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VIVENCIANDO A MAAS EM ÂMBITO NACIONAL

Pedro Palhares
Pedro Palhares
Gerente geral do Brasil no Moovit. Atuou por 12 anos no mercado financeiro e, em 2013, a convite do então secretário de transportes do Rio de Janeiro, migrou para a área pública, onde foi o responsável pela abertura dos dados do transporte público. Formação: Administração de Empresas (IBMEC-Rio) e Finanças (FGV).

Equipe global do Moovit testou na prática um projeto implementado com o Ministério dos Transportes de Israel

Um aviso: este texto vai para uma redação escolar para “Minha Férias”, mas prometo que é para descrever o que está no título.

No último mês, após mais de dois anos e uma pandemia, a equipe global do Moovit conseguiu se reunir na sede da empresa em Tel Aviv, Israel, para um workshop de avaliação e planejamento. Aproveitei esses dias por lá para testar na prática um projeto implementado com o Ministério dos Transportes do país e que dá um indicativo de como a nossa jornada no transporte público pode ser mais simples.



Em 2020, o governo israelense fez uma chamada para empresas de tecnologia e mobilidade que quisessem integrar uma plataforma unificada de pagamentos para transporte público. A ideia é simples: usar um app de mobilidade urbana não só para planejar os trajetos, mas também para o fazer o pagamento, direto ali na palma da sua mão, de todos os modais envolvidos na viagem.

O Moovit, associado a um aplicativo local para pagamentos, foi uma das empresas que entrou para a empreitada — e, sem querer me adiantar, hoje tem a maior fatia do mercado israelense, com base em sua enorme popularidade. E como funciona: após criar uma conta utilizando o próprio aplicativo e incluir os dados do cartão de crédito, basta usar a câmera para validar QR codes em ônibus, trens e VLTs no app do Moovit e realizar o pagamento.

 Todos ganham

As vantagens para o passageiros são várias: além de ganhar tempo evitando filas de bilheteria, o valor das passagens é cobrado de forma que sempre o beneficia. Por exemplo, se você usa todos os dias da semana, é cobrado um passe semanal em vez de viagens individuais. No meu caso, paguei quatro viagens de ônibus em Tel Aviv e o valor do trem até Jerusalém combinado com o VLT na cidade.

Como turista, achei vantajoso não precisar comprar um cartão de transporte, que não seria reutilizado e que costuma deixar um saldo residual após uma viagem, e não precisei fazer câmbio ou usar dinheiro em espécie.

Para operadores e empresas de transporte, as vantagens estão na redução de custo com pessoal e de compra e manutenção de equipamentos — não são necessários validadores, somente adesivos com os códigos a serem escaneados — além do controle eletrônico das passagens pagas via aplicativo.

 É importante colocar as coisas em perspectiva: Israel é um país de menos de 10 milhões de pessoas, com a extensão territorial equivalente ao estado de Sergipe. Implementar um projeto nacional de MaaS no Brasil, ou mesmo em um estado ou uma grande região metropolitana, é algo mais desafiante.

Mas a experiência israelense aponta um caminho que imagino ser inevitável. Em breve, também será possível pagar por serviços de micromobilidade nesta plataforma – as patinetes e as bicicletas compartilhadas que são incrivelmente populares em Tel Aviv.

 Caso você queira saber mais sobre este projeto, recomendo a leitura de um estudo de caso no site do Moovit.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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