Desta vez, o eixo Meio Ambiente foi pauta do programa que recebeu especialistas da área e a Secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, em Santa Catarina
Na última terça-feira, 10/05, a Plataforma Connected Smart Cities trouxe mais um Evento Temático 2022 do Ranking CSC para discutir Meio Ambiente, tomando por base a cidade de Balneário Camboriú (SC), além da análise de Cátia Valente, Head de Projetos Governamentais do Climatempo, Luana Siewert Pretto, CEO do Instituto Trata Brasil, Leonardo Musumeci, Pesquisador FSP-USP e professor do MBA Cidades e Inovações, Vitor Raydan Diab, Gerente de Área da RainBird e Iara Negreiros, Consultora Associada da Spin Soluções Públicas Inteligentes e Doutora da Escola Politécnica da USP e ABNT/CEE-268 que trata de “Cidades e Comunidades Sustentáveis.
Abaixo você confere os principais Highlights apresentados nesta série que continua no dia 24 de maio, com o eixo Tecnologia e Inovação.
Willian Rigon, diretor de marketing da Urban Systems, e pesquisador responsável pelo Ranking CSC, apresentou os atuais recortes de Meio Ambiente, que relacionam o percentual de atendimento urbano de água, a perda na distribuição desta água, o percentual de atendimento e tratamento urbano de esgoto, a recuperação de materiais recicláveis e de resíduos plásticos recuperados, o percentual de coleta de resíduos sólidos, o monitoramento das áreas de risco, a idade média da frota de veículos, outros modais de transporte de massa, percentual de veículos com baixa emissão, e a potência outorgada de energia UFV, eólica e de biomassa.
Cátia Valente trouxe em sua apresentação como a iniciativa privada pode ajudar os gestores públicos a minimizar os impactos, frente aos eventos climáticos que atingem nossas cidades. Em parceria com a StormGeo, a Climatempo possui pacto global com a ONU atuando em 16 países. A empresa é constituída em 7 verticais (energia, construção e mineração, mídia, transporte e logística, varejo, agro, e projetos governamentais). Com a Sala de Situação, centro de previsão e monitoramento, a Climatempo faz articulações com a Defesa Civil do município e envia os avisos de atenção e alerta hidrometeorológicos.
As Salas de Situação são operadas nos estados da Bahia, no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, e São Paulo (dentro do Palácio dos Bandeirantes na capital). Outra área abordada é em relação ao Saneamento, onde são analisados a previsão do tempo, monitoramento, caracterização climática e metodologia. A nível de município, com as prefeituras, Cátia Valente afirma que a Climatempo consegue monitorar tempestades, chuvas, ventos, raios, e toda a gama metereológica. “Nós trabalhamos muito para ajudar, proteger e cuidar das nossas cidades, das pessoas e da saúde do nosso planeta”, disse a Head de Projetos Governamentais.
Leonardo Musumeci compartilhou sua experiência na participação da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20. A Agenda 2030, discutida nesta Conferência, trouxe os desafios da internalização (sensibilizar atores, implantar governança, adequar metas globais, definir indicadores nacionais) e dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Segundo Leonardo, em São Paulo, no ano de 2019, a Agenda 2030 foi dividida em Câmaras Temáticas. Detalhando a ODS pertinente à Câmara de temática ambiental, em que o pesquisador participou, para cada município foram registradas: a meta global, a meta municipal, a contextualização, os indicadores selecionados para o monitoramento da meta, e os desafios remanescentes. Leonardo trouxe também a sobreposição dos riscos ambientais que dividem-se em 3 grupos, mais o GPE – grupos populacionais expostos aos riscos dos diferentes grupos de mudanças ambientais. “Uma informação que as unidades básicas de saúde produzem sobre determinada condição de saúde, elas dizem muito sobre a nossa condição ambiental”, disse Musumeci.
