spot_img
HomeEIXOS TEMÁTICOSMobilidadeSEMOVE APOSTA EM TRANSPARÊNCIA FRENTE AOS DESAFIOS DE MOBILIDADE NO RIO DE...

SEMOVE APOSTA EM TRANSPARÊNCIA FRENTE AOS DESAFIOS DE MOBILIDADE NO RIO DE JANEIRO

Entidade assume o desafio de atender às exigências da nova dinâmica de deslocamento da população após a pandemia de Covid-19

Com um novo olhar para a mobilidade urbana, a Semove – Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro – nasce com a complexa tarefa de responder e atender às exigências da nova dinâmica de deslocamentos da população após a pandemia de Covid-19. Lançada em 8 de novembro, a entidade é resultado de um trabalho que começou em 2017, após a adoção de uma governança que valoriza a transparência e a integridade.

– O primeiro desafio para a Semove é participar da reestruturação do transporte coletivo do Rio de Janeiro como um todo, não só o municipal, mas também o metropolitano, colaborando com o governo, que é o responsável pelo planejamento e pela fiscalização – afirma Rodrigo Tortoriello, vice-presidente de Relações Institucionais da Semove.

O dirigente destaca que a entidade tem o desafio de ampliar e conseguir tornar a transparência uma questão do dia a dia, tanto dos sindicatos, quanto das empresas. Na avaliação de Tortoriello, todo o ecossistema do transporte deve se acostumar a ser transparente e passar isso para a sociedade, com informações sobre o serviço de transporte, sobre a tarifa, “enfim, sobre tudo que é relevante a um serviço público como o transporte de passageiros no Estado do Rio de Janeiro”.

Para o vice-presidente de Relações Institucionais da Semove, também é necessário aprofundar a relação com os associados, de maneira ética, resguardando as questões de governança com o poder público.

– A gente não pode repetir os erros do passado. Já tem cinco anos que temos um programa de governança, de compliance, de análise, conformidade e integridade dos processos – salienta o dirigente.

Guia da Governança

A Semove, durante esse momento de redefinição do transporte público, quer levar às suas 184 empresas filiadas os novos valores da entidade por meio do Guia da Governança, trabalho coordenado pelo consultor Sérgio Avelleda. O documento será avaliado por cada operadora de forma a inspirar suas relações com o agente público, fornecedores e clientes.

– A Semove é resultado de um trabalho feito, ao longo dos últimos cinco anos, em termos de governança, responsabilidade social e responsabilidade ambiental. Durante esse período, foi feita uma lição de casa dura, mas que é efetiva, com um novo papel de governança, de transparência e de ética nas relações com os seus principais atores, especialmente com o poder público. Depois desse trabalho estruturante, a marca é lançada porque é, de fato, uma nova organização, com outras práticas e valores que surgem – pontua Avelleda, que é sócio-fundador da Urucuia – Inteligência em Mobilidade Urbana e coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana no Laboratório de Cidades do Insper Arq. Futuro.

A principal tarefa da Semove, conforme Avelleda, é continuar uma relação republicana com o poder público, com vistas a equacionar o maior desafio da mobilidade urbana, não só no Rio de Janeiro, como no Brasil hoje, que é o financiamento do sistema de mobilidade urbana. De acordo com o consultor, o modelo de financiamento de distribuição dos custos apenas entre os usuários não é mais capaz de pagar o sistema de transporte.

O Guia da Governança da Semove destaca que, em 2014, os ônibus da Região Metropolitana do Rio de Janeiro transportavam mensalmente 177 milhões de passageiros pagantes. Em 2020, esse número despencou para 74 milhões. Além disso, o documento salienta que a pandemia de Covid-19 exacerbou essa crise de financiamento.

Avelleda defende que se busquem novas fontes de custeio, como subsídios públicos. Para isso ser viabilizado, afirma, é preciso que o setor privado atualize a governança de suas empresas, com transparência e compromisso com a ética.

Desafios com a Covid-19

A Semove surge em meio aos obstáculos e mudanças ocasionados por conta da Covid-19. Conforme Rodrigo Tortoriello, a crise provocada pela pandemia enfatizou a importância do transporte público para a sociedade como um todo.

– Não fosse o transporte público, as pessoas não conseguiriam chegar às farmácias, aos supermercados, aos hospitais e às demais atividades essenciais, o que possibilitou que a maioria da população tivesse a possibilidade de ficar em casa e se proteger do vírus. Ao longo de diversos anos, o transporte público foi esquecido como um serviço essencial e foi tratado como um negócio privado, e não é. A Covid-19 mostrou isso – afirma o vice-presidente de Relações Institucionais da entidade.

Diante desse cenário, a Semove adotou, como norte para a sua atuação, cinco pilares: mobilidade, transparência, inovação, serviços e sustentabilidade. O primeiro seria o “negócio principal”, nas palavras de Tortoriello:

–  É o que está no nosso sangue, é o dia a dia da Semove e das empresas que fazem parte da nossa federação, nossos associados e sindicatos.

Para Avelleda, a marca traz uma ideia interessante ao destacar a mobilidade no nome:

– Estamos incluindo outros modos de transporte, especialmente a mobilidade ativa. A Semove se apresenta agora como um player que também entende a necessidade de integração com outros modos de transporte.

Em relação ao pilar da sustentabilidade, o especialista em mobilidade urbana pontua que, em um cenário de urgência climática, os sistemas de transporte públicos são fundamentais para reduzir as emissões de carbono.

– A Semove precisa mostrar o quanto o sistema de transporte por pneus já é sustentável. Uma pessoa que escolhe ir de ônibus em vez de ir de carro emite 45 vezes menos CO2, dando uma grande contribuição para a saúde do planeta – explica Avelleda.

Fonte: O Globo

Artigos relacionados
- Advertisment -spot_img
- Advertisment -spot_img
- Advertisment -spot_img

Mais vistos