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A APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE SMART CITIES NAS HABITAÇÕES POPULARES

Patrick Levy
Patrick Levy
Especialista do serviço comercial da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, baseado no Consulado Americano, no Rio de Janeiro/RJ, onde cobre os setores de engenharia e arquitetura, meio ambiente, mineração e finanças. Advogado graduado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

O Brasil tem uma demanda muito alta pela construção de habitações populares e de projetos circundantes, que permitam qualidade de vida a seus moradores, como escolas e comércio

O Serviço Comercial da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, presente em cinco capitais, por meio dos postos em: Belo Horizonte, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, se dedica a fomentar a exportação de produtos e serviços americanos, aproximando empresas brasileiras e americanas de todos os setores de atividades, com o intuito de facilitar parcerias comerciais.

Alguns tópicos de forte interesse para ambos os países são, como indica o termo em inglês, “cross sectorial”, ou seja, interligam várias áreas de atividade. Um deles é o de Smart Cities. 



O conceito de Smart Cities, que permite, com o apoio de tecnologias digitais, que se obtenham melhores serviços públicos e condições de transporte, urbanismo, sustentabilidade (no meio ambiente e na construção), educação, saúde, trabalho e segurança, é de alta prioridade para o nosso Departamento.

Oportunidades 

Oportunidades de parceria são inúmeras, mas focarei numa área: a aplicação dos princípios de Smart Cities na construção de habitações populares.

O Brasil tem uma demanda muito alta pela construção de habitações populares e de projetos circundantes, que permitam uma melhor qualidade de vida a seus moradores, como escolas e comércio. Para tanto, o governo federal criou programas como o Casa Verde e Amarela. 

Desde 2009, já foram construídas cerca de 4 milhões de unidades habitacionais, de um déficit estimado em 7 milhões de unidades.

A Lei 14.118, de janeiro de 2021, que instituiu o Programa Casa Verde e Amarela, tem objetivos que incluem “estimular a modernização do setor da construção e a inovação tecnológica com vistas à sustentabilidade ambiental e à melhoria da qualidade da produção habitacional”. 

Case que pode ser replicado 

E é justamente no que se refere à modernização do setor da construção, da inovação tecnológica e da sustentabilidade ambiental que a experiência americana de Smart Cities pode servir de modelo, permitindo uma melhoria sensível na construção de bairros inteiros, incluindo edifícios de uso misto, escolas, hospitais, dentro de um conceito de sustentabilidade.

Tecnologias que permitem uma construção rápida e de qualidade, como, por exemplo, a construção modular; que contemplem soluções para problemas que afligem grande parte das cidades brasileiras, como mitigação de enchentes por meio do uso de sensores e tecnologia, além do uso de energias renováveis, de novos conceitos de paisagismo, ou seja, uma série de ideias que podem fazer toda a diferença no sistema existente de construção popular.

Diversos exemplos de projetos de construção popular baseados num conceito “Smart” em cidades americanas podem ser citados, como em Minneapolis, Nova York, Philadelphia, Portland, entre outros exemplos.

Outro conceito, criado pelo Instituto Americano de Arquitetos (AIA), é o programa R/UDAT, projeto comunitário com a participação do público habitante do entorno.

O programa combina os recursos locais com a expertise de uma equipe multidisciplinar de profissionais, ajudando a transformar uma região, antes degradada, em uma área mais agradável, sustentável e segura, com novas construções, novos parques e espaços abertos, novas ordenações de zoneamento, moradias populares, revitalização comercial e econômica, preservação de distritos e marcos históricos.

Projetos assim já foram entregues em mais de 130 cidades nos Estados Unidos, como San Francisco, Atlanta, Houston, e estão em análise em cidades brasileiras como Rio de Janeiro e Porto Alegre.

O Serviço Comercial dos Estados Unidos está à disposição de firmas de arquitetura, engenharia, prefeituras, secretarias de urbanismo e meio ambiente, empresas de transporte, segurança, e demais setores interessados em conhecer melhor a experiência americana em Smart Cities, seja no setor habitacional como no de meio ambiente, segurança, tecnologia e transportes, entre outros.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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