No início deste negócio de transporte, tudo era mais simples. Tínhamos nossos caminhões robustos, apenas para carregar cargas de um lugar para outro. Não havia frescuras, só trabalho duro e estradas de terra batida. Mas, aos poucos, algo mudou, e percebo que devemos encarar as mudanças de frente. |
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Lá nos primórdios, quando dirigíamos os primeiros caminhões, em uma carona casual, a luz acendeu. “Por que não levar as pessoas, e cobrar por esse serviço?”Assim começamos a evoluir, e nosso trabalho ia além da simples movimentação de mercadorias. |
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No começo usávamos apenas caminhões. Aliás, durante um bom tempo eram os caminhões envelopados de ônibus.Mas o transporte de passageiros já era algo necessário, obrigatório, porém, quando envolveu a política, talvez, já tivéssemos perdido o foco. |
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Já dizia um velho dos nossos tempos: “Olhem para a traseira daquele veículo, meu amigo. Isso não é só sobre ônibus, é sobre pessoas. Se não entendermos e atendermos o que elas querem, elas vão embora”.À medida que a demanda por transporte de pessoas crescia, começamos a nos perder em meio aos motores e aos problemas. Esquecemos que, no fundo, estávamos lidando com seres humanos, não apenas passageiros, aqueles que apenas passam e nem sempre pagam. |
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Foi aí que as coisas começaram a desandar. O controle governamental se entrelaçou em nossos assuntos.Se no início comemoramos o nascimento da primeira política de transferência de renda do país, o vale transporte, fomos também envolvidos em impostos e regulamentações, que nos apertaram como uma teia, sem saída.Não que fosse errado, mas apenas nos desviou ainda mais do foco principal. Em vez de preocupar em atender com excelência, passamos a nos preocupar em criar justificativas para tudo o que ocorria. |
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Lembro do tempo, não muito distante, em que reaproveitar veículo em mais de uma linha era proibido, sob a justificativa de prejudicar a fiscalização, para o processo de “bater quilometragem”.Nesse contexto, surge a tecnologia em cena. |
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Mas em vez de nos aproximar das pessoas, em princípio ela só nos fez focar no controle da operação. E com tudo isso, a única coisa importante se tornou os números do sistema.Nesse ponto, já nem lembrávamos mais que o começo de tudo isso foi a simples ideia de levar pessoas de um lugar para outro. |
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Mas será que agora olhando para novos números, sob uma nova perspectiva, conseguimos entender o que as pessoas querem? |
Este é um desabafo fictício/artificial, ou não, de um operador de transporte emulado por Inteligência Artificial.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
Mestre em transportes pela UFMG, com mais de 15 anos na área tendo atuado em transportes em duas copas do mundo e duas olimpíadas, sendo as duas últimas posições em eventos como consultor do COI e CONMEBOL. Sócio de uma consultoria tradicional de transportes (PLANUM) e sócio de uma startup de inovação de mobilidade (Bus2). Atualmente trata mais de 1 bilhão de registros por mês entre dados de planejamento, AVL, SBE e outros, independente de formato e fornecedores.