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TRANSFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO, SOBREVIVÊNCIA DE NEGÓCIOS E MUDANÇA DE MENTALIDADE: ESPECIALISTAS DEBATEM O PAPEL DA INOVAÇÃO EM MEIO À PANDEMIA

Quadro dentro do “Gaúcha Atualidade” contou com a participação de consultora e de superintendente da PUCRS

A consultora em inovação Gabriela Ferreira e o superintendente de Inovação da PUCRS, Jorge Audy, debateram o impacto da área durante a pandemia de coronavírus no quadro Painel Atualidade, na Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (2). A rápida transformação na educação, o caminho para a sobrevivência dos negócios e a necessidade de mudança na mentalidade estão entre os temas que marcaram presença no encontro entre os especialistas. 

Nas quartas-feiras, o quadro dentro do programa Gaúcha Atualidade ouve representantes de setores econômicos para provocar o debate e estimular a busca por alternativas para a diminuição do impacto negativo causado pela pandemia. 

Além de atuar como consultora em inovação e empreendedorismo, Gabriela Ferreira é professora da PUCRS. Jorge Audy é um dos integrantes do Pacto Alegre, iniciativa que busca “criar condições para que a cidade se transforme em um polo de inovação, atração de investimentos e empreendedorismo” e que reúne o poder público e a iniciativa privada.

INOVAÇÃO EM MEIO À PANDEMIA

— A inovação é o que vai nos tirar tanto dessa crise sanitária quanto da crise econômica, porque a inovação é fazer diferente algo que tenha um resultado de impacto positivo para a sociedade de uma forma geral. E este momento está nos mostrando que a gente precisa fazer muitas coisas diferentes, desde uma inovação tecnológica, que vai ser uma vacina, um medicamento, até novas formas de trabalho e de relacionamento. Tudo é diferente, mas o objetivo e o conceito da inovação é isso, algo que tenha impacto positivo naturalmente na sociedade, nas nossas formas de trabalhar, de ver e também em produtos — explicou a consultora Gabriela Ferreira. 

INOVAÇÃO E SOBREVIVÊNCIA DE NEGÓCIOS

— A gente vive numa economia de oferta, diferentemente de outros tempos no mundo onde existia mais demanda do que oferta. A gente tem muitas opções. Então, as empresas precisam se diferenciar umas das outras, conquistar o seu cliente, o seu consumidor, e a inovação é uma ferramenta fundamental para isso. É uma estratégia fundamental para essa diferenciação. Então, vai sobreviver quem inovar, inovar de forma naturalmente alinhada com as expectativas da sociedade — observou Gabriela.

EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO

— Se eu tivesse que, nessa abordagem, identificar uma ideia ou algo que está acontecendo neste período, eu te diria que, das áreas mais afetadas, mais aceleradas por esta pandemia, a área onde se verifica melhor inovações, coisas que são novas, é na área da educação. Nós, num intervalo de tempo muito curto, colocamos milhões de estudantes em educação remota, em educação a distância. Porque a área mais transversal que existe não é a inovação. A área mais transversal é a educação. Estamos discutindo questões na área de educação que há seis meses atrás não estaríamos falando, que é questão do ensino remoto, de como viabilizar o ensino num contexto em que as pessoas estão cuidando das suas saúdes em casa. Então, tudo isso que está no entorno, que na área de educação chamamos de ensino híbrido, que emerge com muita força a partir da pandemia, eu te diria que se não for a maior inovação, certamente é a mais importante. É a mais crítica para nós como sociedade — afirmou o superintendente de Inovação da PUCRS. 

— A gente precisa ter essa mentalidade de que o conhecimento, e a educação como canal, é fundamental para que a gente tenha competitividade como país, como profissionais, como negócios. E a grande chave está em como pensar a educação como processo e não como estrutura. Não é a sala de aula, não é um equipamento. A gente precisa realmente pensar a educação como processo. Essa é a grande chave da mudança — disse Gabriela. 

CARÊNCIA DE INOVAÇÃO NA ÁREA PÚBLICA

— Todo o segmento público brasileiro do ponto de vista da relação com a sociedade está mais para o século XIX do que para o século XXI. A área pública nacional, em todas as suas escalas, para mim é a que mais rapidamente necessita incorporar os princípios que a Gabriela apresentou como sendo da inovação. A forma como as estruturas e a máquina pública nacional, nas escalas municipal, estadual e nacional, interagem com o cidadão, com as empresas, com a cidadania. Te diria que aí é o lugar onde estamos mais atrasados e mais temos de avançar — avaliou Audy.

MUDANÇA DE MENTALIDADE PARA AVANÇAR

— As tecnologias existem, existe muita inovação disponível, muita tecnologia, mas o que precisa mudar efetivamente é a mentalidade. Esse olhar para a inovação. E a gente tem muitas inovações acontecendo. Não é porque estou criando uma nova tecnologia, mas é porque realmente mudei minha forma de olhar as coisas e é isso que vai nos diferenciar, que vai realmente mudar a chave de 2020 — afirmou Gabriela. 

ACELERAÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS

— Acelerou também as desigualdades, e a educação é a que melhor expressa isso, ficaram também mais críticas, mais aceleradas, mais visíveis. Isso aumenta os nossos desafios enquanto sociedade para superar isso — salientou o superintendente de Inovação da PUCRS. 

PACTO ALEGRE

— Estamos trabalhando com uma série de projetos, alguns vinculados à pré-pandemia e outros pós-pandemia, por exemplo, na recuperação econômica e na questão social. São dois dos projetos mais importantes que o Pacto está envolvido nessa retomada — explicou Audy. 

INOVAÇÃO NAS PEQUENAS COISAS

— A gente tem uma super inovação que é uma nova vacina, um novo medicamento, mas a gente tem aquelas pequenas inovações. Inovação é um contínuo, que vai de um extremo, uma inovação radical, que muda totalmente a maneira como as coisas são feitas, com grande impacto, e a gente tem pequenas inovações incrementais que vão mudando a vida das pessoas, que vão possibilitando que elas se desenvolvam e desenvolvam outras atividades — explanou Gabriela. 

— Costumo dizer que a inovação nesses tempos turbulentos que a gente está vivendo envolve três atributos centrais: conhecimento, criatividade para usar esse conhecimento e coragem para transformar a realidade. Inovar é transformar a realidade e essa visão de conhecimento, criatividade e inovação. Vejam que tem uma palavra que o senso comum costuma associar com inovação, que é tecnologia. Tecnologia é opcional. Posso ser muito inovador sem nenhuma tecnologia — afirma Audy.

Ouvir na íntegra a entrevista

Fonte: Pacto Alegre

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