Sessão temática foi realizada na manhã desta quinta-feira (24) no Smart City Expo Curitiba 2022
O painel Tecnologias Inteligentes para Cidades/Diálogo de Prefeitos foi realizado na manhã da última quinta-feira (24) na Plenária Principal do Smart City Expo Curitiba – o maior evento brasileiro de cidades inteligentes.
Os prefeitos de Curitiba (PR), Rafael Greca; de São Luís (MA), Eduardo Braide; de Recife (PE), João Campos; e de São Paulo (SP), Ricardo Nunes, participaram da sessão temática moderada por Gilberto Perre, da Frente Nacional de Prefeitos.
Processo social
O prefeito Rafael Greca, anfitrião do evento, afirmou que a inovação só é válida para as cidades ao se transformar em processo social. Entre os destaques tecnológicos de Curitiba, Greca citou as duas mil câmeras instaladas pela capital paranaense e que fazem leitura facial da população. Também falou sobre o sucesso das 150 hortas urbanas e das duas fazendas urbanas. “Queremos uma cidade que vá do arado ao computador”, afirmou.
O prefeito de Curitiba ainda ressaltou a integração dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) com a tecnologia de realidade virtual e o programa de pirâmide social que deve ser lançado nos 330 anos da cidade, em março do ano que vem.
“Inovação é a transformação para o mundo dar um passo adiante em clima de paz, de respeito a todas as pessoas e livre de todos os preconceitos”, disse.
Universalização do acesso à internet
Ricardo Nunes, prefeito da capital paulista, reiterou que a busca por tecnologia deve ter um cunho social. Ele falou sobre a necessidade em universalizar o acesso à internet para toda a população.
Nunes afirmou que São Paulo assumiu o compromisso de instalar antenas nas regiões da cidade em que não têm cobertura de internet, as “áreas de sombra”. O prefeito contou que implementou um software de material pedagógico para os alunos da rede municipal, porém, a maioria dos estudantes não tinha acesso à internet em casa: “Investimento perdido”.
Ao falar das inovações de sucesso, Nunes citou a tecnologia que tem como objetivo melhorar o transporte urbano e o Centro de Inovação Bruno Covas que dá incentivo a startups verdes.
Compromisso com a população
Cícero Luna, prefeito de João Pessoa, afirmou que a capital da Paraíba busca ser referência na educação por meio da tecnologia. De acordo com Luna, a meta é ser igual ou superior às melhores escolas particulares do país.
“Cidade inteligente tem visão e compromisso em cuidar do que é mais importante: a população”, pontuou.
Entre as inovações exemplares de João Pessoa, Luna falou do Programa Remédio em Casa, do prontuário eletrônico e do Programa Papel Zero: “Não assino nada em papel, é tudo digital”.
Luna disse que defende a tecnologia como uma ferramenta para que se possa ser mais eficiente ao cuidar das pessoas.
Filômetro
O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, contou que a cidade foi a primeira capital a vacinar a população e os adolescentes e a aplicar a dose de reforço contra a Covid-19. “Envolvemos a tecnologia em todo o processo da vacinação e criamos centros independentes. Desenvolvemos o aplicativo Filômetro que indicava, em tempo real, o tamanho da fila da vacinação para a população.”
Braide falou que preza por uma política voltada para as pessoas. A cidade está transformando os casarões históricos em habitação de interesse popular, com diversos apartamentos. Além disso, está criando uma rota acessível no Centro Histórico da cidade.
“Ser cidade inteligente é mudar a vida das pessoas de forma rápida e impactante. Uma cidade só é boa para quem é de fora se, em primeiro lugar, for para quem mora lá”, afirmou.
Estratégia de digitalização
João Campos, prefeito de Recife, disse que a meta da cidade é se tornar uma grande referência na área digital nos próximos quatro anos.
“Temos o Embarque Digital, que promove a formação de jovens no ensino superior em tecnologia. Temos duas mil bolsas. A gente é fiador porque quer garantir a empregabilidade.”
Segundo Campos, a estratégia de digitalização de Recife tem foco no cidadão. “Não podemos excluir ninguém por não ter acesso à internet ou por não ser alfabetizado digitalmente.”
Durante a pandemia, a cidade criou um sistema de saúde que atende remotamente: “A telemedicina é uma realidade em Recife”. Campos contou que a vacinação foi a porta de entrada da digitalização para a população. No aplicativo Conecta Recife, o cidadão encontra todos os serviços da saúde.
“A tecnologia precisa ter relação com a sociedade, não pode ter barreiras. Ela deve servir para enfrentar a desigualdade e as grandes mazelas”, afirmou.