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AMBIDESTRIA URBANA

Giovani Bernardo
Giovani Bernardo
Co-fundador e CEO da Exxas Smart City Bureau e da Habitat 4.0 e mentor da Locomotiva Aceleradora. Atuou como Secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Tubarão/SC 2017/2023 e Vice Presidente de Desenvolvimento Regional do Fórum Inova Cidades entre 2021/2023.

A Nova Fronteira das Cidades Inovadoras

A ambidestria organizacional, essencialmente, é a habilidade de uma empresa em equilibrar a eficiência operacional do presente com a inovação necessária para o futuro. Este conceito, contudo, vai além das fronteiras corporativas e se estende ao desenvolvimento urbano, onde cidades ambidestras se posicionam para prosperar em um mundo em constante mudança. A aplicação deste princípio ao planejamento e gestão urbanos redefine o crescimento e a resiliência das cidades, fazendo com que a ambidestria não seja apenas uma estratégia empresarial, mas um modelo de desenvolvimento sustentável para metrópoles.

A transição de Detroit, de uma cidade dominada pela indústria automobilística para uma economia mais diversificada, ilustra a necessidade de adaptabilidade. Detroit está aprendendo com suas dificuldades passadas, buscando um renascimento econômico através da inovação e da diversificação. Por outro lado, Austin e Dubai exemplificam como a ambidestria pode ser uma força motriz para o desenvolvimento. Austin, mantendo suas raízes culturais, abraçou a tecnologia e a inovação, transformando-se em um centro tecnológico. Dubai, conhecida por sua riqueza petrolífera, diversificou sua economia investindo em turismo, finanças e tecnologia, tornando-se uma cidade global.

Para que uma cidade adote com sucesso o modelo de ambidestria, a liderança é crucial. Assim como um CEO direciona uma empresa para equilibrar a inovação com a eficiência operacional, um governante deve promover a cultura da ambidestria como um princípio de gestão contínua, não apenas como uma série de iniciativas isoladas. Isso significa investir em infraestrutura que suporte tanto as atividades econômicas existentes quanto as emergentes, promover políticas que incentivem a inovação e garantir que a educação e a formação profissional estejam alinhadas com as necessidades futuras da força de trabalho.

Além disso, a liderança em ambas as esferas deve estar comprometida com a criação de um ambiente onde a experimentação e o aprendizado com falhas sejam encorajados, adotando políticas como Sandbox, por exemplo. Isso inclui a implementação de sistemas de feedback que permitam ajustes rápidos e eficazes, bem como a promoção de uma cultura que valorize tanto a excelência operacional quanto a inovação disruptiva.

Empresas como a Exxas Smart City Bureau, especializadas em planejamento e governança de ecossistemas de inovação e clusters de negócios, assim como eventos como o Connected Smart Cities, desempenham um papel fundamental ao ajudar cidades a navegarem nesta transformação. Elas oferecem insights e estratégias que permitem às cidades implementar práticas ambidestras, transformando desafios em oportunidades de crescimento sustentável.

A ambidestria urbana, portanto, vai além da mera sobrevivência em um ambiente competitivo. Ela representa um compromisso com a evolução e a resiliência, garantindo que as cidades não apenas se adaptem às mudanças, mas também prosperem, beneficiando-se delas. Governantes e líderes empresariais têm, nesse contexto, a responsabilidade compartilhada de fomentar uma cultura de ambidestria, assegurando que suas cidades e empresas sejam capazes de enfrentar os desafios de hoje e se preparar para as oportunidades de amanhã.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

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