Referência como uma das principais metrópoles do mundo, Nova Iorque investe em urbanismo sustentável:
As cidades, como organismos complexos, devem desenvolver na sua gestão urbana princípios que se aliem a sustentabilidade, que promovam o desenvolvimento de cidades mais inteligentes e acessíveis. Se a estimativa é que até 2050 80% da população mundial viva em centros urbanos, nunca foi tão necessário discutir soluções para absorver esse crescimento populacional que permitam o bem-estar para todos os cidadãos, além de incentivar o investimento, desenvolvimento econômico e a sustentabilidade.
A cidade de Nova Iorque é referencia no mundo inteiro quando o assunto é planejamento de grandes centros urbanos. O NYC Mayor’s Office of Technology and Innovation (MOTI) vem desenvolvendo políticas com o objetivo de tornar a cidade em uma smart city, sendo que essas buscam conservar recursos como energia e água, reduzindo o impacto ambiental de Nova Iorque, ao mesmo tempo que aumentando a qualidade de vida da população.
Em 2013 a cidade lançou o programa Accelerated Conservation and Effiency (ACE) com o intuito de promover um sistema de luz inteligente. O programa garantiu a instalação de luzes mais ecológicas em 650 prédios de 16 agências do governo, salvando milhões de dólares por ano, além de prevenir a emissão de mais de 900 toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa.
Com uma população que ultrapassa 8 milhões de habitantes, a cidade de Nova Iorque desenvolveu o sistema Automated Meter Reading (AMR) que garante um consumo de água mais consciente, além de permitir com que os cidadãos possam acompanhar seu consumo diário de água. O sistema, que já foi instalado em quase 1 milhão de propriedades, é integrado com um aplicativo de smartphone que, além de notificar o usuário de seu consumo diário, avisa sobre potenciais vazamentos caso exista uma anormalidade no volume de água consumido- a aplicação do programa já resultou na economia de $73 milhões de dólares.
Outro aspecto importante para a cidade é garantir o monitoramento do ar: o Departamento de Saúde e Higiene Mental de Nova Iorque realiza pesquisas de qualidade do ar desde 2008. O monitoramento é realizado com 75 estações de monitoramento temporárias instaladas por um período de duas semanas e 8 monitores de ar permanentes que relatam dados em intervalos de 15 minutos. Com o programa, foi possível determinar que o óleo para aquecimento de baixo custo, usado em apenas 1% dos edifícios de Nova York, estava causando mais poluição do ar do que todos os veículos da cidade juntos.
A aplicação desses recursos em cidades facilitam o planejamento urbano e resultam em uma diminuição de custos e aumento na eficiência dos serviços. Nesse sentido, a população passa a ser mais ativa também nos processos de mapeamento e gestão: fica cada vez mais evidente também que os cidadãos possuem e desejam auxiliar na identificação de problemas que permeiam seu entorno.
A governança proativa para a criação de cidades participativas tem como principal objetivo a criação de cidades que buscam cada vez mais promover o acesso aos bens e serviços públicos de maneira democrática, sempre buscando combater as desigualdades sociais e produzindo maior qualidade de vida para todos. O que leva Nova Iorque a ser pioneira em urbanismo está justamente no aspecto de adaptar às mudanças sociais e tecnológicas, sempre buscando estratégias que permitam melhorar o seu entorno.