No dia 5 de setembro de 2023, na nona edição do Connected Smart Cities & Mobility, ocorreu o painel “Planejamento urbano, econômico e sustentável das cidades”, com moderação do diretor de planejamento urbano da Urban Systems, André Cruz.
Após um panorama sobre sua formação e trajetória na Urban Systems, o diretor André Cruz falou sobre a metodologia própria utilizada pela empresa para realizar estudos e oferecer índices e soluções para governos e iniciativa privada, mirando no desenvolvimento planejado e de qualidade das cidades.
Nesse sentido, o foco foi demonstrar a importância do trabalho colaborativo de todas as áreas envolvidas para o aprimoramento dos resultados esperados. Cruz mostrou que, dentro da metodologia utilizada pela Urban Systems (saiba mais aqui), a integração de diversos modelos de organização de dados e de sistemas de geração de planos com cronograma viável, é fundamental para um projeto bem-sucedido. Dentro dessa perspectiva, a constante atualização das informações e das análises realizadas também é essencial para alcançar a qualidade desejada, tanto no âmbito do planejamento quanto de sua realização prática.
Para isso, a utilização dos indicadores do Ranking Connected Smart Cities (entre outros) é muito importante – eles trazem informações ricas e abrangentes sobre diversos aspectos relevantes para o planejamento urbano em diferentes áreas, como o uso de tecnologia nas áreas da saúde, da educação e do transporte. Cruz também expôs que esses eixos transversais utilizados na elaboração do Ranking Connected Smart Cities auxiliam a obter um diagnóstico do cenário atual de cada eixo estratégico da cidade, identificando os desafios, potencialidades, recursos disponíveis e direcionando o planejamento para um futuro sustentável, tanto para cada segmento, quanto através de uma visão holística e sinérgica entre eles.
Plano de desenvolvimento econômico de Ponta Grossa
Em seguida, aconteceu a fala do presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG), Leonardo Puppi. Ele expôs o “Masterplan Ponta Grossa 2043”, criado por meio de uma parceria entre a Urban Systems, o CDEPG, a Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), a prefeitura e empresas locais.
O “Masterplan Ponta Grossa 2043” é um planejamento de médio e longo prazo para a cidade de Ponta Grossa (PR), que está sendo implementado no intervalo de vinte anos, a partir de 2023. Ele possui três fases: diagnóstico, plano estratégico e plano de ação, com a primeira etapa já entregue no início deste ano. Para produzir esse planejamento de forma específica, foi feito um estudo aprofundado das potencialidades, fragilidades e desafios da cidade. A segunda etapa está sendo realizada nesse momento e está definindo as metas de desenvolvimento para diversos setores, como meio ambiente, saúde, educação e economia. Para isso, o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa montou um grupo de estudos para analisar quem faria as contratações, quem pagaria pelo plano (se seriam usados recursos públicos, privados ou parcerias), quem o executaria (universidades públicas, privadas, empresas, governo); quem o monitoraria etc.
Leonardo Puppi também apresentou todos os envolvidos nesse projeto, além do cronograma criado para que o plano seja executado. Por fim, também foram expostos os motivos que levaram à criação do plano e porque ele é tão importante para o futuro da cidade.
Reflexões sobre sustentabilidade
Em seguida, Flávio Chevis, CEO da Addax, teceu reflexões e questionamentos sobre como incubar mais sustentabilidade no mundo atual. Para ele, “impacto não é só nas gerações futuras, mas nos afetam diretamente agora também”. Com isso, ele ressalta que as soluções criadas em sustentabilidade não devem mirar apenas o futuro da sociedade e do planeta, mas que mesmo pequenas medidas já nos afetam imediatamente.
Outro ponto focado na apresentação de Chevis foi demonstrar como criar uma cidade sustentável. Ele citou diversas etapas para isso: estudar e planejar; avaliar a necessidade da iniciativa pública; verificar quais alternativas existem e quais as melhores; avaliar a viabilidade financeira; estudar parcerias público-privadas. Com isso, é importante avaliar todos que são impactados pelas ações que estão sendo estudadas, além da análise de custo-benefício, o que vale para projetos em qualquer área (saúde, segurança, transporte).
