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QUANDO E COMO SE PREPARAR PARA A ECONOMIA CIRCULAR

De acordo com o levantamento “The Global Circularity Gap” da Deloitte, em 2018, cerca de 9% dos recursos produzidos eram reaproveitados,o número caiu para 7.2% em 2022 – o que levanta um alerta sobre o reaproveitamento de materiais, sustentabilidade e circularidade

À medida que a conscientização ambiental e a busca por práticas empresariais responsáveis aumentam, a economia circular se apresenta como uma abordagem inovadora e decisiva para o enfrentamento dos desafios globais de limitação de recursos e impactos na natureza.

Não se trata apenas de uma tendência, mas de um imperativo para moldar um futuro mais sustentável. Cada organização, país, estado e cidade têm suas próprias demandas e abordagens em relação à economia circular. Apesar dessas particularidades, pode-se compreender esse conceito por meio de quatro dimensões principais.

A primeira dimensão envolve estabelecer limites para o consumo de recursos naturais. Isso significa determinar, primeiro, até que ponto podemos utilizá-los e, depois, o quanto podemos reutilizar o que produzimos a partir deles, em vez de descartar ambos sistematicamente. Esse olhar se traduz, frequentemente, em metas e gestão consciente para o uso sustentável de água, por exemplo.

Aproveitar ao máximo e com eficiência os recursos disponíveis é a segunda dimensão, bastante alinhada à sustentabilidade financeira das próprias companhias. A terceira é a regeneração, que envolve, por exemplo, o uso de biomassa e outras fontes renováveis de energia limpa cujo uso contribua para a recuperação do meio ambiente. Por esta frente, pode-se devolver à natureza parte do que foi retirado dela, contribuindo para um ciclo mais sustentável. Por fim, a quarta dimensão é justamente a circularidade, que envolve a reutilização de produtos e recursos, criando um ciclo em que os materiais são usados repetidamente – como ocorre na reciclagem.

Um alerta para todo o mundo

Todas essas dimensões são importantes para organizações, países, estados e cidades, independentemente de suas realidades e particularidades. Há, no entanto, um cenário global desafiador em termo de suas adoções. Apesar de avanços, a pesquisa “The Global Circularity Gap”, da Deloitte, aponta que a circularidade tem diminuído nos últimos anos. Para se ter uma ideia, em 2018, cerca de 9% dos recursos produzidos eram reaproveitados, mas esse número caiu para 7.2% no ano passado. Isso acende um alerta para todo o mundo e nos releva que ainda temos um longo caminho a percorrer para atingir níveis sustentáveis de circularidade.

As empresas de todo o mundo estão se esforçando para abordar as quatro dimensões citadas, mas a percepção pública ainda é cética em relação aos propósitos sustentáveis das organizações. O que depreende disso é um grande desafio de transição para a prática real da economia circular.

Há, no entanto, boas práticas de mercado. A Baterias Moura, por exemplo, possibilita a coleta de 100% das baterias que coloca no mercado brasileiro. Isso quer dizer que para cada bateria disponibilizada, uma é coletada e reciclada. Além disso, as equipes de trabalho têm viajado extensivamente, visitando diversos países e absorvendo conhecimentos com o objetivo de aumentar ainda mais a reciclabilidade do chumbo.

Um olhar crítico e aprofundado

As organizações já estão buscando mais orientação sobre como implementar práticas sustentáveis, e a colaboração entre o setor público e privado está crescendo. De um lado, governos Federal e estaduais estão dialogando e desenvolvendo legislações que incentivam práticas mais sustentáveis, por meio de novas leis e incentivos à economia circular. Há, também, mudanças regulatórias no setor contábil, focando na divulgação precisa e transparente das práticas de sustentabilidade das empresas.

Agora, é fundamental que as organizações olhem para dentro, com olhar crítico e aprofundado, para avançar em suas ações ESG como um todo – ou seja, nas áreas de governança ambiental, social e corporativa. À medida que a conscientização se espalha e se insere no centro da estratégia, os negócios se voltam à fase zero: de identificar questões materiais e oportunidades para contribuir ou evitar impactos ambientais e sociais negativos. A partir disso, é preciso criar uma agenda bem estruturada, com metas claras, prazos e estratégias, para priorizar o tema e avançar da forma que a sociedade precisa. Este será o momento de se preparar para a economia circular. Deve ocorrer o quanto antes. Definindo o quando, como se preparar? As quatro dimensões citadas nesse artigo representam um ótimo guia de percurso.

A economia circular não é apenas uma estratégia, mas um movimento que reflete a urgência de preservar o planeta. Trata-se de um convite para reimaginar a forma como fazemos negócios, repensar nossa relação com os recursos naturais e criar um futuro em que a prosperidade esteja alinhada com a sustentabilidade. A jornada em direção a uma economia circular é desafiadora, mas com colaboração, inovação e ação coletiva, podemos trilhar o caminho para um futuro verdadeiramente circular e sustentável.

Fonte: Exame

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