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CIDADES INTELIGENTES E O CORONAVÍRUS

A capacidade de resiliência que uma nação possui é tanto um requisito para se passar por momentos como esse, quanto o único caminho possível para ser atingida. 

Uma cidade resiliente é aquela com uma alta capacidade de adaptação: o planejamento contínuo para que, quando existam situações de adversidade, o impacto em sua infraestrutura seja mínimo. Considerando que 75% da população mundial irá viver em centros urbanos até a metade do século e que, atualmente, esses hospedam 70% da economia global em apenas 2% do território do planeta (Boeck, 2016), nunca foi tão necessário discutir estratégias de resiliência.

As soluções resilientes são necessariamente fruto de políticas públicas que promovam uma cidade socialmente inclusiva. A desigualdade social afeta o planejamento urbano e expõe milhares de cidadãos a riscos de sobrevivência que poderiam ser facilmente evitados- de acordo com dados do IBGE de 2016, mais de 11 milhões de brasileiros vivem em favelas, já somatizando mais de 6 mil comunidades em 323 municípios

Além disso, o período de recessão econômica aumentou o número de trabalhadores sem contrato formal de trabalho: quase metade da força produtiva do país não possui nenhum sistema de proteção social para períodos turbulentos, o que ficou evidente na crise do coronavírus.

Como resultado disso, especialistas apontam que, apesar do vírus não discriminar entre classes sociais, a população de baixa renda está muito mais vulnerável e a chance do número de contaminados ser maior que da parte mais abastada da população é grande. O conceito é claro: não existe isolamento social quando se tem um grande número de moradores na mesma residência, em áreas de extrema densidade demográfica e com falta de condições sanitárias.

Uma das principais questões apontadas por governos mundo afora frente a medida de isolamento social é o impacto que essa terá na economia. De fato, o isolamento só tem sentido quando garante uma rede de proteção social para amparar todos aqueles que precisam. A economia, apesar de tudo, não é uma entidade e não é livre de atividades humanas. É preciso conceber o fato de que, querendo ou não, o mundo irá enfrentar tempos tumultuosos.

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