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A EDUCAÇÃO CONECTADA E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2024

Atilio Rulli
Atilio Rulli
Vice-Presidente de Relações Públicas da Huawei na América Latina e Caribe, com contribuição significativa na construção de parcerias que alavancam a transformação digital no Brasil. O executivo já atuou como gestor de Rede e Data Center da Prodam – SP, passando por multinacionais como Cabletron, Enterasys e CISCO, onde foi responsável pela área de Diretorias Regionais de Vendas.

No Brasil, a educação conectada tem sido progressivamente integrada às políticas governamentais.

As eleições municipais de outubro ocorrem em um momento disruptivo para o setor educacional, especialmente se levarmos em conta o crescente foco na educação conectada. Este conceito abrange o uso intensivo de tecnologias digitais e de internet banda larga para enriquecer o ambiente de aprendizado. A transformação digital na educação é vital para modernizar os métodos de ensino e também para assegurar que o país se destaque na nova economia digital, em especial na formação da mão de obra qualificada, uma demanda que já existe hoje e seguirá no futuro.

Nesse contexto, o momento eleitoral é uma ótima oportunidade para que o debate sobre a infraestrutura de conectividade nas escolas, principalmente as públicas, seja realizado de modo a esclarecer a sociedade sobre sua importância. O acesso à internet é fundamental para que as instituições de ensino possam integrar a digitalização às suas práticas pedagógicas e garantir a todos os estudantes o direito a uma formação mais adequada às necessidades do atual cenário econômico.

No Brasil, a educação conectada tem sido progressivamente integrada às políticas governamentais. O leilão não arrecadatório do 5G, case de sucesso no mundo todo, destinou recursos para o avanço da internet em escolas públicas. Atualmente, programas, como a “Estratégia Nacional de Escolas Conectadas”, são esforços dos governos, em colaboração com os sistemas de ensino, que visam direcionar e garantir a conectividade e o apoio à aquisição e melhoria dos dispositivos e equipamentos.

Contudo, a transformação digital no setor educacional envolve mais do que simplesmente equipar escolas com tecnologia. Trata-se de criar um ecossistema educacional que promova a inovação e a criatividade. A inclusão digital, garantindo acesso igualitário a recursos tecnológicos, é fundamental nesse processo. É esperado que novas políticas sejam formuladas para eliminar barreiras geográficas e socioeconômicas que impedem alunos de diversas regiões do país de acessar tais recursos.

Para tanto, é necessário superar desafios associados à falta de expansão da internet banda larga, especialmente o 5G. Em meu último artigo, no qual foquei no conceito de cidades inteligentes, ressaltei que, para a concretização da transformação digital, é necessária a existência de uma infraestrutura de telecomunicações robusta, atualizada e preparada para atender às exigências produtivas atuais.

No caso dos municípios, um dos elementos críticos é a promulgação das chamadas Leis das Antenas, regulações que permitem a ocupação do solo para a instalação de sistemas como torres, mastros, postes, antenas e outros equipamentos essenciais para atender às demandas do 5G. Cada município precisa de sua própria regulação, por isso, espera-se que essa questão esteja contemplada nos programas de governo e nas agendas dos próximos vereadores e prefeitos. 

O uso de tecnologias digitais no ambiente escolar inclui desde plataformas de aprendizado online até ferramentas interativas como quadros digitais e realidade virtual. Essas tecnologias permitem uma abordagem mais personalizada do ensino, adaptando-se ao ritmo e estilo de aprendizagem de cada aluno, e facilitam o engajamento por meio de métodos interativos e colaborativos. 

A inteligência artificial e a computação em nuvem também são ferramentas à disposição de gestores escolares, professores e alunos. Estas tecnologias oferecem possibilidades como a personalização do aprendizado, através de sistemas que adaptam conteúdos e avaliações à evolução de cada estudante, e a possibilidade de armazenar e acessar grandes quantidades de dados educacionais com segurança, eficiência e inteligência. Isso já acontece na China, por exemplo.

Por fim, é necessário considerar também estratégias que priorizem tanto a infraestrutura quanto a capacitação docente. Os investimentos devem focar em conectividade, dispositivos tecnológicos e na formação de professores para que possam utilizar eficazmente essas ferramentas em sala de aula, valorizando seu papel de orientador e o seu saber dentro da trilha tecnológica.

À medida que o Brasil se aproxima das eleições de 2024, a educação conectada surge como um tema crucial para o desenvolvimento do país na nova economia digital. A capacidade de integrar com sucesso as tecnologias digitais no sistema educacional será um indicativo significativo do compromisso do país com a inovação e o progresso. Portanto, é fundamental que os líderes eleitos priorizem e expandam o acesso à educação digital, garantindo que o Brasil possa competir globalmente no século 21.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities. 

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