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PARQUE DA MOBILIDADE URBANA DISCUTE SEGURANÇA NO TRÂNSITO

Especialistas destacam a importância do envolvimento de todos os atores da sociedade para a melhoria do trânsito no País

No dia de abertura do Parque da Mobilidade Urbana (PMU), em 22/06, evento que neste ano foi realizado no Pavilhão do Pacaembu, na capital paulista, segurança viária teve um destaque importante em painel que reuniu diversos especialistas no assunto.

“Diariamente, morrem em torno de 120 pessoas, o que equivale a um desastre de aéreo. Tenho certeza que se caísse um avião por dia, no terceiro dia as autoridades fariam algo. Mas como se trata de ocorrências de transito, elas são normalizadas e tratadas como se não fosse possível evitá-las”, diz Sergio Avelleda, especialista em mobilidade e sócio-fundador da Urucuia Inteligência em Mobilidade Urbana e moderador do painel.

A importância do envolvimento de diversos públicos envolvidos no desafio para a melhoria do trânsito foi reforçada pelos palestrantes. “Nos posicionamos como representantes da sociedade brasileira e costumo dizer que somos geradores de conhecimento. E fazemos isso com apoio da nossa grande rede de mantenedores, fazendo a entrega para as pessoas por meio de estudos e pesquisas e, por outro lado, pelo advocacy, sensibilizando o governo na construção de políticas públicas sobre o tema”, diz Paulo Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), responsável pela realização do Maio Amarelo, movimento social pela segurança que em 2023 completou 10 anos de existência.

Com a experiência e o conhecimento de políticas públicas de quem trabalhou 47 anos na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Nancy Schneider, arquiteta urbanista e especialista em segurança no trânsito também repercutiu o tema no painel.

“Acredito em quatro frentes trabalhando juntas: um banco de dados robsto, envolvimento, prioridade e, como quarto fator, garantir que o órgão de trânsito seja o gestor desse trabalho, para que haja uma transformação efetiva da realidade da segurança viária no Brasil”, disse. Ela reforçou, também, o papel da fiscalização, priorizando os principais enquadramentos que irão agir na mudança de comportamento das pessoas.

Valtair Ferreira Valadão, diretor adjunto de planejamento e projetos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), falou dos muitos desafios que o órgão enfrenta. Entre eles, destacou duas: as metas 39 do órgão (reduzir o índice de mortes no trânsito) e a 48 (implementar 50 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus) na capital paulista. De acordo com ele, em relação às faixas, em 2022 foram implantados 18,3 km e, para 2023, a previsão é de mais 29,3 km para 2023.

Boa prática

Saulo Santiago de Oliveira, coordenador do núcleo de Segurança Viária – Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania de Fortaleza (CE), destacou a importância da implementação dos Sistemas Seguros, metodologia desenvolvida na Suécia, como fundamental para a redução das mortes que a capital do Ceará vem obtendo há 8 anos consecutivos.

De maneira geral, houve redução de 58% das mortes no trânsito em oito anos, com mais de 1 mil vidas poupadas no período, como resultado das ações implementadas. “Diversas iniciativas colaboraram para esses números, como a melhoria da capacidade técnica por meio de consultores nacionais e internacionais. boas práticas internacionais adaptadas para nossa realidade local, dados e estatisticas, comunicação com a sociedade e aplicação de projetos pilotos”, afirma Oliveira.

Setor Privado

Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores e Bicicletas (Abraciclo) também esteve representada, apresentando as iniciativas para mudar um verdadeiro drama nacional que se materializa nas mortes e acidentes com sequelas principalmente de motociclistas, as maiores vítimas do trânsito brasileiro, “Temos um comitê se segurança na Abraciclo e temos participação em diversas iniciativas”, disse Wilson Yasuda, consultor de segurança viária da Abraciclo.

Entre elas, ele cita o apoio à CET na implementação da Faixa Azul, que não registrou nenhuma morte desde sua implementação, a atuação da associação na Frente Segura, que consiste no posicionamento da motocicleta no espaço à frente dos veículos, além de apoio à ampliação da estrutura cicloviária no caso dos ciclistas. De acordo com Yasuda, a meta é reduzir em 50% o número de acidentes no trânsito em 10 anos.

Fonte: Mobilidade Estadão

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