Para Estela Alves, pesquisadora do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo, as alterações podem impulsionar melhorias
A pandemia causada pelo novo coronavírus, além de acelerar a transformação digital, também foi responsável por certas alterações na mobilidade urbana de grandes cidades como São Paulo.
Para a pesquisadora do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP) e mestra em Planejamento Urbano e Regional, Estela Alves, esse quadro pandêmico foi capaz de impulsionar uma possível melhoria comportamental na mobilidade urbana, principalmente como indivíduo.
“As pessoas notaram que grande parte de suas atividades podem ser feitas utilizando a tecnologia, sem precisar de deslocamento físico, evitando aglomerações e horários de pico nos transportes públicos. Certamente, a partir de agora vão priorizar locais próximos às suas residências como trabalho, escolas, atendimento médico, etc”, aponta.
A pesquisadora também destaca que o plano de mobilidade de São Paulo não possuía ações para períodos críticos e de emergência como uma pandemia.
Porém, é necessário que as cidades tenham conselhos de mobilidade, compostos por organizações civis, empresários do setor de transporte e representantes dos governos municipais.
“Uma cidade como São Paulo e outras grandes capitais, que abrigam milhares e milhões de pessoas, precisam mais do que desejos e iniciativas pessoais. É necessário que se tenha uma Câmara Técnica e um Conselho especifico e sempre ativo para que os desejos coletivos sejam atendidos. Isso fará com que seus milhões de habitantes tenham diretrizes, tais como informações sobre como evitar transportes lotados e flexibilidade por parte das empresas sobre horários de saídas e chegadas em locais de trabalho”, completa.