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A VIABILIDADE DE SOLUÇÕES INOVATIVAS: PRINCIPAIS MANEIRAS DE GARANTIR A SUSTENTABILIDADE DE UMA NOVA INICIATIVA

Thais Zschieschang
Thais Zschieschang
Internacionalista, cientista política, mestra e doutoranda em Psicologia Social (PUC/SP). Especialista em inovação pública e socioambiental, cofundadora do Delibera Brasil e pesquisadora pela PUC/SP. Criadora do Manual Participativo e do Jogo do Desenvolvimento Sustentável, autora do Mulheres e Política no Brasil, integrante Conexão Inovação Pública e Coalition for Digital Environmental Sustainability - CODES (PNUMA e PNUD). Mentora ABStartups, BrazilLAB, SEBRAE e Social.LAB.

O viável e executável é o melhor caminho para a inovação, sendo que as soluções – sejam elas serviços ou produtos, podem ser sempre complementadas com novas soluções ou até mesmo melhoradas e ampliadas de forma progressiva, para que enderecem de forma mais qualificada e contemplativa as agendas as quais se propõe intervir

Quando consideramos a ideação de uma solução baseada em um problema socioambiental real, o primeiro conceito levado em consideração é o reflexo da social na problemática ou desafio escolhido. Isso significa que cada solução deve atender diretamente uma parcela do problema complexo socioambiental priorizado.

O segundo aspecto relevante é o valor de impacto gerado pela solução, ou seja, o quanto ela endereça o problema a partir do impacto projetado nas matrizes lógicas de causa-influência que representam a expectativa de intervenção da solução proposta, seja ela um produto ou um serviço, representando os entregáveis de causa ou agenda.



O que nos leva ao modelo de negócio, que considera em sua construção tudo o que é preciso para que a operação da solução aconteça. Envolvendo uso de ativos, como recursos humanos, financeiros e estruturais, e contemplando as estratégias mercadológicas de aplicação da solução na prática.

O processo de modelagem de negócio abarca três principais áreas. Inicialmente existe a validação de interesse na conceituação e desenvolvimento da solução, que se relaciona à proposta de valor e demanda mercadológica e/ou social de aplicação da solução da forma como ela foi planejada.

Neste ponto é importante ressaltar que primeiro se valida o problema, no sentido que de fato existe um desafio e que esse desafio é experimentado por pessoas e localidades; o segundo processo validativo vem após, correspondendo à validação da solução, sendo que o público-alvo que interagem com o problema demonstra interesse em enfrentar sua demanda nos termos da solução proposta.

Seguimos com o desenvolvimento estratégico de negócio, correspondendo a um plano de ação com cronogramas e metas de planejamento da operação, abarcando a sustentabilidade financeira do produto ou serviço ofertado, sendo definidos nesta etapa os entregáveis práticos da solução.

O terceiro ponto representa um eixo transversal de mapeamento de atores de interesse com expectativas influências e pontos de vista dentro da temática tratada, incluindo seus respectivos papéis dentro da solução como clientes, beneficiários, parceiros, financiadores ou então como possíveis entraves, no caso de antagonismo de objetivos ou de forma de tratar a problemática.

Quando essa conceituação inicial é bem desenvolvida, temos a certeza de que o problema é real e que existe uma demanda para sua resolução. Assim como que a solução proposta verificou, a partir de processos ideativos, inovadores e diversos – idealmente, uma boa forma de promover uma mudança socioambiental relevante, criando um novo fazer coletivo.

A melhor forma de operação e realização da solução, dentro do planejamento estratégico, é tão importante quanto o conhecimento do problema e do desenvolvimento de soluções, garantindo que sua implementação seja o mais eficaz possível a partir dos recursos disponíveis e desejados.

Todos esses aspectos compõem a análise de viabilidade da solução. Soluções brilhantes, mas inviáveis, não são aplicáveis e portanto não atingem o impacto previsto e o propósito de sua criação.

O viável e executável é o melhor caminho para a inovação, sendo que as soluções – sejam elas serviços ou produtos, podem ser sempre complementadas com novas soluções ou até mesmo melhoradas e ampliadas de forma progressiva, para que enderecem de forma mais qualificada e contemplativa as agendas as quais se propõe intervir.

Dentro do modelo incremental, outra sugestão para soluções enxutas é que a partir do recorte de problema exista uma relação direta com uma das faces do desafio priorizado, sendo que a melhoria das soluções previstas ou o desenvolvimento de novas soluções acopladas acontece apenas após testes validativos de funcionamento das soluções existentes. Este processo representa uma terceira forma de validação, sendo ela de implementação da solução em sua versão inicial e seguintes, sendo que para cada nova funcionalidade, ajuste ou adequação, novas validações são necessárias. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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