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SMART CITIES

Thomaz Assumpcao
Thomaz Assumpcao
Fundador e CEO da Urban Systems, empresa sócia do Connected Smart Cities & Mobility. Formado em Engenharia pela FEI e com especialização na Strathclide University (Glasgow) e Marketing - UCLA- University of California, atuou como diretor de marketing da Método Engenharia, sendo responsável por trazer ao Brasil alguns dos conceitos de mercados emergentes, como lazer, turismo e sênior living.

Nas Smart Cities, o planejamento e gestão urbana devem responder às necessidades sociais e econômicas da sociedade

Nos últimos anos o conceito de Smart City, ou cidade inteligente traduzido do inglês, tem sido bastante difundido no Brasil que tenta seguir exemplos bem sucedidos de outros países. Anteriormente associado à tecnologia, o conceito se expandiu e hoje o foco é na qualidade de vida. 

A cidade criativa e sustentável faz uso da tecnologia em seu processo de planejamento com a participação dos cidadãos, para a estratégia de infraestrutura, serviços e de informação e comunicação, ou seja, a tecnologia é o meio, não o fim. Nas Smart Cities, o planejamento e gestão urbana devem responder às necessidades sociais e econômicas da sociedade. 



Exemplos internacionais 

O mundo está repleto de exemplos de cidades inteligentes bem-sucedidas como Paris, na França, Barcelona, na Espanha, e Vancouver, no Canadá, que originou, inclusive, o termo vancouverismo, em referência a iniciativas de planejamento urbano pautadas por zoneamento sustentável. No entanto, precisamos lembrar que não basta ‘copiarmos’ soluções implantadas em outros países. É necessário conhecer as soluções internacionais e trazê-las para a nossa realidade. 

As cidades inteligentes são organismos vivos que se reinventam o tempo todo. Como as já citadas Paris, que está desenvolvendo novas centralidades para que o cidadão consiga resolver seus problemas em 15 minutos a pé, ou Barcelona, com a revisão do Bairro 22@, onde estão sendo implementados superquadras e inserindo produtos complementares como moradia e saúde, gerando assim uma elevação do patamar de coeficiente de aproveitamento para adensar a região. Essas cidades são exemplos a serem aprofundados, do qual voltarei a falar em próximos textos.

É interessante observar que o desenvolvimento de uma cidade inteligente, normalmente, se inicia a partir de um grande evento/momento, como por exemplo a realização de competições internacionais, como Copa do Mundo, Olimpíadas ou mesmo aniversário de fundação da cidade. Infelizmente, os últimos eventos desse porte realizados no Brasil não foram aproveitados como deveriam ter sido, porém, a pandemia da COVID-19 traz, além de crises, oportunidades para a definição de uma nova política de intervenções urbanas em nível mundial.

Lógicas atuais

O coronavírus impôs novas lógicas para o desenvolvimento das cidades e confirmou tendências já existentes de Smart Cities. Entre elas, uma das mais importantes, é a descentralização com a necessidade de bairros mais independentes. Não importa o tamanho da cidade, é preciso criar novas centralidades, diminuir as diferenças sociais, integrar e aproximar as pessoas da moradia e do trabalho. 

A segunda lógica que preciso citar é a econômica. O foco dessas mudanças todas é atender um programa de sustentabilidade econômica e ambiental, impactando na qualidade de vida com a inserção do ser humano na sociedade, por meio da geração de emprego e renda. 

É preciso que a cidade tenha uma diversidade de atrações que possibilitem a criação de diversos tipos de emprego. Posso citar como exemplo a criação de espaços destinados a uma atividade econômica, como uma alameda gastronômica, que, por reunirem muitas pessoas acabam atraindo outras atividades e serviços que imponham uma dinâmica que gere dinheiro.

Para que essas mudanças aconteçam, é necessário que o poder público pense além do ciclo político de quatro anos e planeje a cidade a longo prazo. Os novos prefeitos empossados em 2021 estão sendo chamados para participar dessa nova realidade e levar qualidade de vida para a população. 

É uma grande oportunidade, principalmente, para as pequenas e médias cidades que têm a vantagem de não apresentarem grandes problemas estruturais como as metrópoles. Ou seja, podemos olhar e aprender com as cidades grandes, adequando as necessidades e entendendo que, além de inteligência urbanística, é importante ser inteligente economicamente incentivando os talentos, vocações, a capacidade de formar pessoas e atrair empresas, buscando equilíbrio entre qualidade de vida, economia e sustentabilidade ambiental. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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