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INICIATIVAS DE MOBILIDADE SÃO PEÇAS SOLTAS EM UM TABULEIRO

Denis Lopardo
Denis Lopardo
Founder e CEO da BDOO SMART MOBILITY Seu portfólio inclui fundação da 1ª startup de micromobilidade elétrica do Brasil, 1º case mundial de micromobilidade aplicada ao B2B delivery (iFood), integração bicicletários ao metrô (CCR Mobilidade), interconectividade apps/wallets (AutoPass, TicketLog), projetos de micro-fulfillment centers e discussões regulatórias.

As soluções de mobilidade vão além das “coisas”. Quando integradas, as iniciativas ganham em soma de oferta de valor, e muitas vezes as desvantagens iniciais são mitigadas

Mesmo após o surgimento e a implementação de diversas iniciativas em Mobilidade Sustentável (modais elétricos, aplicativos, etc), ainda observamos muitas oportunidades e desafios em sustentação, rentabilização e principalmente de ganhos de escala destas iniciativas. 

Quando observamos isoladamente cada uma destas iniciativas, elas se deparam com “dores” recorrentes e atuais de mercado que parecem intransponíveis. A ciclologística por exemplo, apesar de possuir forte apelo ESG, para ser implementada terá de concorrer com as “tabelas-frete” e a outras operações em larga escala e que não dependem necessariamente de veículos não poluentes. 



Já os modais elétricos, se comparados aos modais a combustão, ainda perecem por altos custos de aquisição e dificuldade de recarga e manutenção.

As soluções de mobilidade vão além das “coisas”. Quando integradas, as iniciativas ganham em soma de oferta de valor, e muitas vezes as desvantagens iniciais são mitigadas.

Para isso, é preciso que haja plataformas tecnológicas que conectem toda a jornada deste ecossistema. Em outras palavras, tecnologias que proporcionem as conexões de diversas iniciativas. Sem dúvidas, essa é uma necessidade de transformação em muitas empresas, especialmente as de maior porte. Adaptar-se a um novo modelo demandará um novo olhar sobre o tema e sobre tudo o que foi desenhado e estabelecido como processo até então.

Desenvolvimento interno de sistemas e softwares Vs parcerias com plataformas já desenvolvidas e que já atuam neste ecossistema com curva de experiência já estabelecida é uma das principais dúvidas dos gestores de logística sobre o quê fazer para implementar modelos mais sustentáveis em suas operações. 

Esse quebra-cabeça vai muito além de um Aplicativo e do dimensionamento de armazenagem e capacidade para performance transacional, a arquitetura da plataforma com APIs próprias e um parque tecnológico ágil e acessível para potenciais customizações. 

Por exemplo, todos os dias surge um novo mercado que entrega em 15 minutos e nós consumidores adoramos, claro! Se pararmos para pensar, essa solução veio para dar uma chacoalhada no então conhecido modelo de supermercados, mas você consegue imaginar a complexidade logística dos produtos? Como a entrega acontece em 15 minutos? Como os entregadores pedalam (literalmente) com aquela bag cheia de coisas nas costas? De quem são as bikes? Por que será que isso não aconteceu antes? 

A iniciativa do mercado em 15 minutos é sensacional (lá em casa usamos muito), muitas startups foram para cima desta ideia e o sucesso será atribuído a quem mais rápido organizar as peças soltas desse tabuleiro:  Integrações para criar soluções ágeis e conjuntas com quem já está nesse ecossistema, oferecimento de linhas de crédito para locação e compra de equipamentos pelos próprios entregadores (que utilizam os modais inclusive em outros momentos do seu dia), utilização de algoritmos para análises preditivas sobre os equipamentos, percursos e tipos de terrenos, redução dos subsídios de marketing para compensação da baixa rentabilidade das operações e aumento do retorno financeiro reduzindo o riscos, ociosidade e manutenção dos equipamentos são algumas das peças que agora, com a tese comprovada, precisarão ser cuidadosamente organizadas.

Se o mundo está cada vez mais conectado e cada vez mais rápido, a oferta de serviços de um determinado player se transforma na solução de dores de outros players do ecossistema. O diferencial de uma empresa já consolidada ou de uma startup está justamente nas conexões que fará para viabilizar suas teses e suas ideias de forma rápida e principalmente sustentável.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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