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SETOR IMOBILIÁRIO DEVE SER UM DOS RESPONSÁVEIS PELA RETOMADA ECONÔMICA DURANTE A PANDEMIA

Os mercados imobiliário e da construção civil iniciam a retomada das atividades e traçam novas expectativas para o segundo semestre

Chegamos na metade de 2020 e, durante esses seis meses, o mercado imobiliário passou por fortes emoções. Desde o otimismo do início do ano com investimentos em alta, juros e inflação em baixa, até a chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), a corrida na busca de soluções para administrar o prejuízo causado pela crise e agora, com a flexibilização da quarentena, o início da retomada, que acontece em um mundo completamente diferente.

Cerca de quatro meses após o início da adoção de medidas de isolamento e restrições de circulação e de funcionamento do comércio adotadas pelos estados brasileiros e pelo Distrito Federal, de acordo com levantamento feito pela Agência Brasil*, começam a afrouxar as regras ou a pelo menos definir planos para a retomada gradual das atividades econômicas, mantendo medidas de isolamento social. Pelo menos 17 estados e o Distrito Federal publicaram medidas que permitem a flexibilização das normas que foram adotadas inicialmente, discutindo com prefeituras uma retomada gradual, dependendo da situação de cada região.

O governador do Estado de São Paulo, João Doria, no último dia 26 de junho, afirmou em coletiva de imprensa, que a cidade de São Paulo foi promovida da fase laranja para a fase amarela da flexibilização da quarentena no Estado.  Nessa nova fase, os serviços de atividade imobiliária na capital paulista poderão ampliar o horário de atendimento de 4 para 6 horas/dia e aumentar a ocupação de estandes e imobiliárias de 20% para 40% da capacidade.

O prefeito Bruno Covas confirmou, no último dia 03 de julho, que a cidade de São Paulo continua na fase amarela e começa a ampliar o funcionamento de diversos estabelecimentos.

MERCADO IMOBILIÁRIO

Especialistas acreditam que, a partir de agora, o futuro deverá ser promissor, impulsionado pela queda de preços, juros baixos além da demanda reprimida durante os meses do isolamento. O foco da retomada continua com o respaldo da tecnologia. Para se manter durante a pandemia a digitalização das atividades imobiliárias foi acelerada. Por meio de softwares e aplicativos, todos os serviços que compõem o funil de vendas de imóveis puderam ser feitos de maneira virtual.

Segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação)*, a venda de imóveis já começa a crescer em São Paulo, A pesquisa mostra que em maio foram vendidas 2.405 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 25,1% superior ao mês anterior (1.923 unidades), mas ficou 26,7% abaixo das vendas de maio de 2019 (3.282 unidades).

No acumulado de 12 meses (junho de 2019 a maio de 2020), as 50.285 unidades comercializadas representaram um aumento de 52,1% em relação ao período anterior (junho de 2018 a maio 2019), quando foram negociadas 33.068 unidades.

Já os lançamentos apresentaram queda durante esse período. Segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio)*, os lançamentos na cidade de São Paulo totalizaram em maio 1.570 unidades residenciais, volume 17,5% inferior ao apurado em abril de 2020 (1.902 unidades) e 44,0% abaixo do total de maio de 2019 (2.806 unidades). Segundo Paulo Takito, sócio diretor da Urban Systems “as empresas que já vinham investindo em tecnologia nos seus processos aceleraram e estão na frente com vendas concretizadas de forma digital, esta mudança veio para ficar no pós-pandemia e as empresas ‘old style’ que ficaram sem vender tem que correr para o digital senão irão continuar a perder vendas”.

No período de junho de 2019 a maio de 2020 (12 meses), os lançamentos na capital paulista somaram 62.727 unidades, 50,4% acima das 41.702 unidades lançadas no mesmo período do ano anterior (junho de 2018 a maio de 2019).

Para o economista-chefe do Secovi-SP*, Celso Petrucci, a tecnologia influenciou positivamente o comportamento do mercado em função das transações on-line, meio virtual que supriu a necessidade de negociação com o cliente diante das restrições impostas pela quarentena. O Secovi-SP destaca ainda que a tendência de queda nos lançamentos preocupa, apesar de que que o segundo semestre historicamente concentre maior volume acumulado de lançamentos e vendas. “No entanto, fica difícil prever o comportamento do mercado para o período neste ano totalmente atípico”, analisa Petrucci.

“Não sabemos o que vai acontecer e como será o comportamento do consumidor, mas temos bons fundamentos para acreditar que haverá demanda, pois o Brasil apresenta crescimento populacional em curso, o mercado imobiliário no primeiro trimestre estava saindo de uma longa crise com baixos estoques e as taxas de juros baixas induzem os investidores para este segmento”, comenta Paulo Takito da Urban Systems.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Um dos setores mais importantes para a economia brasileira, a Construção Civil, também passou por adaptações durante os últimos meses e está otimista em relação à retomada. No último dia 14 de maio, a Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínios (Afeal) promoveu a live ‘Virando o jogo: A retomada da construção pós-Covid-19’, com a presença de representantes da cadeia produtiva do setor, entre eles José Carlos Martins, Presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção)*. Ele falou sobre como o setor da construção civil tem reagido à COVID-19 e quais são as possibilidades para o futuro.

O presidente da CBIC destacou a construção civil como locomotiva para o novo momento do País, já que o setor impacta diretamente 97 outros segmentos, sendo 62 comerciais e industriais, e 35 serviços. “Precisamos tomar a frente, sem arrogância e pretensão, mas com responsabilidade, para pautar o novo momento de crescimento do País”, disse Martins, reforçando, para isso, a importância da cadeia produtiva do setor estar preparada e unida, com demandas sintonizadas com os anseios da sociedade brasileira, para intensificar a atividade e ajudar o país a capilarizar o desenvolvimento e gerar emprego formal.

Martins destacou também que o fato de que no Estado de São Paulo não ter paralisação de obras durante esses meses, diminuiu muito as demissões no setor. A CBIC * divulgou no último dia 26 de junho, o resultado do ‘Levantamento e Atualização das Informações de Obras em Andamento x Obras Paradas’. O estudo indica as obras que estão em andamento e paradas no setor da construção civil em razão da pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19) na semana de 22 a 26 de junho.

De acordo com a sondagem semanal, todas as obras do Estado de Sergipe e Piauí estão paralisadas. O Rio Grande do Sul predomina apenas com obras públicas em andamento. Em algumas cidades do interior todas as obras estão em andamento e em Porto Alegre as obras estão paradas. Os demais estados correspondentes estão com as obras normalizadas. Sete estados não responderam à pesquisa da semana: Acre, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Bahia, Tocantins e Distrito Federal.

Fonte: Urban Systems

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