II e 1.290.833 do Ensino Médio)
fonte: Censo Escolar/INEP 2018
Em relação aos professores, mais 21 mil serão treinados no programa para o ensino de inglês e utilização dos materiais didáticos desenvolvidos. São 916 em Mato Grosso do Sul, 192 no Amapá, 1.353 em Pernambuco, 4.330 no Paraná e 15.138 em São Paulo.
EQUIDADE E INCLUSÃO SOCIAL E DE GÊNERO
Uma das diretrizes do Prosperity Fund, fundo de cooperação do governo britânico responsável pelo programa Skills for Prosperity, é a de apoiar o crescimento econômico inclusivo necessário para reduzir a pobreza nos países parceiros. Nesse sentido, o programa conta com uma estratégia com foco em gênero e inclusão social em um esforço ativo para garantir que as atividades realizadas promovam a equidade, sejam acessíveis a grupos em maior desvantagem e não reproduzam desigualdades e estereótipos. Para isso, o programa tem como base abordagens inclusivas para formação de educadores, produção de material didático, desenvolvimento das plataformas online e para todas as demais ações, que são sensíveis à diversidade de alunos e professores em relação à raça, cor, gênero, condições de acesso à escola e aos meios online.
O British Council fez o levantamento de alguns dados para estudar o contexto das questões de equidade e inclusão social e de gênero no Brasil, que mostraram a desigualdade de gênero e raça no país:
- Mulheres representam 80,1% do corpo docente de inglês no Brasil; ● Entretanto, o salário de mulheres pretas e pardas corresponde a menos da metade dos salários de homens brancos com o mesmo nível de ensino;
- Mulheres brancas com 25 anos ou mais possuem, em média, 9,1 anos de educação formal, enquanto mulheres pretas e pardas têm essa média em 7,1 anos; ● Os níveis de evasão escolar são maiores para estudantes pretos e pardos (meninas e meninos), o que traz implicações para a inserção no mercado de trabalho; ● Nessa mesma linha, o percentual de professores que se autodeclaram pretos e pardos é de 23,7% no Brasil. Se considerarmos a média dos cinco estados do programa, esta porcentagem sobe para 30,4%;
- Cabe ressaltar que 56% da população brasileira se declara preta ou parda, segundo a Pnad contínua do IBGE.
Fonte: Censo Escolar 2017; A Snapshot of Gender in Brazil Today: Institutions, Outcomes, and a Closer Look at Racial and Geographic Differences – World Bank (2016).
Com informações da Assessoria de Imprensa
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