“Adoção da MaaS passou a ser discutida entre governos, operadores e outros componentes do ecossistema de transporte.”
O conceito de mobilidade como um serviço (MaaS, na sigla em inglês) é claro: uma plataforma unificada, com diversas opções de transporte, com foco no passageiro. Cada pessoa escolhe o modal ou a combinação de modais que vai utilizar de acordo com a sua necessidade. Assim, a mobilidade é oferecida, de fato, como um serviço.
Essa ideia vem se popularizando, e a adoção da MaaS passou ser discutida entre governos, operadores e outros componentes do ecossistema de transporte. Tanto que acredito já ser possível propor um próximo passo no debate, e explorar uma MaaS personalizada. Em especial, no transporte coletivo, que deve oferecer uma experiência cada vez mais adaptada aos requisitos individuais e momentâneos de cada passageiro.
Tecnologia é aliada na personalização
Ainda sem entrar na opção do transporte público sob demanda, é importante refletir: como o transporte coletivo pode entregar algo personalizado e individual? Os cronogramas e itinerários (ainda) são fixos e regulares. Os veículos também são, praticamente, os mesmos, em qualquer lugar do mundo.
Vejo a resposta na tecnologia. Por ser mais adaptável e veloz do que uma transformação estrutural no transporte, a tecnologia pode atender, mais facilmente, a essa prerrogativa da MaaS de colocar o usuário no centro. Por exemplo, apontar as rotas frequentes, nos horários em que são mais utilizadas, para um passageiro ir a seu local de trabalho ou, ainda, informar, de antemão, qual a viagem de retorno ideal ao ponto de partida em um trajeto – duas funções que foram adicionadas ao Moovit, recentemente.
Um próximo passo para essa funcionalidade pessoal será cruzar informações com dados de congestionamento, por exemplo, e sugerir rotas que sejam mais rápidas ou mais eficientes para chegar a destinos comumente usados. Ou, ainda, checar dados meteorológicos e sugerir outras opções de mobilidade e de trajeto. Por que não indicar uma caminhada, bicicleta ou patinete compartilhados para percorrer uma distância curta em um dia de clima agradável?
Esses benefícios são direcionados ao passageiro, mas uma personalização pela tecnologia, também, beneficia os operadores. Primeiro, por fidelizar o cliente, ao apresentar mais e melhores opções que atendam ao que é desejado. E por reforçar a confiabilidade no sistema de transporte ao mostrar sua previsibilidade. E, por detalhar a integração de modais que a MaaS propõe, trazendo mais passageiros de diferentes serviços ao seu modal.
Produtos e serviços
Outro aspecto de personalização que já começa a ser explorado é a oferta de produtos e serviços na rota do usuário, mais uma vez, usando a tecnologia como conexão. Com o objetivo de aprimorar a experiência, lojas, restaurantes, cafés e demais empreendimentos no seu itinerário podem ter seus produtos e serviços anunciados no aplicativo, usando a localização do usuário como base.
Isso beneficia negócios nas estações e nos terminais nas proximidades, podendo ampliar a receita dos estabelecimentos e trazer mais comodidade aos passageiros.
Esses são exemplos simples, mas que dão uma amostra de como a tecnologia pode ampliar a personalização no transporte coletivo e fazer com que cada passageiro tenha uma experiência mais pessoal.
Fonte: Mobilidade Estadão