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APLICATIVOS MAPEIAM VIOLÊNCIA NAS RUAS DE CIDADES BRASILEIRAS

Apps criados para mapear violência armada ajudam pessoas a traçar rotas mais seguras
O post Aplicativos mapeiam violência nas ruas de cidades brasileiras apareceu primeiro em Summit Mobilidade

A violência urbana restringe o direito de ir e vir nas grandes cidades. Isso motivou a criação dos aplicativos Fogo Cruzado e Onde Tem Tiroteio (OTT) no Rio de Janeiro e a expansão deles para outros municípios, como São Paulo e Recife.

Os apps ajudam a mapear os focos de violência armada nas ruas e a pressionar o poder público para que a ocorrência não volte a acontecer. Além disso, contribuem para que seus usuários encontrem rotas alternativas e mais seguras.

A popularidade desses aplicativos mostra a importância do mapeamento da violência urbana e da utilidade dos serviços. O app Fogo Cruzado já foi baixado mais de 250 mil vezes. O OTT já enviou alertas para mais de 4,7 milhões de usuários, de acordo com o criador da ferramenta.

ONDE TEM TIROTEIO

O aplicativo OTT foi criado com a missão retirar todos os cidadãos das rotas dos arrastões, de blitz falsa e das balas perdidas. Desenvolvido em 2016, no Rio de Janeiro, por um grupo de quatro amigos, o app se baseia no conceito de segurança feita de um cidadão para outro. A iniciativa também está presente em outras cidades, como Niterói (RJ), São Paulo e Guarulhos (SP), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES).

A plataforma recebe as denúncias de ocorrências que são verificadas antes de serem publicadas. O sistema de checagem envolve a consulta a uma equipe de apoio de colaboradores de confiança, fontes oficiais e até grupos de WhatsApp de moradores da região do incidente. O serviço também mantém perfis em redes sociais, como Facebook, Instagram e Twitter, onde recolhe e divulga as informações.

FOGO CRUZADO

O Fogo Cruzado, criado em 2016 com o apoio da Anistia Internacional e de uma rede de voluntários, funciona como aplicativo para celular e plataforma online. O serviço começou reunindo relatos de tiros enviados por jornalistas, policiais e moradores do Rio de Janeiro. Em 2019, a iniciativa também foi expandida para o Recife.

Quando uma notificação de disparo de arma de fogo chega, a equipe do aplicativo cruza a notificação com filtros desenvolvidos para agregar informações em redes sociais. Assim, é possível saber quem, quando e onde está se falando sobre o assunto. Após a verificação, a informação é postada na internet, e o incidente fica em registro público no site e no app.

O Fogo Cruzado foi reconhecido por diversos prêmios nacionais e internacionais. Em 2020, a Interface de Programação de Aplicações (API) da plataforma ficou entre os finalistas do Sigma Data Journalism Awards. O app também foi considerado uma das iniciativas mais inovadoras do mundo na publicação Atlas da Inovação para a Estabilidade Econômica, da FHI 360, financiado pela Rockefeller Foundation, nos Estados Unidos.

PREOCUPAÇÃO COM ESTIGMATIZAÇÃO

Porém, para alguns especialistas, ao destacar soluções alternativas para a violência urbana, os aplicativos podem estar ampliando um problema. Na visão do sociólogo Marcelo Batista Nery, que estuda violência e crime na Universidade de São Paulo, é possível que essas ferramentas acabem reforçando preconceitos.

Em sua pesquisa sobre como os brasileiros relatam crimes em vários aplicativos móveis, o sociólogo descobriu que os incidentes que tendem a ser sinalizados como perigosos são influenciados pelo noticiário sobre violência.

O estudo aponta que as áreas que recebem uma onda de atenção da mídia depois de um evento violento geralmente serão pontilhadas com relatórios de incidentes de crowdsourcing nos dias seguintes. Tiroteios em favelas perto de grandes vias de trânsito e bairros mais ricos costumam receber muito mais atenção do que em áreas remotas, concluiu a pesquisa.

Fonte: Mobilidade Estadão 

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