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Você já sentiu diferença na forma de se comportar ao trocar o carro pela bicicleta?

Lilian Frazao
Lilian Frazao
Founder e CEO da Startup QUERO PEDALAR, Co-Organizadora do PEDAL VOLUNTÁRIO, uma ONG que atua há 10 anos com trabalho voluntário e ciclismo. Profissional com mais de 20 anos de experiência em Gestão de E-commerces. Graduada em Comunicação Social e Pós-graduada em Marketing, cicloviajante há mais de 20 anos.

Em um mundo que vive em alta velocidade, a bicicleta surge como um convite gentil ao movimento e à poesia. Ela nos lembra da beleza de ir sem pressa, de sentir cada instante da jornada e de redescobrir a arte de simplesmente estar. É uma experiência que vai muito além de chegar ao destino, é sobre aproveitar o caminho.

Navegar pelas ruas das grandes cidades é, sem dúvida, uma aventura singular e cheia de desafios para quem está ao volante. Em capitais como São Paulo, a rotina de congestionamentos e o tempo que parece escorrer pelos dedos acabam moldando profundamente o comportamento dos motoristas. Essa situação pode gerar um nível de estresse que, infelizmente, se manifesta em impaciência e até mesmo em agressividade. É comum vermos buzinaços incessantes, manobras arriscadas e ultrapassagens perigosas, tudo em busca de alguns metros preciosos.

Nesse ambiente tão competitivo, alguns motoristas acabam desenvolvendo hábitos que, embora pareçam “resolver” o problema no curto prazo, são bem perigosos. Fechadas e bloqueios para evitar que alguém passe à frente são exemplos claros dessa mentalidade. Toda essa imprudência no trânsito, inevitavelmente, cobra seu preço na saúde e no bem-estar, podendo levar a um estresse crônico. A exposição diária a situações tensas pode desencadear ansiedade, hipertensão e até problemas cardiovasculares. Além disso, o tempo que poderia ser dedicado ao lazer, à família ou ao descanso é consumido pelo trânsito, afetando diretamente nossa qualidade de vida. Sem falar na poluição gerada pelos veículos, que prejudica a saúde respiratória de todos na cidade.

Toda essa tensão no dia a dia do trânsito acaba se refletindo na falta de cortesia, na menor disposição para ceder a vez e em uma irritabilidade crescente, onde pequenos incidentes podem virar grandes discussões. É como se a cidade nos convidasse a uma disputa constante.

Leia também: Conheça o perfil do ciclista brasileiro

O Desafio da transição: do carro para a bicicleta

É interessante observar que, quando o motorista decide trocar o carro pela bicicleta, especialmente nos domingos, aquela mente treinada nas adversidades do trânsito parece se transferir para as duas rodas.

Experimente pedalar nas ciclofaixas de São Paulo aos domingos e perceba como essa mentalidade se reflete nas ruas. Muitas pessoas que estão de bicicleta acabam fazendo exatamente o que fariam no carro: impacientes com semáforos e pedestres, passam em velocidade absurda com suas bicicletas elétricas, ignoram crianças e suas bicicletas infantis e não respeitam as filas de bicicletas paradas no semáforo, se metendo no meio de outras só para arrancar assim que o farol abre.

Leia mais: Mobilidade urbana: para além dos elétricos, híbridos ou a combustão

O Convite gentil da bicicleta: respire e sinta!

Ao subir numa bicicleta, o convite é para uma nova realidade: estamos em um veículo diferente, mais lento, que nos permite uma sintonia muito maior com a cidade e uma conexão mais próxima com quem está ao nosso redor. A verdadeira essência da bicicleta nos convida a viver o espaço urbano de outra forma, bem longe da pressa e da agressividade dos carros.

Então, quando você for pedalar, respire fundo e se permita apreciar o melhor da vida. Vá sem pressa, sinta a cidade, cumprimente os pedestres, converse com os amigos e descubra lugares que talvez nunca fosse de carro. A bicicleta é mais do que um meio de transporte; é uma oportunidade de se reconectar com a cidade e com você mesmo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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Founder e CEO da Startup QUERO PEDALAR, Co-Organizadora do PEDAL VOLUNTÁRIO, uma ONG que atua há 10 anos com trabalho voluntário e ciclismo. Profissional com mais de 20 anos de experiência em Gestão de E-commerces. Graduada em Comunicação Social e Pós-graduada em Marketing, cicloviajante há mais de 20 anos.
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