Como otimizar a utilização do espaço público e promover uma mudança cultural para a mobilidade ativa
A realidade de muitos brasileiros é de percorrer percursos muito longos entre a sua residência, escola, trabalho, universidade, centros de lazer, etc. São poucos os privilegiados que conseguem fazer esses trajetos de maneira rápida e sem necessitar da utilização do transporte público ou particular. Contudo, dentro de um contexto de cidades inteligentes, a micromobilidade, ou seja, a utilização de meios de transporte alternativos para percorrer distâncias curtas, está cada vez mais próxima de se tornar uma realidade para todos os cidadãos.
De acordo com dados da Associação Nacional dos DETRANS, o Brasil possui uma circulação média de 45 milhões de veículos- cerca de um automóvel para cada 4,4 habitantes. Apesar disso, uma pesquisa realizada pela Grow, empresa resultante da fusão entre a brasileira Yellow e a mexicana Grin, aponta que 47% das pessoas preferem utilizar bicicletas para fazer o trajeto até o trabalho ou para se deslocar pela cidade. Além da bicicleta, o patinete elétrico passou a fazer parte do cotidiano da população: 40% dos entrevistados utilizam o veículo, sendo que seu principal uso ainda é o recreativo.
As bicicletas e patinetes, principalmente aqueles que são compartilhados, são parte importante de políticas de micromobilidade: ao se tornarem uma alternativa de transporte para distâncias curtas, cada vez mais se tornam um complemento ao transporte público. Com a tendência da entrada de novos modelos de mobilidade urbana cada dia mais forte, é preciso preparar um sistema de transporte que seja capaz de integrar diferentes modais. A smart mobility é justamente aquela que consegue englobar meios tradicionais de transporte ao mesmo tempo que proporcionar abertura para que novos modelos se integrem.
A cidade de São Paulo foi destaque no Ranking Connected Smart Cities no eixo de mobilidade urbana. A conquista do primeiro lugar no eixo se dá pela cidade oferecer serviços de micromobilidade, incentivando empresas de bicicletas e patinetes compartilhados, além de possuir 500 km de ciclofaixas e ciclovias- o que é um grande incentivo para que a população utilize esses meios alternativos.
Com a pandemia do coronavírus, soluções de mobilidade individual se tornaram mais atrativas: a Santander Cycles registrou um aumento expressivo no uso de bicicletas compartilhadas em Londres durante o mês de abril. Com diversas cidades do mundo retomando gradativamente a normalidade, a micromobilidade será uma solução importante para reduzir o contágio e a tendência é que as cidades passem mais a investir nesse modelo a longo prazo.
O Connected Smart Cities Digital Xperience irá realizar um painel para discutir a Promoção do Uso da Bicicleta dentro desse cenário, no dia 09 de Setembro às 16h: para mais informações sobre o evento, clique aqui.