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GESTÕES INTELIGENTES DE RECURSOS HÍDRICOS

Thales Demarchi
Thales Demarchi
Especialista Comercial para o setor de meio ambiente e automotivo do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, no Consulado dos EUA, em São Paulo. Profissional com mais de dez anos de experiência em desenvolver estratégias de entrada no mercado brasileiro para empresas estrangeiras nos setores de ciências da saúde, turismo, e-commerce, entre outros. Possui bacharelado em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC).

A adoção de tecnologias emergentes nos sistemas de gerenciamento de água ajuda a melhorar a conservação da água, a prevenção de enchentes, no controle da poluição, na proteção da qualidade e segurança hídrica, e tem efeito direto na saúde e qualidade de vida da sociedade

Empresas de saneamento ao redor do mundo estão  adotando tecnologias inteligentes para melhorarem seus processos e aumentarem a eficiência de operações e serviços. Estas tecnologias permitem que se criem sistemas de detecção, mensuração e gravação de dados que se comunicam e interagem com operadores e gerentes de sistema e permitem a análise aprofundada de situações e o desenvolvimento de planos de ação e de manutenção.

As tecnologias adotadas e seus usos

Cada vez mais, percebe-se a adoção de instrumentos com sensores digitais que coletam e transmitem dados em tempo real para uso em pluviômetros, medidores de vazão e para monitoramento de qualidade de água. As companhias de saneamento também têm implementado sistemas de controle e aquisição de dados para otimizar processos de forma remota. Para melhorar o mapeamento e gerenciamento de recursos, são adotados sistemas de informação geográfica (GIS) para coletar e avaliar informação espacial de recursos hídricos, gerando modelos de redes totalmente integrados que permitem a análise e o gerenciamento de dados ambientais.

Todos estes componentes são integrados através de softwares que modelam sistemas de infraestrutura e ambientais que possibilitam otimizar processos decisórios e gerenciamento de crises e riscos. Isto também traz benefícios diretos à população ao permitir uma mensuração inteligente de consumo e tarifas, a criação de uma base completa de dados sobre os clientes, e o design de modelos hidrológicos que promovam segurança hídrica a longo prazo.

Exemplos de gestão inteligente de recursos hídricos

Nos Estados Unidos, a sede da Agência de Proteção Ambiental dos EUA em Washington aprimorou seu existente sistema de captação de água da chuva, que tem capacidade de quase 23 mil litros, com controles em tempo real que gerencia a retenção de água de chuva e garante um uso mais efetivo. O sistema permite que a EPA monitore o volume de água capturada e utilizada ao longo do tempo. Enquanto isto, o estado da Califórnia desenvolveu um projeto que possui uma ferramenta de GIS para munir municípios com ferramentas de infraestrutura verde que avaliam a qualidade da água em escalas de bácias hidrográficas.

Na cidade do Kansas, existe um aplicativo para celular e web que mostra dados ao vivo sobre os rios da região, para que os usuários possam tomar decisões sobre suas atividades recreativas em tempo real. A cidade também instalou sistemas inteligentes para suas redes de saneamento e coleta de água da chuva, e hoje tem uma maiores redes de sensores para gerenciamento de esgoto do mundo.

Finalmente, o Centro Nacional de Pesquisa e Educação sobre os Grandes Rios, associação de entidades civis do Illinois, criou uma rede de bóias de monitoramento que coletam dados contínuos e em tempo real da qualidade da água nos rios Mississipi, Missouri e Illinois. Estes dados, junto com outros coletados pelos governos federal, estadual e local ficam disponíveis a todos através de portais virtuais.

A realidade brasileira

Existem diversos exemplos de gestão inteligente da água no Brasil já em operação e, com o novo marco legal do saneamento, veremos cada vez mais operadores de saneamento adotando estas tecnologias para diminuírem as perdas e riscos nos sistemas de abastecimento e tratamento de água e efluentes. Além disso, investimentos e estratégias terão que ser amplamente avaliadas e implementadas para que elas consigam atingir as ambiciosas metas de universalização de água e esgoto até 2033.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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