A CEO do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, comentou, em um apanhado geral, sobre a ligação das ODS com o saneamento e as smart cities. “O Instituto gera informação a partir de estudos e projetos sociais transformando dados em conhecimento sobre a situação da cidade onde se vive e dos benefícios que a implantação do saneamento pode trazer”, afirmou. Luana também apresentou o percentual de saneamento básico no Brasil, que atinge 84,1% da população com acesso à água tratada, 55% com acesso à coleta de esgoto, sendo apenas 50,8% deste esgoto tratado, e 40,1% da água que ainda é perdida, antes de chegar às residências. “Em 2020, o Brasil despejou na natureza 5.368 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento, por dia”, comentou Pretto.
A CEO também citou o Novo Marco Legal de Saneamento que estabelece metas de universalização em que, até 2033, o objetivo é que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável, e 90% tenha acesso à coleta e tratamento de esgoto. “De um lado temos a existência de tecnologias para transformar as cidades brasileiras em smart cities, de outro o Brasil ainda caminha a passos lentos em um serviço essencial e básico, que é o saneamento”, disse.
Maria Heloiza Lenzi, Secretária de Meio Ambiente da Prefeitura de Balneário Camboriú, apresentou dados que justificam porque a cidade é 1o.lugar no eixo Meio Ambiente no Ranking CSC de 2021, assim como é considerada o município mais saneado no Estado de Santa Catarina. Lenzi comentou sobre a gestão de resíduos sólidos efetuada na cidade. A coleta de lixo, que é cobrada da população por uma tarifa e não por taxas, segundo a Secretária, oferece uma sustentabilidade financeira para investir na evolução tecnológica da coleta de resíduos. Com essa gestão, o percentual de inadimplência é muito baixo, uma vez que a tarifa é cobrada no volume e número de vezes que o caminhão passa nas residências e comércios. “Com esse equilíbrio financeiro, temos um planejamento a longo prazo e todos os novos serviços ofertados impactam de forma pequena a tarifa, o que para a população é vantajoso”, disse Lenzi.
O saneamento em Balneário Camboriú tem previsão de 100% de cobertura da rede de esgoto até o final de 2022, e 98,5% da rede de coleta é tratada. O município deixou como sugestão de indicadores para o Ranking Connected Smart Cities a gestão de resíduos, o saneamento e a preservação ambiental.
Iara Negreiros foi chamada ao debate com todos os participantes que retornaram à mesa e comentou sobre a ISO 37.106, que trata de “Cidades e Comunidades Sustentáveis”. Iara comentou que no Brasil, devido a população flutuante das cidades em desenvolvimento, e também do aumento do número de turistas nas temporadas, o país necessita ter a medição de saneamento e resíduos coletados constantemente. Cátia Valente trouxe como foco o eixo da educação ambiental quanto ao desperdício da água, e a separação do lixo que precisa ser trabalhado nos municípios. Leonardo Musumeci argumentou que o grande salto para se conseguir trabalhar as desigualdades está totalmente ligada à vulnerabilidade social.
Luana Pretto disse que quando se pensa em cidades inteligentes logo se pensa em tecnologia de ponta, mas não se importa com o saneamento por não se entender o benefício gerado com esse serviço. “Em Balneário Camboriú, devido a sermos uma cidade territorialmente pequena, conseguimos melhorar a gestão porque existe um planejamento político, mas que é administrado por empresas privadas. Funciona muito bem porque o foco está no contrato de concessão”, disse Maria Heloiza Lenzi. Para finalizar os highlights deste evento, Vitor Diab apresentou a contribuição da RainBird com o trabalho de irrigação e a economia de energia para os locais públicos. A empresa trabalha com paredes e telhados verdes, hortas urbanas, reparação dos chamados ‘Rios de Concreto’ e a manutenção das áreas verdes de recreação, como os parques.
Todo o conteúdo do vídeo, você pode assistir, gratuitamente, no canal do Youtube do Connected Smart Cities. Confira o calendário de programação dos Eventos Temáticos do Ranking CSC pelo site. Inscreva-se neste link para interagir com os participantes dos próximos programas.
Assessora de Imprensa da Necta – Conexões com Propósito