Chevis também explicou que a Addax, em parceria com a Urban Systems, desenvolveu diversos sistemas e análises de projetos imobiliários associados às linhas de metrô e diversos pontos positivos desse tipo de associação, pensando também na viabilidade integral do projeto. Saiba mais aqui!
Melhoria do transporte público e da mobilidade ativa – Tarifa Zero
A terceira fala do painel foi feita por Tatiana Landi, sócia da Polo Planejamento, que discorreu sobre projetos de mobilidade e transporte nas cidades brasileiras, com foco na questão da tarifa zero.
Landi deu um panorama sobre a utilização do que é chamado de “tarifa zero” nos transportes públicos (ou gratuidade para os usuários), apresentando os desafios e as resistências existentes no momento atual. Algumas cidades brasileiras (e de outros países também) já implementaram esse tipo de política e dados já estão sendo gerados e analisados. Só no Brasil, são cerca de 80 municípios e 11 estados que utilizam o modelo de tarifa zero nos transportes.
A palestrante compartilhou dados sobre a crise econômica do modelo atual nos transportes, apontando algumas alternativas que já estão sendo implementadas em algumas cidades e países. Ela também mostrou os pontos positivos desse tipo de estratégia, como diminuição da poluição e acidentes, pelo menor volume de carros nas ruas, mais segurança e menor custo.
Estudos de viabilidade para PPPs e concessões
Por fim, palestrou Isadora Schetinger, especialista em PPPs da UNOPS – Escritório de Projetos e Serviços da ONU (Organização das Nações Unidas) que presta serviços de infraestrutura, apoiando governos em diversos projetos, obras, compra de materiais e concessões, de modo sustentável e resiliente.
Ela demonstrou as vantagens das parcerias público-privadas como mecanismos específicos que trazem mais ganhos econômicos, de eficiência, incentivos para inovação e efetividade.
Além disso, Schetinger apresentou um ponto de vista que atualmente tem sido mais utilizado nas avaliações de PPP´s da UNOPS, as chamadas externalidades positivas. Ou seja, para além da sustentabilidade econômico-financeira dos projetos (CAPEX, OPEX, receitas, TIR etc), os benefícios sociais paralelamente proporcionados, colocando o foco nas pessoas. Destacou que projetos são bem avaliados quando trazem benefícios para as pessoas, para a sociedade, não apenas porque trazem ganhos econômicos.
Traçando um paralelo direto com o mote principal do evento, as cidades inteligentes, Isadora também destacou que uma cidade não é inteligente apenas pelo uso de tecnologia, e sim – talvez principalmente – por trazer benefícios para a sociedade como um todo.
Debate
Após as apresentações iniciais dos palestrantes, realizou-se um debate entre todos com foco no engajamento dos atores públicos e da iniciativa privada como meio para a inserção de tecnologias e outras soluções nas diversas esferas coletivas da sociedade.
Mais uma vez, ganhou protagonismo na discussão a necessidade de comprovação da viabilidade e benefícios das inovações propostas através de extenso arcabouço de dados e análises pertinentes, sempre realçando este viés não apenas econômico da equação, mas também o Wider Economic Impact, abrangendo todos os efeitos positivos, diretos e indiretos, que os projetos podem proporcionar à sociedade em termos de qualidade de vida, acesso a serviços básicos e novas formas de utilização do espaço e das tecnologias disponíveis.
A Urban Systems oferece auxílio a entes públicos e iniciativa privada por meio de uma consultoria para elaboração de um Plano Estratégico com enfoque no desenvolvimento sustentável e inteligente de cidades e regiões. Conheça as soluções da Urban Systems para o desenvolvimento urbano aqui!
Acesse aqui o relatório completo do Ranking Connected Smart Cities 2023.
Os resultados do Ranking CSC, por eixos, região, porte de cidade e por estado podem ser consultados diretamente na plataforma online e este ano é possível comparar a evolução das cidades entre 2022 e 2023, confira aqui.
Fonte: Urban Systems