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O USO DE DADOS DURANTE A PANDEMIA

O Connected Smart Cities entrevistou o Diretor de Negócios de IoT da Claro e a presidente do Brain da Algar Telecom para discutir as tendências que o coronavírus trouxe para conectividade no Brasil 

Com as medidas de isolamento social impostas pela pandemia, muitas pessoas passaram a trabalhar e estudar em casa- o que criou uma expectativa para que a demanda de internet crescesse: na Europa, durante os meses mais acentuados de contágio, o consumo de banda larga apresentou uma alta de 10% a 20% em países como Alemanha e Reino Unido, chegando a até 40% na Itália, país que teve o maior número de casos registrados na Europa. 

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações, o uso da internet de fato cresceu durante a quarentena. O aumento foi de 40% a 50%, sendo que o perfil de utilização também mudou com as medidas de isolamento social: os horários de utilização se assemelham à um domingo, ou seja, existe pouca utilização pela manhã, com um aumento na parte da tarde e um pico durante a noite. 

Segundo a presidente do Brain da Algar Telecom, Zaima Milazzo, serviços e plataformas online tiveram que se adaptar a maior demanda imposta pela realidade do coronavírus: “Em função de todas estas mudanças, as prestadoras reforçaram o monitoramento constante de sua infraestrutura para manter a qualidade da conectividade oferecida aos clientes e estão mantendo equipes de plantão para atender aos pedidos de reparo de redes e serviços para novas ativações”

Empresas de telecomunicações, como a Algar Telecom e a Claro, passaram a exercer um papel fundamental durante a pandemia para garantir que empresas, instituições de ensino e outros setores pudessem continuar atuando, mesmo que ‘a distância’. Zaima Milazzo também ressaltou que, nesse momento, é fundamental que as autoridades possibilitem a instalação e manutenção de infraestrutura e antena para que as pessoas tenham acesso à internet.

A tendência de migrar para o ‘online’, apesar de ter sido intensificada durante a pandemia, já era um processo que estava ocorrendo no Brasil. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2019, 64% das escolas urbanas já contavam com um ambiente ou plataforma de ensino a distância (EAD), sendo que em 2018 esse número era de 47%. Essa tendência, conforme apontou o Diretor de Negócios de IoT da Claro, Eduardo Polidoro, deve se perpetuar em uma realidade pós coronavírus: “O tráfego além de aumentar, devidos às novas conexões e às conexões de vídeo, também se espalhou. Antes, os grandes links se concentravam nos centros empresariais e agora esse consumo está mais disperso. Isso deve permanecer no pós-pandemia, devido à quantidade de empresas que devem aderir ao Home Office”. 

A conectividade se tornou o principal pilar para garantir a funcionalidade das cidades durante esse período e é preciso aproveitar a aceleração dos processos de transformações digitais para aumentar a eficiência dos serviços. Segundo Zaima Milazzo, para isso é preciso que exista um ambiente regulatório e fiscal mais favorável para o desenvolvimento de um Brasil digital: “O Brasil precisa aproveitar essa oportunidade única para aumentar a produtividade e eficiência do setor público e privado e levar melhores serviços para nossos cidadãos, por meio da digitalização. Vivemos a “era” da banda larga de altíssima velocidade, das cidades conectadas, da internet das coisas e, em breve, da inteligência artificial e da tecnologia 5G. A tecnologia está disponível, as empresas privadas possuem competências, tecnologias e estão ávidas para aplicá-las. Mas, para isso precisamos conseguir que o governo insira nosso setor em sua agenda estratégica”. 

O governo federal publicou em uma edição extra do DIário da Oficial da União, que circulou na quarta-feira (17), dois decretos que regulamentam a lei de teles e detalham o ‘canal de rede’. Ambos foram assinados pelo novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, sendo que o Decreto 10.402 trata das condições de renovação automática das frequências de telefonia celular e medidas de migração de regimes de concessões para autorização do serviço de telefonia fixa. 

O decreto atende as demandas da Anatel e operadoras de celular ao estabelecer condições para as autorizações de telecomunicações, permitindo a migração das concessões de telefonia fixa para um outro instrumento jurídico e estabelecendo regras para as empresas que decidirem fazer essa transição. Outro ponto do decreto detalha os procedimentos de prorrogação de autorizações de radiofrequência, sendo que ao fim deste ano a União deveria abrir novas licitações. Desse modo, a renovação acontecerá a partir de autorizações, sendo que a Anatel deverá avaliar esses pedidos e considerar aspectos como o cumprimento das obrigações assumidas, aspectos concorrenciais e atendimento ao interesse público. 

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