Equipe global do Moovit testou na prática um projeto implementado com o Ministério dos Transportes de Israel
Um aviso: este texto vai para uma redação escolar para “Minha Férias”, mas prometo que é para descrever o que está no título.
No último mês, após mais de dois anos e uma pandemia, a equipe global do Moovit conseguiu se reunir na sede da empresa em Tel Aviv, Israel, para um workshop de avaliação e planejamento. Aproveitei esses dias por lá para testar na prática um projeto implementado com o Ministério dos Transportes do país e que dá um indicativo de como a nossa jornada no transporte público pode ser mais simples.
Em 2020, o governo israelense fez uma chamada para empresas de tecnologia e mobilidade que quisessem integrar uma plataforma unificada de pagamentos para transporte público. A ideia é simples: usar um app de mobilidade urbana não só para planejar os trajetos, mas também para o fazer o pagamento, direto ali na palma da sua mão, de todos os modais envolvidos na viagem.
O Moovit, associado a um aplicativo local para pagamentos, foi uma das empresas que entrou para a empreitada — e, sem querer me adiantar, hoje tem a maior fatia do mercado israelense, com base em sua enorme popularidade. E como funciona: após criar uma conta utilizando o próprio aplicativo e incluir os dados do cartão de crédito, basta usar a câmera para validar QR codes em ônibus, trens e VLTs no app do Moovit e realizar o pagamento.
Todos ganham
As vantagens para o passageiros são várias: além de ganhar tempo evitando filas de bilheteria, o valor das passagens é cobrado de forma que sempre o beneficia. Por exemplo, se você usa todos os dias da semana, é cobrado um passe semanal em vez de viagens individuais. No meu caso, paguei quatro viagens de ônibus em Tel Aviv e o valor do trem até Jerusalém combinado com o VLT na cidade.
Como turista, achei vantajoso não precisar comprar um cartão de transporte, que não seria reutilizado e que costuma deixar um saldo residual após uma viagem, e não precisei fazer câmbio ou usar dinheiro em espécie.
Para operadores e empresas de transporte, as vantagens estão na redução de custo com pessoal e de compra e manutenção de equipamentos — não são necessários validadores, somente adesivos com os códigos a serem escaneados — além do controle eletrônico das passagens pagas via aplicativo.
É importante colocar as coisas em perspectiva: Israel é um país de menos de 10 milhões de pessoas, com a extensão territorial equivalente ao estado de Sergipe. Implementar um projeto nacional de MaaS no Brasil, ou mesmo em um estado ou uma grande região metropolitana, é algo mais desafiante.
Mas a experiência israelense aponta um caminho que imagino ser inevitável. Em breve, também será possível pagar por serviços de micromobilidade nesta plataforma – as patinetes e as bicicletas compartilhadas que são incrivelmente populares em Tel Aviv.
Caso você queira saber mais sobre este projeto, recomendo a leitura de um estudo de caso no site do Moovit.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
Gerente geral do Brasil no Moovit. Atuou por 12 anos no mercado financeiro e, em 2013, a convite do então secretário de transportes do Rio de Janeiro, migrou para a área pública, onde foi o responsável pela abertura dos dados do transporte público. Formação: Administração de Empresas (IBMEC-Rio) e Finanças (FGV).