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ACELERANDO A TRAVESSIA RUMO À MOBILIDADE LIMPA

Parceria entre setor público e privado é fundamental para impulsionar uso de veículos eletrificados

Os pontos de carregamento de veículos elétricos estão cada vez mais presentes na paisagem urbana, e se tornam indispensáveis em novos projetos imobiliários. Eles são, de fato, a parte mais visível de uma revolução que pode mudar a maneira como nos movimentamos pelas cidades, ao mesmo tempo que ajudam a combater a mudança climática e colaboram para um ambiente mais saudável.

Os dados sobre as vendas de veículos eletrificados ajudam a explicar essa proliferação, cada vez mais visível, de pontos de carregamento. De janeiro a novembro de 2022, foram comercializados 43,40% de unidades a mais do que no mesmo período de 2021, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Só para ter uma ideia do ótimo desempenho do mercado de eletrificados, no mesmo período, o emplacamento total de veículos novos subiu apenas 4,47%, em relação ao ano anterior, segundo a Fenabrave, o que demonstra um avanço relativo significativo desse tipo de veículo.

Se olharmos para os números absolutos, veremos que o crescimento agudo na venda de eletrificados representa apenas 43.658 unidades, enquanto, até novembro, foram emplacados mais de 3,3 milhões de veículos, segundo a ABVE. Ou seja, o mercado para os eletrificados ainda engatinha no Brasil. Como, afinal, dar o impulso necessário para que esse setor possa decolar de vez? E por que isso é importante?

Saúde pública

O setor de transporte é particularmente dependente do uso de combustíveis fósseis. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, ele foi responsável por 37% das emissões de CO2 em 2021. Ou seja, é praticamente impossível falar sobre mitigação das mudanças climáticas sem lidar com o tema da mobilidade limpa.

Se isso é verdade para o mundo, é ainda mais relevante para grandes aglomerados urbanos, como São Paulo, onde apenas os automóveis são responsáveis por mais de 70% das emissões de gás carbônico, segundo um estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente.

Vale lembrar que discussões sobre mobilidade limpa não estão apenas relacionadas às mudanças climáticas. São também uma questão de saúde pública. Todo ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de pessoas adoecem e morrem em decorrência da poluição do ar para a qual os veículos dão uma grande contribuição.

Cabe ressaltar, de qualquer forma, que já existe um arcabouço normativo estruturado em torno do objetivo de uma mobilidade mais limpa. O BNDES, por exemplo, tem um programa de eletromobilidade voltado ao desenvolvimento desse ecossistema. Em 2018, também foi criada a Rota 2030, ligada à Presidência da República, para incentivar inovações tecnológicas em eletropropulsão e eficiência energética. Mas não basta apenas escrever as normas. São necessárias políticas públicas para colocá-las em prática.

Ação conjunta

No caso específico do Brasil, temos o setor privado assumindo um papel mais forte de incentivador para a eletrificação da mobilidade. O Itaú Unibanco, por exemplo, já oferece, há anos, taxas especiais para financiamento de veículos elétricos. Em 2022, fortaleceu ainda mais sua posição de impulsionador da mobilidade limpa ao captar, em agosto, R$ 1 bilhão em Letras Financeiras Verdes, que será direcionado ao financiamento de veículos elétricos, híbridos e multicombustíveis.

Por aqui, algumas das principais empresas de consumo também estão empenhadas em promover uma jornada de eletrificação de suas frotas de veículos de distribuição, o que, considerando o tamanho de suas operações, tem um impacto importante na jornada para uma mobilidade mais limpa no País.

O acerto da passada entre o setor público e o privado será fundamental nessa jornada. E, quem sabe, antes do que a gente pensa, as estações de carregamento de veículos elétricos não serão mais fonte de curiosidade para o público em geral, e sim apenas uma característica de uma paisagem urbana bem mais limpa e sustentável.

Fonte: Mobilidade Estadão

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