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INOVAÇÃO E DIVERSIDADE 

Thais Zschieschang
Thais Zschieschang
Internacionalista, cientista política, mestra e doutoranda em Psicologia Social (PUC/SP). Especialista em inovação pública e socioambiental, cofundadora do Delibera Brasil e pesquisadora pela PUC/SP. Criadora do Manual Participativo e do Jogo do Desenvolvimento Sustentável, autora do Mulheres e Política no Brasil, integrante Conexão Inovação Pública e Coalition for Digital Environmental Sustainability - CODES (PNUMA e PNUD). Mentora ABStartups, BrazilLAB, SEBRAE e Social.LAB.

A inovação depende da diversidade para operar, em um formato de junção de pessoas com históricos diversos em torno de uma mesma ideação, com abertura institucional para o criar fora do tradicional e integrando aspectos culturais 

A inovação encontra a diversidade em sua lógica operacional, ou seja, a diversidade é o princípio inovativo base, o qual os demais se enraízam para operar. Mas o que estamos chamando de diversidade? A diversidade é a integração de formas diferentes e complementares de experimentações da socialização, possibilitada pela interação de visões de mundo diferentes entre as e os colaboradores. Ela pode ser acessada de forma identitária, ideológica, cultural, geracional e educacional, sendo que essas interfaces se relacionam gerando, dentro da complexidade da composição social, visões de mundo combinadas com influências múltiplas das áreas citadas.

A identidade faz referência a como cada pessoa é enxergada pelos demais e como ela enxerga a si e o seu papel no mundo, com influência de questões de gênero, sexual, racial, atributos físicos, entre outros; e os signos e papéis sociais atrelados a cada um desses recortes com perfis idealizados coletivamente, com expectativas de comportamento social. Os demais pontos, tratados a baixo, afetam a produção identitária, sendo reconhecido, de prima, o processo de influência conjunta nos pontos abordados.




A ideologia corresponde às crenças ideológicas de fazeres sociais agregados, ou seja, construções cognitivas e emocionais de narrativa e desenho de ferramentas para lidar com os aspectos sociais, individuais e coletivos, permeando a vida privada e a pública de todas e todos. Podem representar crenças políticas, religiosas, economicistas, por exemplo.

Mas o que as cidades têm a ver com isso? 

A produção cultural é uma das grandes responsáveis pelas possibilidades de experimentações que levam às construções identitárias e ideológicas, e ela é orientada pelo momento histórico vivido e pelo recorte regional de acesso de todas e todos: a localidade tem papel fundamental na formação das perspectivas e visões de mundo.

A própria localidade, assim como o acesso a outras; a idade, enquanto formações de perspectivas geracionais; e o acesso à educação também são privilégio de experimentação via socialização. As cidades enquanto espaço cotidiano e moldador de indivíduos também é subproduto das conceções de todas e todos, uma vez que os indivíduos, coletivos e instituições interferem uns nos outros de forma recíproca, porém assimétrica em critérios de poder da produção social cultural.

Por sua vez, o que é a inovação? 

A Inovação é a descoberta de formas novas alternativas de como lidar com problemas anteriores. Ela depende de um olhar complementar diversos dentro de sínteses contínuas de contrapontos do desenvolvimento refinados de possibilidades de atuação dentro de um desafio completo, que integra, muitas das vezes, mais de uma solução e possibilidade de aplicação. 

A inovação está para a criatividade assim como a participação está para crença do seu poder de influência dentro destas criações coletivas, de pessoas com visões de mundo diferentes, que se acreditam capazes de contribuir com tais eixos temático, são ouvidas, estão disponíveis para pensar problemas em profundidade e desenvolveram habilidades para solucioná los.

A inovação depende da diversidade para operar, em um formato de junção de pessoas com históricos diversos em torno de uma mesma ideação com abertura institucional para o criar fora do tradicional, integrando aspectos culturais como a valorização de erros e seus aprendizados, a possibilidade de pivotar rumos e ajustar percursos sem o sentimento de fracasso. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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