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SINAIS POSITIVOS PARA A ELETROMOBILIDADE

Novo governo dá esperanças aos  que defendem a economia verde

Todos aqueles que – como eu – militam há décadas pelo desenvolvimento sustentável e o transporte limpo e não poluente sentiram-se reconfortados com as primeiras palavras dos líderes do novo governo federal que tomou posse no dia 1º de janeiro

Os sinais foram positivos. O que eles disseram na primeira semana de mandato dão motivo para um moderado otimismo sobre as perspectivas da eletromobilidade no país, depois de anos de políticas erráticas ou regressivas.

Ainda que nenhum plano concreto tenha sido esboçado, o fato é que o novo governo assumiu um firme compromisso de mudar radicalmente a agenda ambiental do país.

O próprio presidente Lula foi claro a esse respeito, em seu discurso no Congresso Nacional, quando afirmou que “nenhum outro país tem as condições do Brasil para se tornar uma grande potência ambiental, a partir da criatividade da bioeconomia e dos empreendimentos da sociobiodiversidade”. 

Também deu indicações de quais serão suas prioridades nessa área, ao defender “uma indústria mais verde”, o “desmatamento zero na Amazônia” e a “emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica”.

Coube ao vice-presidente Geraldo Alckmin, novo ministro do recriado Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, dar mais detalhes sobre o tema, em seu discurso de posse, ao inserir o desenvolvimento sustentável numa ambiciosa estratégia de “reindustrialização do país”.

“A sustentabilidade é o ponto de partida de toda a política industrial” – disse Alckmin, pronunciando duas expressões (“desenvolvimento sustentável” e “política industrial”) que estavam proibidas na Esplanada dos Ministérios havia pelo menos quatro anos.

Ele foi ainda mais explícito ao mencionar quais setores econômicos seriam contemplados por essa nova estratégia.

“Algumas frentes que serão exploradas no desenho de programas desta natureza, incluem por exemplo, o complexo industrial da saúde, energias renováveis e hidrogênio verde, além da questão da mobilidade”.

Tais metas serão atingidas por meio de uma “política de reindustrialização consensuada com o setor produtivo, a academia, a sociedade e a comunidade internacional”.

Outros ministros também deram pistas de que o governo conta com o diálogo e a participação das empresas brasileiras para trilhar o novo caminho. 

Em seu discurso de posse, Marina Silva, do Meio Ambiente, afirmou: 

“Vamos trabalhar juntos com a sociedade civil, empresários, trabalhadores, povos indígenas e tradicionais, artistas, cientistas e governos estaduais e municipais, para reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país, retomando a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros”.

E concluiu: ““Vamos precisar de muito apoio e investimentos para darmos o salto de qualidade e gerar um novo ciclo de prosperidade, capaz de promover o crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental”.

O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou no dia 2 à Rede Globo que o governo incentivará a indústria de baixa emissão.

“Vamos rever desonerações para setores que não precisam de estímulo, dar estímulo a outros setores que precisam florescer no nosso país, como, por exemplo, os setores associados à transição ecológica, produção de energia limpa, produção de carros não poluentes”.

Tudo somado, temos um conjunto de manifestações que apontam para uma rota de desenvolvimento favorável ao transporte limpo e às tecnologias de baixa emissão.

Pode ser que nada disso avance, pode acontecer que a tradicional inércia da política nacional prevaleça mais uma vez. Mas podemos nos permitir um pouco de esperança.

Convenhamos: há quanto tempo mesmo não ouvíamos palavras tão sensatas e amigáveis em Brasília? 

Ainda assim, temos de ficar atentos. A eletromobilidade ainda é um conceito ao mesmo tempo sedutor e assustador para muitos administradores públicos e até para alguns setores econômicos. Implementá-la exigirá firmeza e paciência. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

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