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MOBILIDADE: COMO SERÁ O PÓS-COVID?

Vitor Magnani
Vitor Magnani
Presidente da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) e do Conselho de Comércio Eletrônico da Fecomercio/SP. Professor da FIA e especialista em Relações Institucionais e Governamentais para ecossistemas inovadores.

Pandemia da Covid-19 trouxe muitas incertezas para todos os setores da economia pelo mundo e quanto às novas formas de se locomover não foi diferente

As recomendações de distanciamento social influenciaram o comportamento dos usuários dos serviços de transporte, assim como, a escolha do modal durante a pandemia da Covid-19. Além disso, milhões de pequenos e médios varejistas foram impactados e precisaram se digitalizar, o que aumentou as entregas por delivery expressivamente. Com isso, os profissionais de entrega e estabelecimentos comerciais passaram a usufruir dos aplicativos de mobilidade e entrega como meio para gerar renda e prestar serviços.

Porém, uma das principais preocupações do mundo pós-covid é a sobrevivência do transporte coletivo e a tendência de migração de viagens para o automóvel particular. Para contrapor este cenário, o que vemos é que para os trajetos curtos e médios, por exemplo, a aposta de grandes cidades ao redor do mundo tem sido investir em políticas públicas de fomento à mobilidade ativa – a pé ou por bicicleta.



Medidas pós-pandemia

Algumas medidas devem ser adotadas no período pós-pandemia para incentivar esses meios de locomoção, como o fechamento de ruas para carros, ampliação de calçadas e construção de ciclovias em caráter emergencial; auxílio financeiro para aqueles que optam por utilizar bicicletas como meio de transporte; e investimentos em infraestrutura para pedestres. Essas são algumas das tendências que identificamos ao redor do mundo e que podem ser refletidas no Brasil nos próximos anos.

Já para os trajetos mais longos, os aplicativos de transporte têm um papel fundamental para frear a compra de automóveis particulares. Políticas públicas de restrição da circulação de automóvel particular devem favorecer a criação de uma fonte de financiamento do transporte coletivo, bem como o apoio aos demais modos de transporte.

Esses pontos serão levados em conta no pós-pandemia, mas já observamos algumas diferenças: o deslocamento em ambientes livres de aglomerações vem se tornando uma resposta viável diante da pandemia. O papel das empresas de compartilhamento torna-se, assim, uma alternativa disponível diante da mudança de comportamento da população e sua adaptação às condições atuais.

Dados do uso de transporte pós-pandemia

Durante a pandemia, o uso de transporte por aplicativo aumentou 55% nas periferias das principais capitais, de acordo com uma pesquisa realizada em quatro capitais brasileiras pela 99. Além disso, quando o isolamento não for mais necessário, 38% das pessoas declararam que pretendem se deslocar mais a pé e 20% pretendem usar mais a bicicleta, segundo estudo feito pela Rede Nossa São Paulo.

As bicicletas, por serem um tipo de modo individual e utilizado em espaços abertos, são consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma alternativa segura de deslocamento durante a pandemia e que deve continuar em alta mesmo após a crise gerada pela Covid-19. Os aplicativos de transporte e sistemas de bikesharing fazem com que não haja necessidade de investimento em meio de locomoção próprio.

Políticas públicas de mobilidade urbana

Mesmo com a vacina, serão necessários alguns cuidados para evitar o contágio da Covid-19 por algum tempo. Com isso, a OMS e a ONU Habitat recomendam a criação de uma infraestrutura para o ciclismo e incentivam a mobilidade a pé para diminuir o risco de contágio e para encorajar a prática de exercícios físicos. Ademais, é importante que esteja no centro do debate a multimodalidade e a integração modal como diretrizes fundamentais para a construção das cidades do futuro. Para tanto, é fundamental que o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil atuem juntos para garantir que as políticas públicas de mobilidade urbana continuem sendo pautadas por uma agenda moderna, coerente e sustentável.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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